Capítulo-4

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Yes!/No!

04

Piper

Depois de me certificar de que tudo estava em ordem e fechado, tranquei a porta dos fundos da floricultura com alguma dificuldade, já que carregava o buquê nos braços, e caminhei até minha casa nos fundos.

Durante o pequeno trajeto, observei com certa tristeza que minha horta estava praticamente morta, e a luz amarelada do fim da tarde que batia nas folhas secas intensificava esse fato. E eu gostava tanto de mexer na terra...

É, estava mais do que na hora de contratar alguém para me ajudar na floricultura. Já fazia um bom tempo desde que Tony tinha ido embora, e por mais que Polly falasse que não se importava em me ajudar o tempo que fosse necessário, eu não iria fazê-la perder todas suas férias e dias de folga ali comigo.

Passado era passado, e minha vida seguia em frente.

Abri a porta de casa e logo Edy estava se roçando entre minhas pernas, quase me fazendo perder o equilíbrio.

- Oi bebê. Já te dou comida, espere um pouco! – Ri com os seus miados desesperados, como se fizesse anos que não comia.

Eu deveria era deixá-lo sem ração, já que o espertinho havia se aproveitado do momento em que fui atender um cliente a tarde para comer o resto do bolo que Polly trouxera pra mim.

Como se eu realmente conseguisse ficar brava com aquela bola de pelos branca.

Larguei as flores de qualquer jeito no sofá e fui tratar do bichano, antes que alguém ligasse para a sociedade protetora dos animais dizendo que eu estava matando o gato com resquícios de tortura.

Depois de tratá-lo voltei para a sala, e já quase ia tirando a roupa com a intenção de tomar um banho antes de jantar, quando meus olhos pousaram no buquê jogado no estofado.

Eu realmente não sei por que não desmanchei daquilo e vendi as rosas novamente.

Há sim, porque Polly me ameaçou caso eu fizesse isso.

Mas... A verdade era que eu não quis jogá-lo fora. Eu poderia muito bem tê-lo feito, primeiro porque nenhuma de minhas amigas descobriria e, segundo Polly não iria de fato me machucar caso viesse a saber.

Talvez... Só talvez eu tivesse gostado daquilo. De ter ganhado algo de uma mulher tão bonita como Alex.

Não que eu não soubesse que não fora bem ela quem tivera a ideia do buquê, já que nem pagar ela queria, mas... Mesmo assim...

Suspirei frustrada. Sabia que não deveria me iludir mais com aquilo. Alexsandra tinha tentado ser gentil, mesmo que tivesse sido com a ajuda da sua amiga.

E não pude deixar de sorrir ao me lembrar daquela garota, Eduarda. Ela era um amorzinho, sem dúvidas. Ela sim deveria ser bem bacana para fica. Mas... Se não me lembrasse tanto uma moleca como se fosse minha irmã mais nova. Não teve como eu não me espantar quando ela me disse que já tinha 24 anos.

Eu não tinha dado nem 20 para ela, a julgar por seu rosto e tamanho. Mas com certeza a pessoa que ficasse com ela teria muita sorte...

Percebi que ainda estava parada no meio da sala e resolvi ir para o banho logo, mas uma vez meu olhar caiu sobre o sofá. Caído perto do arranjo estava o envelope roxo. Com a correria na loja logo após o almoço eu até tinha me esquecido dele.

Andei calmamente até o móvel e peguei o cartão, mordendo o lábio tentando imaginar o que Eduarda tinha escrito ali. Mas minha curiosidade me impediu de ficar muito tempo assim, logo abrindo o envelope e tirando o pedaço de papel branco dali de dentro.

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