BAK (+18) | Concluída ✔
Dandara tinha tendência a se meter em problemas. Embora buscasse correr de todos eles, sabia que hora ou outra eles viriam naturalmente até si, provando que controle é tudo o que ela não tinha.
Gabriel Lessa, ou Bak, no auge...
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Deixo Ária em casa às quatro da tarde, depois de insistir muito para que ela também fosse comigo e receber um "não dá, amanhã eu tenho prova" como resposta. Mesmo sabendo que chama-la seria em vão, ainda mais por se tratar de lugar e pessoas dos quais ela não tinha costume de ir/estar, ainda tinha esperanças de faze-la sair ao menos uma vez para se divertir longe da zona de conforto da qual estava acostumada.
Obviamente eu tinha feito ela me ajudar a achar um vestido antes, passando quase três horas para achar um que fosse bonito e em conta o suficiente para comprar, mas convencê-la a ir realmente ficaria para outro dia.
O silêncio incomum do apartamento me dizia, então, que Pedro possivelmente estava gravando da Game House ou então resolvendo algumas pendências desse tipo. Desde quando viera para cá, a B4 não havia imposto uma regra obrigatória de tê-lo em período integral na casa, então ele ia sempre que um vídeo o tivesse na pauta ou quando era alguma reunião. As vezes ele dormia por lá, porém não era sempre também.
Deixo minha bolsa no quarto, pegando o vestido para lavar antes que fosse tarde demais e ele não secasse a tempo. Não queria sair tão tarde, ainda que Sol tivesse dito que a casa noturna só começava a lotar por volta das onze da noite.
Assim que coloco a máquina para bater, meu celular vibra no bolso, mostrando (para minha surpresa) que era mamãe ligando para mim dessa vez.
— Dandara? — diz, assim que atendo. Coloco a ligação no viva voz para poder limpar minhas mãos e sair de perto do objeto que logo iria começar a fazer barulho.
— Oi mãe, bênção. Aconteceu alguma coisa?
Pensando em todas as possibilidades do que poderia significar aquela ligação, recebo uma risada fraca dela.
— Deus te abençoe, filha. Não aconteceu nada não, eu só liguei para perguntar como vocês estão. Tudo certo? Estão precisando de algo?
— Não, tudo bem. Estamos bem... — um ponto de interrogação enorme se fez no meu rosto. — A senhora precisa de algo?
Refaço o caminho de volta para o meu quarto, afim de escolher uma roupa confortável para vestir após o banho.
— Onde está Pedro? E a faculdade? Tudo certo? Espero que você tenha parado com isso de ficar saindo e deixando as coisas para depois.
Eu rio fraco. Eu nunca havia deixado nenhuma obrigação minha de lado, mas aparentemente essa não era a questão aqui.
— Eu nem estou mais saindo, mãe. — oculto a parte que eu faria isso hoje. Era óbvio que logo ela discussaria a ponto de me desanimar a ir e, realmente, não queria isso dessa vez.— E Pedro está ótimo. Acho que ele deve ter ido gravar alguma coisa.
