Chapter XVIII

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Episode: Chasing Cars - Sleeping at Last

Aconteceria numa terça-feira, dia 25. 
Os ingressos seriam enviados virtualmente por email, mas também haveriam os convites físicos, muito exclusivos e limitados, direcionados possivelmente para alguns brancos de elite que gostavam de tomar champanhe e exibir suas roupas de grife.

Estes convites especiais teriam as bordas douradas - puff, nem um pouco fora do tradicional - e viriam em envelopes brancos discretos.
Louis sabia disso pois ele quem estava organizando a equipe de Design e Comunicação para projetarem a forma ideal de solicitar a presença dos senhores afortunados naquela instalação.

Era sobre isso que Louis pensava agora, enquanto mantinha o corpo submerso na água morna da banheira: A instalação de arte romana que ele vinha auxiliando na direção há três meses.

Ele se recorda do entusiasmo ao ser nomeado por seu superior o coordenador principal daquela exposição.

Seu emprego na Denver Art Museum como auxiliador de instalações e exposições sempre foi um sonho, ele adorava, inspirava e expirava arte, comia rosquinhas coloridas durante o intervalo e espiava nas noites de espetáculo o olhar admirador das pessoas que visualizavam as obras de arte como se entendessem alguma coisa sobre elas.

Talvez elas entendessem.
Louis não podia ser arrogante para diminuir seus censos críticos a esse nível só porque ele cursou Artes (ainda que a maioria dos convidados fossem apenas pessoas exibindo o status quo, que conheciam os artistas clássicos e torciam o nariz para qualquer obra dadaísta).

De qualquer modo, aquilo foi tudo.
E era bizarro pensar agora, dentro da banheira desgastada no banheiro sujo de um cativeiro em Pittsburgh, que ele sequer tinha noção se a exposição que tanto planejara já havia ocorrido.

Trancafiado ali, ele perdeu a noção do tempo. Dos dias. Das horas.
Sabia se era cedo ou tarde pela luminosidade da claraboia, mas fora isso não parara para se questionar há quanto tempo esteve ali.

Dias? Semanas?

Ele chutaria duas semanas.

E se estivesse certo, então a exposição da arte romana estaria muito próxima.

Isso o conduzia a uma série de questionamentos e reflexões desimportantes, como: quem dirigiu o projeto diante sua ausência? Ficara tão bom quanto ficaria se fosse Louis organizando? Como eles lidaram com seu sumiço? Será que perceberam? Será que pensam que Tommo ficou doente e se afastou sem aviso? Ou que ele se demitiu?

Tantas possibilidades.

Ainda: como os demais enxergavam isso tudo? Grey estaria preocupado? Grey desprendera que esse afastamento seria o término deles? Será que foi conversar com Jay? Será que Jay explicou ao seu namorado o que aconteceu? Como Jay via isso? Achava que Louis estaria morto a essa hora?
Acionou a polícia? Ou só reza todas as noites para o retorno do filho?

Em um cenário ideal e hipotético, Louis interpreta todo esse caos na seguinte imagem:

A exposição estava devidamente planejada e pronta. Enviaram convites com bordas douradas e os artistas prestigiados se impressionaram com a equipe da DAM - já que eles eram, de fato, eficientes (mesmo sem Tomlinson).

Grey ficou chateado demais com toda a ocorrência recente e agora está em momento de superação, decidido que Louis não é um bom namorado, ou investimento. Ele pode se sentir triste mas cogita em prosseguir na sua crença de um amor saudável, que irá encontra-lo na hora certa.

Já Jay, oh, sua pobre mãe possivelmente tivera noites mal dormidas, e derramou muitas lagrimas. Louis não calcula a preocupação que causou nela.
Mas também a conhece o suficiente para saber que Jay é uma mulher forte que sempre se mantém firme. Ela provavelmente está cobrindo o turno de alguém no hospital - nesse exato momento - e tendo outros seis filhos a enviando mensagens de texto diariamente para jogar conversa fora (embora antigamente fossem sete).

Harry in Wonderland  [❀ls fanfiction ❀]Onde histórias criam vida. Descubra agora