04; I'm Sorry

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— Já deu, né? Vamos embora agora — falou em direção ao seu filho.

— Ah não, Jeongguk. Eu quero brincar mais, por favor — fez biquinho e juntou as mãozinhas.

— Nem adianta fazer essa carinha, vamos Jimin — estendeu a mão.

O garotinho suspirou e segurou a mão do moreno, indo logo em direção ao carro.

Já se faziam algumas semanas desde que o biólogo descobriu que possuía um filho com o amor de sua vida. Pode-se dizer que sua vida mudou por inteiro nessas últimas semanas.

Ele e Jimin já estavam mais próximos, Jeongguk estava fazendo o possível para conhecer melhor o seu filho. Ele queria, antes de tudo, conseguir compensar os oito anos que esteve fora da vida do menino. Nesse tempo em que ficou com Jimin, tentou várias vezes ligar para Taehyung, afinal o mais velho deveria estar morrendo de preocupação a essa altura. Porém, suas tentativas foram falhas, o outro não o atendia de maneira nenhuma.

Jeongguk até perguntou ao seu filho se possuía alguma outra pessoa para quem ele pudesse ligar, mas o menino negou, afirmando que só sabia o número de seu pai de cabeça.

A cada segundo que se passava, o moreno queria cada vez mais voltar para Coreia e poder se desculpar com o mais velho. Queria pedir perdão por tudo, queria voltar a fazer parte da vida do outro, queria formar uma família com ele e com Jimin.

Afinal, o moreno já havia se apegado ao garotinho.

— Pode ir lavar as mãos no banheiro enquanto eu ponho a mesa — o menino assentiu e foi correndo para o banheiro.

Enquanto isso, Jeongguk colocou as compras do mercado em cima da bancada da cozinha. Eles haviam passado no mercado antes de virem para o apartamento do maior, afinal Jeon Jeongguk só sabia cozinhar miojo e todos sabemos que miojo não alimenta para sempre.

Arrumou tudo em cima da mesa e pouco tempo, depois Jimin voltou correndo e se sentou à mesa, já estava lambendo os lábios só de ver aquela lasanha gostosa. Colocou a comida no prato do mais novo e o entregou, que já começou a comer, e em seguida colocou seu prato. Comeram tudo em silêncio, o único som que pairava no ar era o dos talheres batendo contra o prato de vidro.

— Jeongguk, nós podemos ir tomar sorvete? — pegou com suas mãozinhas o copo de suco e o levou à sua boca.

— Mas já? — riu — Para onde é que vai tanta comida?

— Aish, sorvete vai ser minha sobremesa e uma sobremesa é essencial — bebeu o suco todo do copo — Além disso, estou em fase de crescimento, preciso ser bem alimentado e você, como meu pai, deve me alimentar — o moreno arqueou as sobrancelhas e riu.

— 'Tá bom então, já terminou de comer? — assentiu freneticamente — Então vai lá escovar os dentes para nós podermos ir lá na sorveteria — o outro abriu um sorrisão.

— Aaah, é sério? — pulou da cadeira. O moreno assentiu sorridente — Ah, obrigado, muito obrigado pai! — falou e saiu correndo, sumindo no corredor.

Jeongguk arregalou os olhos com o que escutou. Ele o chamou de pai? A emoção foi tão grande que o moreno ficou em choque, fitando o nada por um tempo. A sensação de ser finalmente chamado de pai era indescritível e provava o quanto os dois já estavam próximos. 

Foi inevitável um sorriso largo e sincero brotar em seus lábios.

[...]

— Senta naquela mesa lá do fundo Jimin — ele assentiu e foi até lá.

Enquanto isso, o moreno foi pagar a conta. Conta paga, caminhou em direção à mesa em que Jimin estava, logo se juntando ao outro.

— Nossa, quanto tempo que eu não como um sorvete — falou suspirando.

— Jimin, a gente tomou sorvete na sexta — riu.

— Já fazem dois dias. Quando amamos algo ou alguém, ficar um segundo longe já é muito tempo. E eu amo sorvete — o mais velho sorriu pequeno e assentiu — Aliás, para de me chamar de Jimin, ninguém me chama assim.

— Ah é? — o outro assentiu várias vezes — Então como que eu chamo?

— Chim, todos meus amiguinhos na escola me chamam assim — levou mais uma colher de sorvete à sua boca — Meu pai também... Que saudades dele.

O moreno suspirou. Já estava mais do que na hora de voltarem para a Coréia.

[...]

Jeongguk entrou em seu quarto e foi logo ao seu guarda roupa, tirou de dentro dele uma mala média. A jogou em cima da cama. Pegou algumas mudas roupas e foi jogando dentro da mala, sem tão pouco se importar com a organização, ele só queria ir o mais rápido possível para a Coréia.

Foi ao banheiro, pegou tudo de higiene pessoal que fosse importante, tanto seu quanto os que comprou para Jimin. Levou tudo de uma vez nos braços para o quarto e jogou dentro da mala. Colocou mais algumas roupas, alguns sapatos, algumas outras coisas importantes e, por fim, fechou a a mala. Na verdade, tentou fechar a mala. Devido a quantidade de coisas dentro da mesma e ainda o fato de todas as coisas estarem jogadas de qualquer jeito, a mala não queria fechar.

Depois de muito esforço e de muito sacrifício, conseguiu fechar razoavelmente a mala. A tirou de cima da cama e a puxou até a sala, onde estava seu filho. Este desviou seus olhinhos do programa infantil que passava na televisão e franziu o cenho ao ver seu pai puxando uma mala.

— Para que esta mala?

— Vista esse casaco — jogou o casaco amarelo da GAP para o menino que pegou e o vestiu — Nós vamos viajar.

[...]

— Tem certeza de que quer voltar lá?

— Nunca tive tanta certeza em toda minha vida — suspirou, colocando o cinto em si e no menino — Eu preciso te devolver para o seu pai e, além disso, eu preciso ver o seu pai.

— Sinto muito — o menino abaixou a cabeça.

— Pelo o que? — franziu o cenho.

— Por tudo — suspirou.

Se mexeu na poltrona do avião e se enroscou no braço do maior. O garotinho se aconchegou e Jeongguk o abraçou meio de lado. Não sabia o porquê de o menino ter pedido desculpas por tudo, mas viu que não era um bom assunto e preferiu não insistir mais no assunto. Por incrível que pareça, Jeongguk conseguiu comprar uma passagem para Jimin. O moreno de surpreendeu ao descobrir que ele possuía poder legal sob Jimin.

Isso demonstrava, então, que Taehyung possuía esperanças de que o moreno voltasse para sua vida.

E era exatamente o que ele estava fazendo.

Algumas horas depois, estava finalmente quase cochilando quando escutou uma voz soar no alto falante.

Senhores passageiros, pedimos que apertem os cintos, guardem os aparelhos eletrônicos e ajeitem as poltronas. Estamos sobrevoando Daegu e já estamos prontos para pousar.

Teddy Bear [taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora