[f(35) = 70 - x] Centésima

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Avisinho importante: Apenas o início é narrado pelo Jimin. Logo em seguida, a narração volta pro Jungkook! Boa leitura!

🔮

2 de dezembro,
2:23 a.m.

JIMIN

Minha exaustão física e emocional me guiaram a horas de sono madrugada adentro.

Dormi nos braços de Jungkook. Dormi nos braços da pessoa que amo.

Mas acordei sozinho em sua cama.

O despertar não foi natural. Não me foi permitida uma transição suave entre inconsciência e consciência. Foi brusco, impulsionado por chamados desesperados por uma voz já tão familiar.

— Mãe! Jimin hyung! — Junghee gritou, repetidamente. Junto, ouvi pancadas, como se ele batesse na porta.

Meus olhos se abriram, meu corpo despertou. Minhas pernas, não.

Elas continuaram dormentes, como se tivessem deixado de existir. Coisa essa que, certamente, veio como mais um dos enormes detalhes do show de horrores que está sendo a minha vida nas últimas horas.

É difícil acreditar que tudo isso está mesmo acontecendo.

É difícil acreditar que Jungkook me ama. Que ele provocou todo esse caos por mim.

É difícil acreditar que falhamos noventa e nove vezes e que ainda assim lutamos para ficarmos juntos.

Tudo me desespera. Mas nada me desesperou tanto quanto ver Junghee correr até o quarto da mãe e gritar, ao encontrá-la acordada no meio do caminho:

— Jungkook hyung tava estranho. Mãe, ele tava muito estranho! Ele vai fazer alguma coisa ruim!

O terror tomou conta da voz do irmão mais novo que meu Jungkook tanto ama.

Os questionamentos da mãe deles nasceram, confusos, na madrugada do que pode ser meu último dia vivendo essa vida.

Incapaz de sair da cama, eu me forcei a ficar sentado. O coração batia em velocidade desigual, a respiração dificultosa e ruidosa. Quase nocauteado pelo acúmulo de sensações desesperadoras, com a crise de ansiedade engatilhada direto para o ápice, eu consegui ver o pequeno bilhete deixado na mesa de cabeceira.

Minhas mãos tremeram, mas eu capturei o que sei que Jungkook deixou para mim.

— Por você. — Eu li, em voz alta. E bastou isso para entender. — Por mim...

Ele saiu de casa, em plena madrugada, por mim.

Junghee tem razão de estar em tanto pânico. Ele sente que algo de errado vai acontecer com o irmão e, assim como Jungkook não consegue tolerar sequer a ideia de Junghee se machucando, a recíproca é verdadeira.

Mas Jungkook foi. Por mim, ele foi.

E eu também sinto que algo está muito errado.

— Ele levou a chave de casa e a chave do carro — Eu ouvi Junghee dizer, aos prantos, entre soluços desesperados. — Mãe, e se meu irmão se machucar?!

Eu queria ter poder para acalmar Junghee agora. Gostaria de abraçá-lo e dizer que tudo ficará bem, mas não sei se ficará.

O que exatamente Jungkook fará por mim?

De que ele abrirá mão?

Se algo acontecer com ele... se algo acontecer com meu amor...

Eu sufoquei, não mais em silêncio. Me desfiz em um grunhido sonoro de dor, porque a sinto, sinto tanto.

CEM CHANCES • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora