Após deixar o laboratório Jack começa a seguir o robô por um tipo de túnel,com as paredes revestidas de alguma coisa desconhecida para Jack. Uma espécie de rocha branca. Logo à frente,no fim do túnel,havia uma escada que dava até um buraco no teto. Jack ainda tinha algumas dúvidas em sua cabeça. Perguntas nas quais seriam praticamente impossíveis de serem respondidas,devido aos conflitos dos idiomas.
Ao chegar no fim do túnel o robô para de andar e se vira para Jack. Ele apontava para a escada enquanto dizia algo em sua linguagem.
-*μ°៛-៛₹]ฯ'Г៛¡
Após dizer isso,ele fica encarando Jack por um tempo como se estivesse esperando uma resposta. Parecia que ele ainda não havia percebido que Jack não entendia seu idioma. Porém Jack deduz que ele estava falando para eles subirem. Mas Jack não poderia subir sem um tubo de oxigênio,senão não conseguiria respirar lá fora. Aliás,ele nem sabia como estava conseguindo respirar ali. Ele então,com palavras acompanhadas de gestos,diz para o robô:
-Eu-não-posso-....lá-fora-...oxigênio-...não-tem-.... -ele finaliza se jogando no chão se fingindo de morto com a língua para fora,indicando que aconteceria isso com ele caso não arranjasse um tubo de oxigênio.
O robo observa toda a apresentação teatral de Jack e então sai correndo,repentinamente para dentro do laboratório. Jack se assuta um pouco e fica sem entender nada. Alguns segundos depois o robô volta do laboratório com o capacete de Jack concertado e um tubo de oxigênio em mãos. Parecia que ainda havia uma esperança de se entenderem.
Os olhos de Jack brilham ao ver aquilo. Seu capacete,que fora destruído alguns minutos atrás,estava inteiro novamente. O vidro limpinho sem nenhum arranhão. E o tubo de oxigênio era até maior do que o que estava antes. Jack toma posse e então agradece o robô.Apos isso ambos prosseguem em sua caminhada e sobem as escadas. Era uma longa escada,pois parecia que estavam subindo em um túnel muito fundo. Após alguns minutos subindo as escadas eles finalmente chegam no topo. Jack não acredita no que ve ao olhar ao seu redor. Lá estava ele,de volta à superfície da lua.
-MAS O QUE?? -se pergunta Jack,completamente vendido da situação.
O robô se aproxima dele e diz algumas coisas,provavelmente explicando o que havia acontecido mas Jack não entende uma letra sequer. Ele então toma suas próprias conclusões e deduz que aquele túnel que haviam acabado de subir era uma cratera,portanto aquele laboratório na qual acordara estava DENTRO da lua.
Jack então olha em sua volta e começa procurar a Luática,seu foguete,mas não o encontra. Vendo que o robô havia entendido algumas coisas que dissera,Jack arrisca uma pergunta:-Onde está a minha nave ?
O robô se aproxima dele dizendo:
-៛៛ )ฯ_''៛ ៛₹¡
Se ele havia entendido,Jack não saberia. Assim que ele dá um passo para procurar sua nave a pressão do espaço o leva para cima de novo,como um balão.
-Droga,tinha esquecido dessa parte! -se queixou Jack.
Jack logo volta para o chão,e assim que olha para o lado não avista mais o robô. Ele olha em toda a sua volta e nem sinal daquela caixa mecânica. Estava apenas Jack,assim como antes. Ele então,com sua câmera na mão,volta a caminhar pela lua sem rumo algum. Pelo caminho ele tirava algumas fotos e gravava alguns vídeos do espaço ao redor.
Após alguns minutos de caminhada Jack começa a encontrar algumas coisas sua,que haviam caído de seu foguete,esparramadas pelo chão. Uma coisa que o chama a atenção era sua caixa de som,na qual era a rádio da nave. Ela estava caída no chão em sua frente,coberta pela areia lunar. Estava um pouco danificada,mas assim que Jack aperta o botão de ligar,vozes em meio a chiados começam a sair. De alguma maneira ela ainda estava funcionando. Jack vai sintonizando as estações que estavam com menos interferências até que consegue fixar em uma esportiva. Estava rolando um jogo de basquete de seu time favorito,porém,em alguns segundos a estação é dominada por chiados. Jack muda novamente,dessa vez para uma estação espacial,na qual os astronautas que tripularam a Apollo 17 estavam dando uma entrevista.
Eles estavam respondendo uma pergunta,de que se haviam encontrado algum tipo de vida na lua. Eles responderam que não,que estavam sozinhos na lua. Jack fica surpreso ao ouvir aquilo,pois aquele robô,por mais mecânico que fosse,já era alguma coisa. Se ele conseguisse levar alguma foto dele para a Terra sem dúvida alguma seria premiado por isso. Mas Jack não havia tirado nenhuma foto dele,portanto não tinha como provar. Ele seria apenas um garoto de 10 anos falando que tinha visto um robô que morava dentro da lua. E por mais que ele já havia alguns registros suficientes em sua câmera,ele ainda queria ter algum do robô. Seu objetivo agora,então,seria esse. Mas como,se não sabia onde o encontrar?
Após alguns instantes a caixa de som faz um chiado estranho e desliga de vez. Dentre as coisas que estavam esparramadas pelo chão havia alguns alimentos,porém todos impossíveis de serem comidos. Jack os analisa por um tempo e logo volta para sua caminhada,com apenas sua câmera em mãos.
Jack caminha por pelo menos uma hora,até que começa a se sentir fraco devido a falta de alimento e de água. Antes do lançamento de seu foguete,Jack havia colocado em uma caixa de emergência,no interior da Luática,com kits de primeiros socorros e alguns alimentos básicos. Aqueles provavelmente haviam se salvado da queda da Luática,pois estavam dentro de uma caixa de ferro bem resistente e bem fechada. Porém,Jack não fazia idéia de onde estava o foguete. Ele estava andando totalmente sem rumo,sempre,apenas,para frente.
Ele começa a se sentir fraco e a ter dor de cabeça. Seu estômago roncava e seu corpo tremia de fome. Ele estava praticamente andando em um deserto invertido,na qual flutuava a cada passo que dava,e a temperatura era inversa. Em um certo ponto,todo o filme que ele havia imaginado em sua mente de ir pra lua e etc,estava se tornando um filme de terror. Jack nunca se imaginou morrendo na lua. Ele então começa a perder as esperanças de conseguir voltar para sua casa e começa a caminhar lentamente,desanimado,de cabeça baixa... Até que em uma levantada de cabeça acidental ele ve uma coisa que o anima.
Lá estava ela. Como ele havia nomeado ainda na Terra: Luática-72. Seus olhos brilham ao ver aquilo e seu coração dispara de felicidade. Ele então vai correndo até a nave e vai direto aonde tinha deixado a caixa de emergência. Lá estava ela. Em meio a todos aqueles escombros de ferros e fios lá estava a caixa na qual levantaria seu astral pelos próximos momentos. Assim que ele puxa a caixa,que inclusive estava muito pesada,ele encontra seu comunicador embaixo dela.
Ele não sabia se ainda funcionava. Ele então arrisca. Assim que aperta o botão de ligar nada acontecesse. Jack nem havia colocado expectativas,portanto não se surpreende. Ele então o deixa de lado e volta o foco para a caixa,mas assim que se vira ele escuta uma voz em meio a um chiado,dizendo:
-Aqui é a corporação espacial V-13..(CHIADO)....deseja entr.....(CHIADO)....em contato conosco?
Jack vira rapidamente para o comunicador e se surpeende. Ele tinha a chance que temia não ter de voltar para casa. Porém ele ainda não havia fotografado o tal robô. Jack então fica indeciso: ou respondia o rapaz pelo comunicador e voltava pra casa,ou ficava mais um tempo na lua e arriscava encontrar o robô. Jack pensa por alguns segundos...até que chega em uma conclusão. Encontrar o robô não era mais seu objetivo. Jack queria agora ir pra casa.
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Perdido na Lua
Короткий рассказNessa continuação da coleção Histórias para Fogueiras, Ed e sua família caem na estrada novamente, dessa vez a caminho da casa de seu irmão. Chegando lá ele os conta uma história de um garoto que cria seu próprio foguete e vai para a Lua. Lá ele des...