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POV Lisa.


“A arquitetura é uma música petrificada”, é uma frase de Johann Wolfgang von Goethe, uma das minhas frases preferidas que envolve arquitetura.

Hoje eu ando nas ruas e minha mente viaja na criatividade, cada dia eu crio um projeto  em minha mente bagunçada. De certo modo é bom,  mas minha mente funciona muito rápido e minha dicção não acompanha, muitas  vezes me chamam de arquiteta silenciosa, eu não falo muito, minha mente trabalha constantemente e assimilar tudo para falar é meio difícil para mim, no entanto eu ainda consigo sobreviver, não quer dizer que eu não falo nada, eu só falo menos que os arquitetos normais.

— Lisa! — Mi-yeon me chamou alto.

— Bom dia — Falei calma e ela sorriu.

Mi-yeon é estagiária no meu escritório, ela está terminando seu TTC e eu sou a pessoa que, sem sombra de dúvidas, vai contratá-la. Pelo fato de que mesmo que ela seja nova na área, Mi-yeon é muito talentosa, sabe trabalhar em equipe e gosta do que faz.

— Jeon-agassi, eu posso participar do novo projeto? — Perguntou formalmente e com os olhinhos brilhando.

— Por mais que eu queira, aconselho que você  foque em seus estudos, pelo menos por agora que está na reta final. — Ela sorriu fechado mas era percetível a chateação.

— Tudo bem… — Mexi nos desenhos em cima da mesa.

— Não se chateie, vão ter vários projetos te esperando. — Ela sorriu largo de novo.

— Espero que sim. A senhorita vai comandar o projeto do museu? Está todo mundo curioso sobre. — Perguntou me fazendo sorrir.

— Não sei, esse projeto é muito importante para cidade. — Respirei fundo.

— Por isso te chamaram, você é a melhor no que faz. — Neguei ajeitando meu óculos.

— Não sou. — Respirei fundo novamente, não gostava desse termo, “a melhor”.

— Eu preciso ir agora unnie, mas volto logo. — Ela disse segurando sua bolsa azul, ele sempre é muito colorida.

—  Tenha um bom dia. — Desejei acenando.

Foi o prazo dela sair da minha sala meu celular começou a tocar, eu simplesmente não queria atender. Meus pais não param de me ligar, a todo o momento, eu não aguento mais. Isso tem motivo.
Meu querido irmão mais novo irá se casar, meu irmão mais novo. Enquanto eu sou a solteira da família. Mas tem um único problema, eles não sabem que eu estou solteira. Eu inventei a maior mentira já inventada, para meus pais. Sim, um relacionamento de mentira, estou namorando  a um ano e meio, com um engenheiro civil.  Onde em toda minha vida eu namoraria um engenheiro? No entanto eu namoro. E eu sei que se eu chegar no casamento do meu irmão, estando solteira, literalmente toda a família vai cair matando em cima de mim. Por mais que eu não me importe muito com isso, meu orgulho me matava por dentro, como se mesmo eu sendo o que sou, as pessoas vão basear na minha vida amorosa “fracassada” para distinguir se estou bem ou não.

— Alô — Atendi pois não aguentava mais.

Bom dia filha! — A voz de minha mãe soou pelo meu ouvido. — Estava ocupada?

— Na verdade não. — Suspirei percebendo uma falha no desenho. — Mas agora estou.

Filha quando vem para o casamento? — Revirei os olhos.

— Posso ir no dia? Eu tenho algumas coisas para fazer. — Mordi o lábio.

Sabe quantas vezes você veio para nós visitar depois que saiu da cidade? Cinco. — Mentira. — Então a resposta é não. Você virá cinco dias antes e passará toda a semana conosco! Seu irmão está muito feliz só falta você aqui. — Pensando por um lado, seria horrível fazer isso com meu irmão.

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