Três

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Tempos Atuais.

- Puta merda! Não acredito! É sério? Diga-me o que aconteceu e não deixe nenhum detalhe de fora!

Amelia colega de quarto dela estava praticamente pulando de empolgação.

- Eu acabei de dizer... encontrei um K no parque. - Camila esfregou as têmporas, sentindo a onda de tensão em torno da cabeça depois da overdosede adrenalina que tivera mais cedo. - Ela se sentou no banco perto de mim e conversou comigo por alguns minutos. Depois, eu disse que tinha que ir embora e saí.

- Desse jeito? E o que ela queria?

- Eu não sei. Perguntei isso a ela, que só disse que queria conversar.

- É, certo, e porcos conseguem voar.

Amélia descartou aquela possibilidade tanto quanto Camila o fizera. - Não, sério, ela não tentou beber o seu sangue nem nada parecido?

- Não, ela não fez nada. - Exceto tocar levemente na mão dela. - Só perguntou o meu nome e disse o dela.

Os olhos de Dahyun agora se pareciam com enormes pires castanhos. - Ela disse o nome dela? E qual é?

- Lauren

- É claro, Lauren, mas pera onde tem o K?.

- Eu não sei?

O senso de humor de Dahyun. se manifestava nos momentos mais estranhos. As duas riram do ridículo da frase.

- Você soube imediatamente que ela era um K? Qual era a aparência dela? - Recuperando-se, Amelia Dahyun continuou com as perguntas.

- Sim, soube. - Camila pensou novamente naquele primeiro momento em que o vira. Como sabia? Foram os olhos dela? Ou algo instintivo nela que sabia reconhecer uma predadora quando a via? — Acho que foi alguma coisa no jeito como ela se movia. É difícil descrever. Decididamente, não era humana. Ele se parecia muito com os Ks que se vê na TV: era alta, bonita daquela forma particular que elas têm e tinha olhos com aparência estranha, quase amarelos mas era um verdes.

- Uau, não acredito nisso. - Amelia andava em círculos pelo quarto. -  Como ela falou com você? Como era a voz dela?

Camila soltou um suspiro.  - Na próxima vez que eu for emboscada no parque por uma extraterrestre, lembrarei de ter um gravador à mão.

- Ora, vamos, até parece que não estaria curiosa se estivesse no meu lugar.

É verdade, Amelia tinha razão. Suspirando novamente, Camila contou oencontro inteiro para a colega de quarto com todos os detalhes, deixando de fora apenas o breve momento em que a mão dela encostara na dela. Por algum motivo estranho, aquele toque, e a reação dela, pareciam algo particular.

- Então, você disse "tchau" e ela disse que veria você outra hora? Ah, meu Deus, você sabe o que isso significa?

Longe de satisfazer Amélia, a história detalhada pareceu deixá-la ainda mais empolgada. Ela estava quase batendo contra as paredes.

- Não, o quê?

Camila se sentia cansada e esgotada. Era algo parecido com a sensação depois de uma entrevista ou uma prova, quando tudo o que queria era dar ao pobre cérebro sobrecarregado uma chance de espairecer. Talvez só devesse ter contado a Amelia sobre o encontro no dia seguinte, depois de ter a oportunidade de relaxar um pouco.

- Ela quer se encontrar com você de novo!

- O quê? Por quê?

O cansaço de Camila subitamente desapareceu quando uma onda de adrenalina percorreu-lhe o corpo. - É só uma figura de linguagem! Tenho certeza de que ela não quis dizer nada com isso. Inglês nem é o idioma nativo dela! Por que ela ia querer me encontrar novamente?

KrinarsOnde histórias criam vida. Descubra agora