16-16 Tsundere

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Chapeuzinho vermelho, pela floresta rolou, andou, uma árvore veio, puff, ketchup virou. Me explica essa brisa Miyuki. De qualquer forma, estou caminhando pela floresta já imaginando o doce grito de desespero que vou tirar do 16, vai ser o melhor dia da minha vida, estou preparando um plano perfeito para aproveitar o máximo esse momento e ele está quase pronto mas ainda tem uma questão pendente. Eu devo deixar ele vivo? Uma coisa é certeza, eu não vou acabar a vida dele com a minha música, seria um insulto a minha habilidade o alimentar com essa alma grosseira, só o alimento com carne de primeira, digo, alma.

Agora está entediante, eu poderia localizar ele rapidinho com meu nen, mas qual é a diversão nisso? E eu ainda tenho alguns dias, não quero me apressar e morrer de tédio depois, por hora vou aproveitar que estou com sono e dormir um pouco. Acho que em cima de uma árvore, encontrei a maior árvore que eu vi e comecei a minha nova missão de escalar ela. E é óbvio que a minha pessoa, muito avoada, escorregou e caiu. Agora estou esparramada no chão, de costas no chão, exatamente como eu cai, eu nao sei o porque eu insisto em tentar subir em árvores, eu claramente tenho zero talento para isso.

Flashback

Eu e onii-chan fomos brincar na floresta. A gente faz isso quase todos os dias, algumas vezes a mamãe também vem com a gente mas hoje ela não veio, ela disse que queria praticar sua música então tudo bem porque ela fica muito feliz fazendo isso. A gente tá escalando a árvore mais alta que achamos, eu quase cai mas meu onii-chan me salvou, ele acabou me dando um sermão sobre prestar mais atenção e ter mais cuidado mas eu sei que ele fez isso porque ele se importa comigo.

Fim do flashback

Por que eu tô lembrando dessas coisas? E por que eu estou quase chorando? Para com isso yuki, ele tá bem. Ele não morreu. Ele não morreu. Ele está seguro e feliz em algum lugar e eu vou encontrar ele. Ele não está morto. E eu estou mentindo pra mim mesma. Não. Não estou mentindo. Ele tá bem. Ele não morreu. Eu sinto que ele morreu. Mas não quero acreditar nisso. Não vou acreditar nisso. Agora eu já estava sentada, abraçando minhas pernas e escondendo minha cabeça com meus braços, tentando ficar o menor possível para fingir que não existo.

"Miyuki?" Quais são as chances de ele me encontrar assim, nesse estado deplorável, no meio da ilha?

"kil. O-oque você tá fazendo aqui?" *desesperadamente tentando secar as lágrimas*

"eu só tava an- pera, você tava chorando?"

"Não creio sherlock" ele se sentou ao meu lado. Estou no fundo do poço mas isso não significa que não tenho mais meu humor questionável.

"hora daquela conversa que você estava me devendo então, o que aconteceu" ele disse se sentando à minha frente.

"Nad-"

"nem vem com esse negócio de *imitando uma voz extremamente fina e meio desafinada* nada, estou bem *fim da voz estranha*, desembucha logo".

"que amoroso, eu vou fingir que nunca ouvi essa voz para continuar a amizade... é só meu irmão, eu disse que eu tô procurando ele, a verdade é que eu nem sei se ele está vivo, me disseram que ele morreu, mas não quero acreditar nisso. Eu não acredito nisso, ele não poderia só ter morrido assim né? Ele falou que ia sempre me proteger" o kil me olhava compreensível enquanto eu explicava com minha voz meio desajeitada pelo choro "então eu coloquei na minha cabeça que ele conseguiu fugir de onde a gente estava e se tornou Hunter, para depois conseguir me tirar dali. Não me olha com essa cara, no fundo eu sei que isso não aconteceu mas eu me contive com a mentira bonita, cada vez que eu penso sobre isso mais eu percebo o quanto estou mentindo para mim mesma, mas deve existir aquela pequena chance não acha? Dele ainda estar vivo." sinto que falei demais.

"se tem mesmo essa chance, eu te ajudo a procurar por ele e se esse não for o caso, eu posso te abraçar quando você quiser chorar". Ele é muito perfeito, obrigada por tudo kil "onde é que vocês estavam que precisava fugir?" Mas também é muito enxerido.

"ah isso é uma longa história". Talvez eu possa só me fazer de sonsa e fingir que eu não disse essa parte de fugir.

"tô esperando".

"quer mesmo saber?" ele fez que sim com a cabeça. "resumindo era um centro de pesquisa, bem ilegal, eu estava lá desde quando tinha uns 9 anos. Quando tinha oito minha mãe morreu, ela estava doente, meu pai não levou isso muito bem e um tempo depois decidiu ser uma ótima ideia vender os filhos para comprar mais bebida, ótimo pai né? Poderia ter sido pior, digo, se ele nos vendesse para um velho tarado, pelo menos ele teve a consideração de por em um lugar não sexual. Não se preocupe, depois que eu saí do laboratório eu dei uma passadinha para aquele velho em nome dos bons velhos tempos. É isso, fim da história, agora você sabe literalmente tudo sobre mim." Nao da nem para falar alguma coisa seria como isso sem ser sarcástica um pouco.

"eu te entendo, um pouco, meus pais me fizeram passar por esse treinamento especial de assassinos, que era outro nome para tortura, sabe, daquilo de que tolerancia a dor é importante para ser um bom assassino".

"nossa, somos muito gêmeos hahhaha".

"você passou por isso também então? "

"aham"

"sinto muito".

"literalmente o mesmo aconteceu com você".

"mesmo assim, para alguém como você passar por isso dev-".

"você tá me chamando de fraca? Que macho opressor".

"Eu não quis dizer isso! Você é forte. Quero dizer, você é normal". O tsundere ataca novamente

"tsundere".

"aã? EU NÃO SOU TSUNDERE, BAAKA" Ele falou isso com a cabeça virada, me evitando.

"fofo"

"EEH??" agora tá virada para mim, mas completamente vermelho.

"hahhaha" Depois de um tempo ele acabou rindo comigo.

I see red - hxh fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora