Era como se a estrada para Huddsville nunca mudasse, estar de volta depois de tanto tempo fora trazia recordações por onde quer que passasse com o carro.
Sorriu por se lembrar que quando mais novo não tinha um carro como tem agora, dirigia o Mustang velho de sua mãe, sentia tanta falta daquela época. Era um misto de nostalgia e tristeza estar de volta.
Estar ali o fazia lembrar das pessoas que deixou e certamente as perdeu, fazia-o lembrar de Alice.
Volta os olhos azuis piscina ao caminho e coça a barba escura a fazer que contorna seus lábios finos.
Como sempre uma leve garoa está caindo sobre aquela floresta com névoa saindo entre às árvores.
Em uma cidade onde a população nunca passou de três mil e seiscentos habitantes. Um assassinato era motivo de reforço policial.
Fica pior quando se tratava de um duplo homicídio.
Connor dirige até parar na residência dos White, de longe foi possível ver a perícia, polícia e alguns repórteres locais tentando achar qualquer deixa, já que aquele seria o assunto do ano naquela cidade que geralmente nada acontecia.
Desceu do carro colocando aquela jaqueta preta que contrastou bem com seu tom de pele claro, segue direção as barreiras policiais e mostra seu distintivo passando para o interior da mesma, de longe pode ver partes do corpo sendo fotografados.
Myles Donovan, o xerife se aproxima nitidamente desconfortável com aquela situação, toca o ombro de Connor como cumprimento e força um sorriso fitando os olhos azuis no homem:
— Faz um bom tempo que não te vejo. — Sorriu em forma de cumprimento:
— O que acabou com o tom acolhedor e seguro de Huddsville?
— Faz mais de dez anos que estou na polícia, nunca vi nada parecido. — Connor pode sentir o pesar no tom do xerife, volta a atenção a todos que trabalhavam naquele caso e constata:
— Quando me chamou, percebi que as coisas realmente estavam feias.
— É melhor vir ver. — O xerife foi a frente sendo acompanhado pelo detetive.
Podia ver sangue fazendo uma trilha que ia da casa até onde o corpo estava, sem contar por alguns membros do corpo que ficaram no caminho.
Não conseguiu esconder a expressão de espanto.
Volta os olhos na janela do segundo andar quebrada, tinha sangue vindo da direção o que ficava evidente que a garota foi lançada de lá. Estava com o corpo mais a frente coberto para evitar que jornalistas locais tirassem alguma foto inconveniente. O xerife indaga:
— Já assistiu ao vídeo?
— Vídeo?
— Parece que não se adiantou muito, detetive.
— Assim que me ligou eu arrumei minhas coisas e peguei a estrada, não tive tempo de estudar o caso.
Uma policial se aproxima, tem cabelo castanho e de um liso pesado um pouco abaixo dos ombros, olhos grandes e verdes levemente puxados e traços delicados embora demonstre ser firme. Entrega um tablet a Connor:
— Postaram as mortes em um site da Dark Web, seja quem for que esteja fazendo essa atrocidade, parece estar dirigindo um "filme de terror". — Connor pega o mesmo fitando a mulher por alguns segundos, que se apresenta — Sou a oficial Sarah Blake, pedi transferência de Chicago para cá há algumas semanas.
Connor gesticula com a cabeça um cumprimento e antes que assistisse ao vídeo questiona:
— Já acharam alguma pista? Se existe uma postagem, tem de ter um login, um endereço, não é tão difícil chegar ao IP do responsável. — A oficial sorrir como se fosse óbvio:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Roteiro da Morte
HorrorHuddsville é uma pacata cidade do interior, onde assassinatos sangrentos baseados em um bestseller de um escritor local começam a ser reproduzidos com jovens da cidade. O detetive Connor Davies, retorna a sua cidade natal onde tem um passado do qua...