Capítulo Três

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Passaram-se segundos constrangedores de Tom encarando Luna em silêncio. A loira esperava uma resposta, porém quando viu que o garoto não tinha intenções de falar, soltou um breve suspiro.

- "Eu sei o que aconteceu com você e eu prometo que não vou te machucar." - Ele direcionou uma das mãos para o bolso do vestido, fazendo Tom recuar e se assustar ainda mais, parecendo pronto para atacá-la a qualquer sinal de hostilidade. Luna lentamente levantou as mãos, colocando-as à vista do garoto. - "Eu só vou pegar algo no meu bolso, não é nada para te machucar... Confie em mim, sim?"

Luna não se mexeu mais, esperando Tom esboçar uma reação primeiro. Em seu interior, ela suspirou em dor, se perguntando que tipo de coisa essa criança tinha visto para se ficar assim tão assustada. Considerando o estado em que encontrou a mansão, certamente foram visões traumatizantes. Vampiros deixam um rastro de morte por onde passam, e dessa vez não seria diferente. Ela agradecia a deusa que a criança havia sobrevivido, se não, era impossível prever o futuro deste pobre mundo.

- "Porque eu ainda estou vivo..?" - Foi a primeira frase que a criança falou para si e Luna sentiu aquilo doer em seu coração, sua visão ficando embaçada pelas lágrimas.

- "Eu não sei... eu... sinto muito." - Ela novamente estendeu a mão para o bolso em seu vestido e dessa vez Tom não reagiu. De dentro, ela puxou um pequeno objeto e estendeu para a criança. - "Isso era da sua amiga, não é?"

Aquilo atraiu a atenção do garoto, que prendeu a respiração ao ver o que estava nas mãos de Luna. Hesitantemente, ele finalmente se mexeu na direção da loira, os dedos trêmulos de envolvendo ao redor da pequena presilha azul. Ele segurou como se fosse um pequeno tesouro, algo que se quebraria com o mínimo de força.

- "Ela está morta..." - Não era uma pergunta. Tom estava afirmando aquilo para si mesmo. Nagini estava realmente morta e ali estava a confirmação. Sua única amiga...

Ele sentiu os braços de Luna envolverem seu corpo e uma carícia em seu cabelo. Nem sequer percebendo quando havia começado a chorar. Ele apertou a presilha contra seu peito, sentindo aquele local doer como nunca. Algo que transcendia a dor física. Ele conseguia ouvir as palavras de consolo de Luna e sabia que ela estava chorando também, embora aquelas palavras passassem como uma brisa por sua mente e nada ficasse gravado.

oOo

Então aquela ela a criança que seria sua queda. Harry observou atentamente o herdeiro  esquecido dos Riddle e, bem, o único Riddle vivo agora, mas não por muito tempo se dependesse de si. Ele era exatamente como dizia a profecia... Uma pena que tivesse que matá-lo, ele seria uma bela rosa branca e imaculada quando crescesse. Agora, ele teria que manchar aquela rosa de vermelho.

Sua breve distração custou a fuga da criança e sua guardiã o atacando. Harry riu, como se ela pudesse o matar. Ele a fez gritar alto e a matou lentamente, para que o pequeno Tom escutasse atentamente.

Ele passou por cima do corpo jogado no chão, deixando seus cavaleiros se divertirem com o banquete enquanto ele seguia a criança. Era como um jogo de gato e rato, ele poderia acabar com isso a qualquer momento, mas ele gostava de ver o desespero da criança correndo por sua vida.

O pequeno Tom correu direto para dentro da floresta e Harry o seguiu mesmo assim, não poderia deixar sua pequena rosa morrer nas mãos daqueles animais brutais, não, ele iria morrer unicamente pelas suas mãos.

Ele viu quando o garoto caiu e mesmo assim continuou correndo até não aguentar mais, ele viu todo o desespero e angústia da sua pequena rosa, o choro de pura dor. Harry assistiu tudo a distância. Só indo embora quando a ninfa chegou e levou a criança para sua casa. Ele sabia que a Lovegood cuidaria da sua rosa e a faria florescer... uma bela rosa branca que ficaria linda em seu jardim.

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