Capítulo 31

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Eu estava abismada com Jason se infiltrando perfeitamente nessa família tão complicada. Ele estava sendo tão doce, gentil e conversava tão bem. Sua voz exaltava confiança em si mesmo. Durante o jantar rolaram algumas perguntas sobre sua profissão e ele respondeu todas calmamente mas com muita convicção.

-Em outras palavras mais fáceis e resumidas... eu sou CEO na empresa zara de Nova Iorque e estou como presidente da dior. - Dessa parte eu não sabia. E junto de todos a mesa fiquei surpresa por ser uma marca muito famosa também mundialmente. -Mas, eu pretendo deixá-la aos cuidados do meu pai que é o CEO da Dior já, pretendo vender a zara a ele. Andei pensando em abrir uma nova aqui no Brasil.

Olho para ele não sabendo distinguir se ele fala a verdade ou não sobre o assunto. Ele me olha por um breve momento da uma piscadinha sorrindo.

Filho da Mãe
Que homem gostoso
Tinha que ser crime seduzir os outros assim

-Isso não é arriscado? Deixar uma multimarca famosa de lado para começar uma do zero? Não acha que pode perder dinheiro ? - Meu pai finalmente disse algo.

Sinceramente, senhor. Não me importo se isso acontecer. Eu tenho dinheiro de sobra que ganhei como fruto do meu trabalho duro no meio empresarial. Agora que tenho essa ideia, não sinto medo em arriscar. Eu confio no meu potencial e acredito que posso fazer um bom trabalho seja lá ou aqui no Brasil. - ele bebe um pouco do champanhe na taça. - Mas se caso acontecer e eu perder dinheiro, posso ganhar de novo depois então não estou preocupado com dinheiro. De qualquer forma, minha prioridade no momento é ficar o mais perto possível da minha filha, e da mulher que eu amo.

-mulher que ama? - deixo escapar sem querer e o que era para ser apenas um pensamento se tornou motivo de olhares de todos a mesa.

Opa.
Eu juro que só era para ser um pensamento mas eu fiquei tão surpresa que se estivesse bebendo uma bebida eu teria engasgado na hora.

Sei que estamos atuando mas ele faz isso tão bem que parece real até mesmo para mim.

-Sim, meu amor. Você é a mulher que eu tanto amo e não aceito ficar longe, e como temos a nossa pequena Alice, é mais um motivo ao qual me faz querer estar sempre por perto. Porque eu quero proteger vocês duas de tudo. Vocês duas são tudo para mim e eu amo demais vocês.

-Beija, beija, beija... - Tia Lúcia batia palmas cantarolando e Alice  a acompanhava.

-Tia... Não estamos no ensino médio. - Digo e Jason ri.

-Desculpem, me empolguei. Eu realmente estou apaixonada por vocês. Parecem um casal tão unidos, uma família tão feliz. - Ela limpa uma lágrima. - Eu estou tão feliz por saber que você está bem minha sobrinha querida.

-Tia... está chorando? - eu rio e estico o braço por cima da mesa para segurar sua mão.

-Só estou feliz, muito feliz.

-Papai, eu quero isso também. - Alice diz fazendo a atenção ir para ela. Ela apontava para a taça de champanhe de Jason.

-Esse não pode, pequena. O seu é este aqui. - Ele pega a garrafa de suco põe em seu copo. Que começa a beber sem reclamar.

-Tão obediente, incrível. Você não era assim Sophia.- Minha mãe diz e eu sorrio.

-Como ela era ? - Jason questiona.

-Não faça isso. Não fale mãe.

-Quando criança, não deixava nada parar no lugar e odiava ficar parada. Ela adorava implicar com o pai e desligava a televisão quando ele estava assistindo algo e depois corria. Sempre tinha que aprontar alguma, desde besouros no sofá a fermento de bolo pela casa.  Meus fios de cabelo branco nasceram antes da hora por causa dela.

-Meu Deus! -Jason me olha como se minha vida estivesse em suas mãos agora por ter descoberto algo precioso do meu passado.

-O que é? - Eu o encaro também. - Eu era uma criança inquieta, mas e daí ? 

Cruzo os braços.

-Mamãe eu também posso pegar besouros? - Alice diz. Ótimo agora ela vai querer fazer também.

-Não, eles são nojentos.

- Você já terminou de comer filha ? Jason muda o assunto e ela responde que terminou .

- Posso trazer a sobremesa? - Tia Isadora  disse e assim que minha mãe assentiu ela se retirou.

-Você não vai comer tudo, vovô? A mamãe sempre diz que é feio não comer tudo que está no prato. - Alice diz encarando meu pai ao ver seu prato parado com metade da comida ainda. 

-Alice! -Digo como forma de fazer ela não falar mais do que já disse.

-Não deixa ela. Você está certa. - Ele ri. - Eu vou comer, está bem?

-Muito bem. - Ela diz sorrindo.

Tia Lúcia morria de rir, eu quase morria de vergonha e Jason mal disfarçava sua risada. Minha mãe olhava o celular novamente e mal prestava atenção no que falávamos.

Parece ter algo estranho. Não sei, pode ser só impressão minha. Talvez seja apenas isso, afinal quanto tempo faz que não tenho uma ligação de intimidade com meus pais para saber se há ou não algo errado? Já faz tanto tempo isso, que eu nem consigo saber dizer o que pode ser esse clima pesado.

O restante do jantar foi mais tranquilo e o clima ficou leve após Alice começar a cantar umas musiquinhas que havia aprendido na internet.

Eu estava sentava em uma cadeira na beira da piscina no quintal atrás da casa e o pensamento estava longe sobre o passado. Mesmo dos fundos eu ainda conseguia ouvir a voz de Ali rindo de dentro da casa num eco. Ela provavelmente ria de alguma história doida da tia Lúcia. Sempre foi cheia delas. Tiro os saltos que já estavam começando a doer os meus pés e jogo eles ao lado da cadeira.

-Pensando na vida ? - Jason chega e se do meu lado oposto da mesa.

-Pior que sim. -Sorrio e massageio meus pés.

-Você se lembra do dia no acampamento em que tivemos que sair em pares para fazer aquela brincadeira idiota de achar os bilhetes da sorte?

-Claro. Foi mesmo idiota. - Eu rio. - Eu estava brava com você naquele dia, e mesmo assim tive que ir com você porque as duplas eram fixas. Lembro que fui na frente emburrada e te ignorei a maioria do caminho.

-Estava com ciúmes de mim com a Mia, mas não quis admitir. - Ele ri e eu reviro os olhos.

-Não estava nada. Não me lembro mas aposto que o motivo era outro.

-Qualquer que for o motivo, envolve uma garota e você ficar com ciúmes.

-Ciúmes, eu? Até parece.

-Continua a mesma. Negando os próprios sentimentos. - Ele encara o céu e eu o acompanho, vendo o quanto estava estrelado.

Por algum motivo o ar parecia mais fresco do que antes quando cheguei, de algum modo tudo fica melhor quando Jason está ao meu lado.

Dear, DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora