Capítulo 7

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Olhando pela janela do avião, pude ter o prazer de acompanhar o pôr do sol. Seus reflexos batiam na janela e tudo o que eu pensava era que gostaria de estar compartilhando esse momento com a minha filha, e a Pam. Mas como nem tudo é como queremos... É uma viajem a trabalho e eu acabei perdendo o primeiro voo e tive que esperar no aeroporto por mais cinco horas. Vou direto para o local por conta do horário que chegarei. Eu ficarei apenas por três dias, então combinei que Pam e Alice iriam vir amanhã, em um horário melhor para Ali. Elas não iriam vir, mas eu realmente não consigo ficar longe da minha Alice. Então ao invés dela ficar no Brasil com Pam, por que não ela também vir para Nova Iorque ? O hotel já foi reservado pela empresa, acho que da para ficarmos no mesmo quarto não é?
Às vezes parece que eu exploro a Pam não é mesmo ? Afinal, ela já é uma senhora. Mas vou-lhes dizer que tudo começou quando ela mesma se ofereceu a cuidar da Alice para que eu possa trabalhar. E do jeito que ela era tão sozinha, eu também achei que fosse uma boa, e não errei. Mas claro, que mesmo contra a vontade de Pam, eu pago um valor mensalmente a ela, então podemos dizer que ela é legalmente uma babá oficial da Ali.

Assim que pude sentir o chão nova-iorquino, respirei aliviada. Nunca gostei de alturas e isso inclui aviões - principalmente eles - mas pelo menos me sinto bem... Tirando essa tontura que sinto, que é passageira, está tudo certo.

Parei no banheiro do aeroporto para retocar a minha maquiagem e trocar de roupa o que levou menos que 15 minutos. Termino bem rápido e mando mensagem para Pam avisando que cheguei bem para que ela não se preocupe com nada.

No evento, que aconteceu em um salão onde montaram um pequeno palco para que o autor possa falar sobre esse sucesso inesperado em seu primeiro livro.

Eu sozinha, sem conhecer absolutamente ninguém, tirando a garçonete que eu havia dito "eu aceito" umas 5 vezes para seus drinks coloridos que distribuía em bandeja arredondada, que por sinal... era uma delícia esses drinks. Resolvi sair do meio do salão e ir para mais perto do palco, porque se aquela mulher, cujo nome acabei descobrindo que é Melanie passar de novo perto de mim: 1) eu vou pegar outro drink, sendo que eu não posso ficar de jeito nenhum bêbada e 2) Vou descobrir sua idade, onde mora e se tem filhos. Geralmente eu não pergunto sobre a vida de ninguém, acho que eu deveria ter parado no primeiro drink colorido ao qual nem sei o que é.

-Fico lisonjeado por te conhecer, e saber que terei a honra de ser mais conhecido pelos queridos brasileiros. - Diz August, o autor do livro descendo do palco depois de belas e longas palavras.

-A honra é toda minha por ter essa chance. - Estendo a mão e homem educado a pega enquanto sorri.

-Um drink para esta bela moça, por favor. - Ele levanta a mão para chamar a atenção de um dos garçons ali presente.

-A... não, não precisa. Eu acho que já tomei demais. -Sorrio e ele faz sinal para que o garçom pudesse voltar ao seu destino anterior.

-Está bem, está bem! - ele ri. - Cada um sabe onde são seus limites, não é verdade?

Repórteres chegaram e começaram a tirar fotos de todos, até que chamaram o August para uma pequena entrevista ao vivo.

-Eu já volto. Fique a vontade senhorita. - August passa a mão pelo meu ombro antes de sair com os repórteres para longe de minha visão.

Entre algumas músicas clássicas e popular, pego outro drink sem saber o que fazer mas me prometo que será realmente o último agora.

Saio do salão para tomar um ar onde não tenha flashes e vejo que August está logo na porta conversando com outro homem. Vendo que terei que passar por ele, resolvo avisa-lo que já voltarei para que ele não ache que eu vá embora porque está chato ou algo do tipo e me achar uma péssima profissional.

-Desculpa atrapalhar a conversa de vocês. - Digo assim que me aproximo, com o olhar baixo. - August, irei fazer uma ligação, eu volto logo.

Enfim encaro seu rosto e está simples, sem expressão... Até que surge um sorriso em seu rosto.

-Sophia. - Ele diz como se estivesse feliz em me ver. -Fique tranquila, faça o que quiser. Mas antes, quero lhe apresentar o meu irmãozinho.

Ele entende sua mão apontando para o homem de terno em sua frente e eu enfim, olho para o rosto do seu "irmãozinho" e quase tenho um treco.
Fico totalmente sem reação e minha boca se abre assustada e sem reação. E pelo visto, eu não era a única que não estava acreditando no que estava vendo, ou melhor, quem.

-SOPHIA?
-JASON?

Dear, DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora