Capítulo 32

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Jason havia saído para buscar água na casa quando escuto passos atrás de mim. menos de 2 minutos, rápido.

-Foi deslizando pelo piso ou o que ?- eu rio antes de virar a cabeça para ver e saber que na verdade não era ele e sim, minha tia Isadora.

-Vejo que se deu bem na vida. - Ela se senta a cadeira que antes Jason ocupara.

-O que quer dizer com isso?

-Não se faça de boba, tá com ele pelo dinheiro não é ? -Ela cutuca meu braço com o cotovelo. - Não te julgo na verdade, ninguém conseguiria aguentar a barra sozinha mesmo. Se é que me entende... Manter casa, criar uma filha...

-Ai meu Deus. O que você acha que eu sou? Sempre soube que nunca gostou muito de mim. Mas sinto em lhe informar que eu mesma sustento a mim e a minha filha, e mantenho a minha casa sozinha. Nunca precisei e ainda não preciso do dinheiro de homem nenhum.

-Nunca disse que não gosto de você.

-Nunca nem precisou.

-Tanto faz. Mas e ele, é mesmo o pai dela?

Não posso acreditar no que estou ouvindo. Eu já estava pronta para dar lhe uma resposta bem completa sobre ela não se meter na minha vida e nunca mais me perguntar essas coisas totalmente ridículas. Mas antes que pudesse abrir a boca Jason chega por trás e apoia com força o copo de água sobre a mesa.

Eu o encaro e ele sorri para mim.

-Está tudo bem meu amor? - Ele se agacha a minha frente e apoia as mãos sobre as minhas coxas enquanto me olhava profundamente.

-Está sim.- Sorrio e ajeito seu cabelo.

-Alice quer te mostrar a nova coleção do avô de miniaturas de carros. Beba a água e vamos entrar.

Bebo a água e dou uma leve olhada para Isadora antes de me levantar e seguir Jason para dentro da casa.

No final das contas Alice acabou ganhando um dos carrinhos em miniatura do meu pai, mas antes teve que prometer a ele que cuidaria perfeitamente dele.

No final já era 22:20 horas e Alice que dormia cedo Já estava cochilando e sua cabeça caia para os lados algumas vezes. Peguei-a do grande sofá na sala e a suspendi no colo sobre meus ombros. Meus Deus, ele já estava ficando tão pesada.

-Deixa que eu a levo.- Jason disse educadamente.

-Não, pode deixar. - Respondo ao ver que Alice já havia dormido totalmente naquele momento. - Se não ela vai acordar e vai perder o sono.

-Tudo bem. Então me deixe levar a bolsa. - Eu entrego a bolsa a ele.

Já estava na hora de irmos embora e fomos nos despedir de todos. Não vi novamente Isadora mas ouvi dizerem que ela tinha ido para o quarto em que dormirá hoje, então não fui nem mesmo me despedir dela. E por mais que pareça falta de educação da minha parte, não gostei nenhum pouco do que ouvi sair de sua boca hoje, então foi até bom não vê-la novamente pelo restante da noite naquele dia. Me despedi dos outros e eles nos acompanharam até o carro. Segundo tia Lúcia ela iria nos visitar em breve. Durante aquela noite enquanto conversava com minha mãe notei algo estranho sobre como ela falava quando eu comentava algo do meu pai, minha intenção diz que eles brigaram feio. Mas realmente não vou me meter nisso. Não seria a primeira vez.

Nossa volta foi tranquila. Desci do carro e Jason me ajudou por conta de estar com Alice adormecida no colo.

-Obrigada por hoje e me desculpa por qualquer coisa.- Disse sincera.

-Sabe que não precisa agradecer.

-Há algo errado? - Pergunto a sua expressão pensativa demais .

-Eu não estava escutando de propósito mas sem querer ouvi o final da sua conversa com sua tia. Desculpa.

-Ela sempre foi muito difícil de lidar. Tudo bem.

-Escuta Sophia... Não que eu não acredite ou algo assim mas Ali é realmente a minha filha não é? Não me leve a mal, mas é que eu fui pego tão desprevenido do nada. Eu acredito em você, é por isso que agora levantei a questão. Não gostaria de ser pego desprevenido de novo e descobrir que ela não é a minha filha depois de eu ter me apegado tanto a ela.

-Meu Deus, Jason. É sério isso?  - Incrédula. Troco Alice de braço pois já havia começado a ficar dolorido com o seu peso. - Se ainda havia dúvidas sobre isso, mesmo ela sendo a sua cara. Por que não pediu um teste de DNA. Assim, poderia confiar em mim após ver escrito num papel.

-Não é bem assim. Tenta entender o meu lado, Sophia. Eu não pretendia te chatear, apenas eu...

-A por favor né Jason. Achou que eu me sentiria como? Primeiro minha tia sugere que eu estou com você por dinheiro e depois que Ali não é sua filha. Agora você, vem me perguntando o mesmo sobre a Ali.  Por um segundo, Jason. Um mero segundo. Eu gostaria de saber que tipo de pessoa você pensa que eu seja. Por que para duvidar de algo assim, me faz parecer ser a pior pessoa e mãe do mundo. Mas se você quer saber, eu amo tanto a minha filha que nunca mentiria para ela ou iria deixar que ela se aproximasse tanto emocionante de um cara ao qual não seria seu pai de verdade. Não sou louca de dizer a minha filha que um homem é o pai dela sem realmente ser.

-Eu tinha que perguntar...

-Não que te interesse, Jason. Afinal eu não sou nada sua, apenas Alice e você tem algo porque sim, é o pai dela. Mas nós... nós não temos nada então não lhe devo nenhuma explicação sobre minha vida particular.  -Respiro profundamente  ainda brava, tentando me acalmar. - Mas mesmo assim, te digo que eu nunca tive relações sexuais com outro homem. Aquela vez, no acampamento, foi a primeira, e depois veio a Ali. Desde então meu tempo foi todo dela e nunca para algum  homem. Então, sinto muito, Jason. Mas não sou o tipo de mulher que tem em mente. Você foi o único.

-Eu não sabia.

-É. Geralmente as pessoas não sabem de muitas coisas da minha vida porque preferem inventar e falar sem saber a verdade. -Limpo uma lágrima que acabou escorrendo. Odeio ser tão sensível. - Mas sabe o que é mais engraçado? No final não importa saber de mim, pois todos acreditam no que os outros dizem.

-Não é que eu tenha acreditado no que escutei da sua tia, é que apenas eu fiquei confuso e acabei pensando demais.

-Ninguém pensa demais sem ter o que pensar. Se gastou seu tempo pensando nisso, é porque já lhe restava essa dúvida a algum tempo.

Troco Alice novamente de braço.  E olho para Jason esperando que ele dissesse algo, mas nada saia de sua boca. Algumas vezes ele chegou abrir a boca como se fosse dizer algo mas logo desistia. E o silêncio reinou naquela noite, na rua escura com aqueles postes de iluminação pública que sempre estragava e nem sempre havia iluminação, no máximo o que acontecia frequentemente, era que ficavam piscando. As lâmpadas não ficavam  acesas ou apagadas, elas apenas fazia os dois.

-Você é um idiota às vezes. -Quebro o silêncio.

-Eu sei. - Ele me surpreende por confirmar o que eu havia dito.  Geralmente ele é sempre cheio de elogios sobre si mesmo. Seu ego é alto.

-Ela está pesada. - Mexo a cabeça em direção a Alice. - E estou irritada. Então vou subir logo antes que eu fiquei ainda mais, ou os meus braços caiam com o peso dessa menina. 

Me viro e entro na portaria pronta para subir logo.  Só preciso deita-la em sua cama, tomar um banho e ir dormir. Amanhã acordo cedo para trabalhar e já estou sentindo o cansaço me invadir.
Quando cheguei em casa e dei uma rápida olhadinha pela janela Jason ainda estava ali parado. O que era estranho. Provavelmente pensando no quanto me magoou com aquela pergunta.

Deito Alice na cama e ela resmunga virando de lado na cama e se destapando. Puxo a coberta para cima do seu corpo novamente, vou até armário e pego mais um cobertor e estico por cima. Apago a luz e saio de seu quarto fechando a porta. Corro para o meu e escolho um pijama, sei que estava um clima frio hoje, mas não gosto de dormir com roupas de frio, por algum motivo fico me revirando na cama e nunca durmo. Quando está muito frio eu ainda me obrigo a vestir aqueles pijamas de frio. Mas gostar mesmo, não gosto nenhum pouco. E hoje apesar de estar frio, dentro de casa não estava tanto assim, a casa estava quentinha então escolhi um pijama bem de verão mesmo. Que por sinal, acho ele lindo. Eu me sentia confortável com ele. Ele era baseado em um cropped aveludado vermelho com uma faixa de renda preta no final e um shorts curto também vermelho e aveludado, mas havia um lindo detalhe em "v" nas laterais. Escuto meu celular apitar mas deixo para ver depois e vou para o banheiro tomar um banho, assim relaxar o corpo.

Dear, DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora