Capítulo 8

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Darach

Stiles abriu os olhos lentamente, sua visão entorpecida e marcada por manchas roxas e escuras. Forçou a si mesmo a mantê-los abertos e observar ao redor. Ele precisava ser forte, não podia desmaiar novamente.

O ambiente lembrava um porão abandonado consumido pela natureza, raízes extensas e fortes se enroscavam por todos os lados e o lugar cheirava à umidade e podridão.

Lentamente, Stiles olhou para si mesmo, os olhos lacrimejando com a dor aguda que sentiu. Cordas o prendiam em uma cadeira que rangia com o velho piso de madeira, os pulsos repletos de sangue seco.

Chamas pequenas e alaranjadas formavam um círculo em sua volta e deixavam o ambiente ainda mais quente, o calor maçante o impedindo de raciocinar claramente. Os fios de cabelo grudavam na testa com o suor e a blusa, antes branca e limpa, estava rasgada e escarlate.

Sua mente girava, perdendo a noção do tempo com os apagões e desmaios constantes, sem saber diferenciar o real das alucinações. Aquilo seria um pesadelo? Se pudesse ao menos beliscar o braço...

O mínimo movimento de sua mão cortou a pele alva, e ele sentiu o longo filete de sangue escorrer profusamente por seu pulso e gotejar ao chão, arrancando gritos de agonia de sua garganta. Havia algo nas cordas. Tentara escapar antes, e esse era o lembrete de que não deveria fazê-lo novamente.

— Não vou conseguir concluir o feitiço se as runas não permanecerem. — A voz de Darach era gélida e cortante, invadindo a mente de Stiles. — Mas confesso que é no mínimo interessante desenhá-las em você, de novo e de novo...

Stiles sufocou outro grito ao sentir a lâmina passear pelo seu braço, cortando a pele de forma lenta e profunda. Fechou os olhos com força, tentando impedir as lágrimas e desejando que aquilo parasse, que a dor lancinante que o consumia desaparecesse.

— Por que não reage mais, cria de Claudia? — Darach surgiu em seu campo de visão vestindo a aparência de uma humana qualquer, de uma simples professora. Falava de forma arrogante enquanto segurava a faca ensangüentada. — Ela fez um grande trabalho em você. Vou precisar de toda a minha energia...

— Eu... — Stiles começou, forçando seu corpo, inerte e fraco, para a frente e cuspindo sangue. — Odeio você.

— Estamos progredindo, então! Mas ouça, Stiles... — Darach tocou com a ponta dos dedos o sangue que escorria no queixo dele, erguendo seu rosto. — Você não tem ideia do quão especial é. Em seu interior há um potencial que Claudia manteve escondido por muito tempo.

— Pare de falar da minha mãe! — Stiles gritou, sua voz falhada e dolorosa, mantendo o constato visual com o ser. Como poderia saber algo de sua mãe? O que ela tinha a ver com isso?

— É disso que estou falando. Quero ver, assistir enquanto você tenta se soltar, grita, implora... — Subitamente, suas feições mudaram, abandonando a face bela e assumindo uma horrenda e repleta de cicatrizes, os olhos prateados brilhando em plena satisfação.

Stiles tentava gritar e resistir, permanecer consciente, mas suas pálpebras pesavam feito chumbo. E novamente a escuridão consumiu tudo ao seu redor, como se estivesse em uma caixa pequena, lutando por sua liberdade sem ao menos enxergar qualquer coisa a sua frente.

Deixe-me sair...

[...]

— Como assim? Do que você está falando? — Derek se sobressaltou, empurrando os cubos de gelo para longe de si e relanceando o olhar entre a mão de Lydia no seu pulso e Scott.

— Eu sei onde Stiles está. — Lydia soltou o pulso do Hale rapidamente, recompondo-se antes de falar. Ela não entendia o motivo, e muito menos como aquilo era possível, mas sentia no seu âmago. — Você precisa me ouvir, vocês precisam. Não faça isso!

Close Your Eyes • sterekOnde histórias criam vida. Descubra agora