Disseram que eu precisava virar a página e começar do zero, mas era impossível ser uma página em branco.
Depois de tantos anos sofrendo com medo do amanhã. Minhas páginas tem sangue dos adolescentes mortos pela PM no Rio de Janeiro, tem sangue da Marielle Franco, tem sangue dos LGBTQI+ mortos a cada momento pelo mundo que não aceita seu amor. Nas minhas páginas tem a dor das famílias que perderam seus entes queridos em Brumadinho e Mariana, tem a dor de milhares de famílias que não tem o que comer, tem a dor de milhares de pessoas que perderam algum parente nessa pandemia para um vírus que um presidente disse ser histeria.
Minhas páginas estão cheias de traumas, dores, medos, sangues, sofrimentos, não mande virara página, mas me ensine a viver sobre o caos que chamamos de mundo.
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(Des)esperança
Non-FictionPerdida no meio de um caos adulto, sou apenas uma garota que enxerga um mundo melhor ou ao menos tenta. Não quero perder a esperança em viver, mas parece impossível, por esse motivo escrevo. Sou o trauma de uma adolescente perdida com 13 anos, sou o...