Limpeza no porão

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Entrei em casa depois de quase sete horas no inferno; também conhecido como escola. Finalmente minha longa caminhada enfim havia acabado, varri meu olhar a frente procurando minha mãe pela sala e a sala de estar que por algum motivo não a encontrei, talvez ela estivesse dormindo. Caminhei lentamente em direção ao corredor vendo a escada para o segundo andar a direita, o corredor a minha frente que no fim dava a uma porta para os fundos do terreno, havias duas portas a esquerda e uma em baixo da escada; na qual era o meu destino, caminhei em direção e ao chegar dei um pequeno chute para abrir a porta, entrei e fiz o mesmo movimento para fechá-la. Prossegui até a cama enquanto retirava meus sapatos e jogava minha bolsa para um lado qualquer, feito isto me joguei no colchão macio sentindo meu corpo me agradecer mentalmente, fiquei ali olhando o teto branco enquanto ouvia uma música que um amigo meu havia me passado... Não era tão ruim! Permaneci desta forma por alguns minutos fitando o vazio branco até tomar coragem, me levantar e ir aos meus afazeres; troquei de roupa, arrumei minha cama e guardei meu material no armário. Quando tudo estava feito por ali me retirei do quarto vendo o corredor, mas alguma coisa me incomodava.

- Mãe! - a chamei sem ouvir alguma resposta, minha atenção foi atraída ao fim do corredor e vi que a portinha que ficava no chão estava aberta - Mãe? - chamei novamente enquanto me aproximava do local, ali ficava a entrada para o porão velho da casa e ao me aproximar por completo vi a escuridão que estava ali dentro, o barulho do vento passando pelas madeiras velhas da escada era assustador - Mãe... Você está aí embaixo? - perguntei ouvindo o meu eco como resposta, me calei por completo.

- BUUU!

- AHHH DEMÔNIO! - gritei como resposta enquanto me virava bruscamente dando de cara com a minha mãe que ria feito uma doida - Tá repreendido! - exclamei colocando a mão sobre o peito e respirando fundo enquanto ela ria da minha possível cara de susto. Esperei ela parar com a risada louca enquanto eu a olhava com uma cara de cu.

- Querida, como você está? - perguntou ela enquanto limpava uma lágrima e passava ao meu lado indo em direção as escadas para o porão.

- Afs, bem... - a vi descendo enquanto cantarolava uma música que não reconhecia, ela sumiu na escuridão e logo em seguida a luz lá de baixo acendeu - O que está fazendo? -

- Só limpando esse porão imundo! Estou aberta a ajudas, quem puder ajudar... - exclamou alto para que eu pudesse ouvir.

- Passo! - disse já me virando para sair de lá - Vou almoçar estou morrendo de fome! - disse ouvindo como resposta um ok, fui até a cozinha e abri a geladeira vendo um resto de lasanha da noite passada, coloquei no micro-ondas e liguei colocando o timer por volta de trinta e cinco, não gosto de comida muito quente. Sai indo em direção a sala e liguei a TV onde o primeiro canal passava o jornal; não estava afim de procurar algo melhor e deixei ali mesmo. Voltei a cozinha esperei mais um pouco e vuala, já estava pronto!

Tirei o pote, peguei um garfo e fui direto pra sala assistir enquanto comia.

- Os ataques parecem que não vão acabar tão cedo... - dizia o jornalista que continuou falando enquanto imagens das vítimas do dito cujo assassino eram mostradas pela tela, todas esfaqueadas no peito. Ouvi meu celular que havia trazido tocar ao lado e virei a cabeça vendo o nome palhacinha brotar, deslizei o dedo pelo botão verde atendendo a chamada.

- Pode falar! - ordenei com a boca cheia de comida, coloquei na viva voz e abaixei o volume da TV.

- Menina você tá vendo isso? - essa era a tal palhacinha, minha melhor amiga no telefone.

- Claro, os corpos não? - perguntei enfiando mais comida na boca e olhando pra TV fixamente.

- Espera, não. Que corpos? Em que canal?

UAP: A Sombra Da VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora