Capítulo 7.

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Any Gabrielly

2020

— Any, acorda.

Abro os olhos devagar para me acostumar com a claridade e vejo Hina com um sorrisinho no rosto.

— Chegamos. — diz Lamar enquanto passo meu olhar ao redor e vejo que estamos parados na pista. — Só falta a gente pra descer.

— Vamos então! — levanto correndo.

— Que isso? — Hina pergunta assustada enquanto ri.

— Eu que não vou ficar aqui dentro esperando mais alguém me sequestrar. — digo enquanto levanto e logo escuto Lamar dizendo "na hora de dormir igual um animal em coma ela não pensava assim". — Eu to ouvindo Lamar, eu to ouvindo viu! — grito e ele e Hina riem.

Descemos do avião e começa um grande debate: para onde eu vou? Todas as pessoas aqui estão com suas famílias e vão para casa, mas ainda iremos nos reencontrar pois daqui dois dias iremos nos reunir para o governo dar uma nota oficial referente "aos 39 sobreviventes do voo 258 que levantou voo a cinco anos atrás, e desapareceu com 150 passageiros".

Eu sou a única que estava sem família aqui, obviamente por vontade própria, mas agora eu percebo como seria bom ter meus pais aqui, já Lamar, vai para um hotel com tudo pago pelo governo até poder ir embora.

— Você quer ir para minha casa? —Hina pergunta.

— Não, Hina Chan. Só estou pensando se minha família está em casa.

— Nos levamos você até lá. — o pai da Hina se pronuncia.

— Está bem...

Entramos no carro e seguimos até a casa dos meus pais. Não sei que dia é hoje nem que horas são, então não sei se tem alguém em lá.

No caminho me pego pensando em como eles irão reagir quando me verem e me sinto absolutamente nervosa enquanto explico o caminho pro pai da Hina. Passando uns minutos ele freia e quando olho pela janela, lá está a casa dos meus pais. Fico receosa a descer, mas mãe de Hina pega em minha mão como um sinal de conforto.

— Toma querida. — a mãe da Hina abre minha mão e coloca algumas notas de dinheiro e um papel sobre ela. — Se você precisar de algo enquanto estiver sem dinheiro. E aqui está nosso telefone e nosso endereço. Nós veremos daqui dois dias para a nota oficial do governo.

— Obrigada. Vocês estão cuidando tão bem de mim. Não sei como agradecer. Obrigada mesmo. — dou um abraço em Hina que está nos bancos de trás comigo, e um aperto de mão nos pais dela.

— Tchau, Any Chan. Até daqui dois dias. — Hina diz e eu faço um tchau com a mão.

— Amo você. — digo a ela e ela sorri.

— Também amo você.

Me viro e começo caminhar até a casa. Quando paro em frente à porta vejo que o carro da familia de Hina já não está ali. Respiro fundo, conto até 10 por quatro vezes, e então bato na porta.

Silêncio.

Bato novamente.

Silêncio.

Provavelmente estão trabalhando.

Josh e eu morávamos aqui perto mas não quero vê-lo de cara, não assim.

Resolvo ir até o AP de Heyoon que fica quatro quadras pra trás da casa dos meus pais. Vou andando e respirando o ar frio que está em Los Angeles no dia de hoje. Tento controlar minha respiração e não ficar nervosa enquanto ando na rua, a cada passo me lembro de que a psicóloga do hospital me disse que, coisas simples como: caminhar na rua sozinha, ficar sozinha em casa ou dormir sozinha iriam me deixar com medo por um tempo.

Cinco Anos Sem Você. | Beauany.Onde histórias criam vida. Descubra agora