capítulo 6

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Ainda de olhos fechados, bocejei e senti dor nas costas e nas pernas. A cama parecia dura e desconfortável. Estiquei um pouco o corpo e tentei lembrar da noite passada. Estava confusa e tonta. Uma luz forte batia nos meus olhos, e abri-os com um pouco de relutância.

- Mas o que...? - Passei a língua na minha boca seca. Olhei pra frente e o que via era o sol nascendo, e estava na área da piscina. Olhei pra onde estava deitada e me surpreendi com a espreguiçadeira debaixo de mim. - O que eu fiz...?

- Hm-mm... - Ouvi um gemido e levei um susto. Gusta dormia ao meu lado, com o corpo perto do meu.

Seja o que for que tenhamos feito, estávamos com roupas. E meu corpo doía pela noite deitada ali.

- Gusta. - Virei um pouco o corpo e passei a mão em seu rosto. - Gusta, acorda.

- Hm? - Ele bocejou e se espreguiçou. - Aonde eu tô? - Questionou enquanto abria os olhos. - Helena?

- Pegamos no sono aqui. Devíamos estar muito bêbados.

- Mas o que faríamos aqui? - Passou a mão no rosto e arrumou a touca. Fiquei quieta pra ver se ele se dava conta. - Ah, meu Deus. Desculpa.

- Por que está se desculpando? - Ri fraco. Estava com dor de cabeça.

- Eu estava muito bêbado. Não devia estar pensando direito. - Disse.

- Não se desculpe. Está tudo bem. - Passei a mão nos olhos. - Mas se eu estiver grávida, reze pra que eu não peça nada além de uma pensão. - Brinquei e ele riu.

- Ai. - Colocou a mão na cabeça. - Sem risadas. - Murmurou. - Melhor irmos pro quarto antes que alguém nos veja. - Se espreguiçou e me ajudou a levantar.

Fomos aos poucos caminhando até o hall do hotel. Não havia quase ninguém por lá. Pegamos um elevador até o nosso andar.

- Não consigo lembrar de nada. - Ele fechou os olhos e encostou a cabeça no espelho do elevador.

- Me sinto tão envergonhada. - Baixei a cabeça por uns segundos.

- Pelo menos não acordei do lado de outra pessoa. Como, sei lá, o Rick. - Ele riu de boca fechada. Ri junto.

- Preferia ter acordado na minha cama. Meu corpo está destruído. - Me queixei enquanto tirava um pouco de maquiagem de baixo dos olhos.

- De qualquer forma, acho que foi legal. - As portas do elevador se abriram. - Contamos aos outros? - Fez careta.

- Boa pergunta. - Suspirei. - Se perguntarem, não vamos mentir. Se não, ninguém precisa saber. - Dei de ombros e saímos do elevador.

- Eu estava muito bêbado. Nossa. - Piscou algumas vezes. - Hm... Acho até que lembro de algumas coisas. - Caminhavamos até meu quarto.

- Tipo o que?

- Você reclamando do frio. - Ele sorriu. - Daí eu te abracei e você colocou os braços em volta de mim. - Suspirou. - Ah, Gustavo. Você é um gay. - Pensou alto, me fazendo rir.

- Queria lembrar um pouco mais. Lembro até a hora que fui pro bar com Carlos e Fábio. Depois disso é um borrão.

- Um dia ainda vou ficar com uma menina sem que ela esteja bêbada. - Disse brincando, e eu ri.

- Não vai ser estranho quando estivermos gravando em São Paulo? Quer dizer... Isso aconteceu, e não lembro como. Nem sei se você beija bem ou só começou a roncar assim que me levou até lá. - Ele riu baixo com o que eu disse.

- Acho que vai, mas não podemos fazer nada. - Chegamos ao meu quarto. - Aconteceu. - Sorriu pelo canto dos lábios.

- Da próxima vamos fazer direito. - Dei um beijo no rosto dele. - Tente dormir um pouco. Nos encontramos depois. - Abri a porta e ele se despediu com um aceno.

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