Ainda de olhos fechados, bocejei e senti dor nas costas e nas pernas. A cama parecia dura e desconfortável. Estiquei um pouco o corpo e tentei lembrar da noite passada. Estava confusa e tonta. Uma luz forte batia nos meus olhos, e abri-os com um pouco de relutância.
- Mas o que...? - Passei a língua na minha boca seca. Olhei pra frente e o que via era o sol nascendo, e estava na área da piscina. Olhei pra onde estava deitada e me surpreendi com a espreguiçadeira debaixo de mim. - O que eu fiz...?
- Hm-mm... - Ouvi um gemido e levei um susto. Gusta dormia ao meu lado, com o corpo perto do meu.
Seja o que for que tenhamos feito, estávamos com roupas. E meu corpo doía pela noite deitada ali.
- Gusta. - Virei um pouco o corpo e passei a mão em seu rosto. - Gusta, acorda.
- Hm? - Ele bocejou e se espreguiçou. - Aonde eu tô? - Questionou enquanto abria os olhos. - Helena?
- Pegamos no sono aqui. Devíamos estar muito bêbados.
- Mas o que faríamos aqui? - Passou a mão no rosto e arrumou a touca. Fiquei quieta pra ver se ele se dava conta. - Ah, meu Deus. Desculpa.
- Por que está se desculpando? - Ri fraco. Estava com dor de cabeça.
- Eu estava muito bêbado. Não devia estar pensando direito. - Disse.
- Não se desculpe. Está tudo bem. - Passei a mão nos olhos. - Mas se eu estiver grávida, reze pra que eu não peça nada além de uma pensão. - Brinquei e ele riu.
- Ai. - Colocou a mão na cabeça. - Sem risadas. - Murmurou. - Melhor irmos pro quarto antes que alguém nos veja. - Se espreguiçou e me ajudou a levantar.
Fomos aos poucos caminhando até o hall do hotel. Não havia quase ninguém por lá. Pegamos um elevador até o nosso andar.
- Não consigo lembrar de nada. - Ele fechou os olhos e encostou a cabeça no espelho do elevador.
- Me sinto tão envergonhada. - Baixei a cabeça por uns segundos.
- Pelo menos não acordei do lado de outra pessoa. Como, sei lá, o Rick. - Ele riu de boca fechada. Ri junto.
- Preferia ter acordado na minha cama. Meu corpo está destruído. - Me queixei enquanto tirava um pouco de maquiagem de baixo dos olhos.
- De qualquer forma, acho que foi legal. - As portas do elevador se abriram. - Contamos aos outros? - Fez careta.
- Boa pergunta. - Suspirei. - Se perguntarem, não vamos mentir. Se não, ninguém precisa saber. - Dei de ombros e saímos do elevador.
- Eu estava muito bêbado. Nossa. - Piscou algumas vezes. - Hm... Acho até que lembro de algumas coisas. - Caminhavamos até meu quarto.
- Tipo o que?
- Você reclamando do frio. - Ele sorriu. - Daí eu te abracei e você colocou os braços em volta de mim. - Suspirou. - Ah, Gustavo. Você é um gay. - Pensou alto, me fazendo rir.
- Queria lembrar um pouco mais. Lembro até a hora que fui pro bar com Carlos e Fábio. Depois disso é um borrão.
- Um dia ainda vou ficar com uma menina sem que ela esteja bêbada. - Disse brincando, e eu ri.
- Não vai ser estranho quando estivermos gravando em São Paulo? Quer dizer... Isso aconteceu, e não lembro como. Nem sei se você beija bem ou só começou a roncar assim que me levou até lá. - Ele riu baixo com o que eu disse.
- Acho que vai, mas não podemos fazer nada. - Chegamos ao meu quarto. - Aconteceu. - Sorriu pelo canto dos lábios.
- Da próxima vamos fazer direito. - Dei um beijo no rosto dele. - Tente dormir um pouco. Nos encontramos depois. - Abri a porta e ele se despediu com um aceno.
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Human
FanficI can hold my breath I can bite my tongue I can stay awake for days If that’s what you want Be your number one I can fake a smile I can force a laugh I can dance and play the part If that’s what you ask Give you all I am I can do it But I am only a...