Capítulo 5

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O sol já havia acordado em Alexandria, era cedo da manhã quando Daryl Dixon se levantou da cama depois de mais uma noite mal dormida, a insônia fazia parte da rotina do homem. Naquela noite, Jenna não estava com ele, a mulher afirmou que precisava de um tempo sozinha e ele apenas aceitou, não era o tipo do Dixon ficar como dois chicletes. Sem banhos, fazia um tempo que ele não tomava um bom banho, no máximo limpava o rosto com água fria para despertar. Pegando sua crossbow, ele desce as escadas daquela casa exorbitantemente americana e pega uma xícara de café forte.

- Bom dia, Daryl.

Fala Anthony, o homem cujo havia feito o café, um senhor de cabelos grisalhos e coluna defeituosa. Anthony sempre acordava às 04:00 em ponto, tudo isso para fazer o café de toda Alexandria, segundo ele, o fazia sentir útil já que seu corpo não servia mais para muita coisa no combate contra os walkers.

- Bom dia.

Daryl falou seco tomando o café sem açúcar, com o olhar perdido vagando pela janela a fora. Anthony senta em uma das cadeiras com uma xícara de café na mão, colocava três colheres de açúcar.

- Não sei como consegue tomar isso sem açúcar, filho.

Ele fala e Daryl apenas volta ao real, abaixando a cabeça, ele não fala mais nada. Anthony sabia que o homem era de poucas palavras, vez ou outra tentava manter uma conversa, mas sem sucesso, nem mesmo Jenna conseguia manter um diálogo com mais de dez minutos. Anthony percebe que em sua mão estava uma pequena pulseira de cor dourada e simples, na besteira ele perguntou.

- É para Jenna?

O velho não sabia que havia outra pessoa na vida do Dixon, alguém mais importante que todos ali presentes. Com um tanto de fúria no olhar, o homem responde.

- Não e nunca vai ser, mas isso não é da sua conta.

- Calma lá, rapaz! Foi só uma pergunta, não se sinta ofendido.

Anthony fala logo dando um sorriso, ele não levava as coisas tão a sério quanto a maioria das pessoas em Alexandria. Com o olhar ainda baixo, o Dixon aperta a pequena pulseira com sua mão esquerda, seus pensamentos vagam mais uma vez por momentos inesquecíveis.

Flashback ON narrado por Daryl Dixon
Depois de mais uma discussão com a loira, cá estávamos nós novamente, tentando fazer as pazes para dormirmos. Eu não tinha culpa se a garota me tirava a paciência diariamente, ela era uma tagarela ambulante, fazia muito barulho e sorria demais. Ela estava a me olhar com aqueles olhos brilhantes resplandecendo a lareira que estava ao seu lado, eu me coloquei à sentar ao seu lado, o frio estava como o de comum naquela noite. Beth deitou-se e me chamou com a mão, meu orgulho gritava de um lado pedindo pra não deitar-se com a garota que havia me roubado a paciência, mas do outro lado gritava a porra de um coração, quando foi que fiquei tão sentimental?

- Venha logo, Daryl! Pare de marra.

Ela falou ainda com a mão estendida e eu me rendi, deitei ao seu lado de olhos para cima. Beth colocou sua cabeça sob meu peito e logo depois puxou minha mão para seus cabelos loiros.

- Pode-me fazer um cafuné?

- Você está abusando de mim, garota.

- Só um pouco.

Ela me olha novamente com aqueles olhos vibrantes e eu apenas não falo mais nada, começo a fazer seu pedido cafuné. Os cabelos da Greene não estavam tão sedosos, aparentemente embaraçados, mas ainda brilhando, ou era meus olhos que brilhavam por ela? Me pergunto enquanto massageio seu coro cabeludo. Em pouco tempo, vejo que a loira já está a dormir, com a respiração tão leve quanto de um pássaro. Ainda com as mãos em seus cabelos, fecho meus olhos tentando adormecer naquela noite fria.

DO ABISMO À LUZOnde histórias criam vida. Descubra agora