Você Não Pode Parar o Meu Futuro.

"Éramos Apenas Sonhos"

     Minha mente foi clareando, sentia meu corpo flutuar, via meu pai, o caos, as pessoas que um dia me machucaram, meus erros, eu ria daquilo tudo, era como se eu estivesse entrando nas portas do céu, talvez esteja.
     Logo, meu corpo se estabilizou em um lugar lindo, onde tinha vastas montanhas, um chalé, flores, um campo, um tempo nublado chamativo, e uma senhorita de decoração, que logo veio até mim, e disse.
    - Você não se cansa de aparecer morto, não é?
    Eu não conseguia abrir a boca para soltar uma sílaba, um número, ou uma frase completa, que fizesse sentido. Mas eu reconheceria aquele rosto, até de olhos fechados, era a Bianca. Ela usava um vestido longo, bem apertado na cintura, o cabelo trançado e um chapéu de lado, estava divina.
    - Você não consegue falar? Não é? - Perguntou ela enquanto tentava me levantar.
    Minha boca abriu, e suavemente falou.
    - Sim!
  Ela me levantou animada, segurou minha mão, e corremos até o chalé. Eu estava tão animado com aquilo tudo, que parece que meus problemas desapareceram, até minha overdose passou.
   - Eu não acredito que você está aqui. - Disse enquanto olhava dentro dos seus olhos.
   - Estou aqui! Sabe, te achei tão corajoso, determinado a quebrar o nariz de alguém.
  - Mas, me responde uma coisa Bianca, você é mesmo uma meretriz?
  - Tem coisas na vida, que a gente nunca pode explicar, algumas coisas acontecem por instinto, somos obrigados a vivenciar cada instante, sem pensar o porque de estar fazendo àquilo.
   - Então é verdade? - Perguntei-lhe.
   - Importa agora? Só vamos aproveitar nossos sonhos.
   - Acontece que...Eu não estou sonhando Bianca...
   - Como assim? Nos nos reencontramos! Estamos aqui.
  - Eu estou em coma, tentei me matar nessa noite. Talvez, nunca verei seu rosto novamente.
    Ela olhou profundamente nos meus olhos, eu podia ver as lágrimas realistas nos olhos dela, ela começou a desvanecer na minha frente. Ela tinha acordado do sonho.
   - Bianca! Cadê você? Não some! - Gritava loucamente, esperando um milagre acontecer, e ela poder voltar pra mim.
    Eu estava naquele campo sozinho, o chalé estava perdendo a cor, as coisas estavam perdendo a cor, eu estava no limpo. Minha visão no sonho estava se acabando, logo, meu corpo foi direcionado para outra dimensão, estava morrendo.

                    "Sonhos de Papel"

    Quando eu acordei, estava me perguntando o que estava acontecendo, se ele realmente estava falando a verdade. Já era madrugada, meus olhos estavam embaçados de lágrimas, peguei algumas roupas, levantei, roubei a chave do carro do meu pai, e corri.
     Entrei no carro, e fui imediatamente ao hospital, o trânsito estava vazio, as ruas estavam vazias, estava chovendo novamente. O cenário triste dava início a mais um dia, um dia que eu não queria ter vivenciado, e ficava me perguntando ; Bianca sua tola! Por que você não acreditou nele? Você olhou as pinturas.
    Eu não aceitava o fato de tudo aquilo estar acontecendo, me sentia culpada de tudo, como eu não percebi que ele sofria? Como eu fui tão burra?
     Cheguei no hospital, vi a mãe dele chorando, agarrada em um enfermeiro, e ao mesmo tempo eu me falava.
   - Eu só te conheci a três noites, por favor não morre. Não é hora.
   Quando eu consegui ultrapassar a atendente dizendo que era da família, me direcionei até o quarto 11, onde ele estava tentando dar seus últimos suspiros. Eu parei em frente ao vidro, coloquei a mão sobre, encostei minha testa e a lágrima escorria no vidro.
    - E se eu dormisse, e dissesse pra ele  tentar respirar? - Me Perguntei.
    Os batimentos cardíacos lentos, logo não batia mais, a linha deu espaço na tela do monitor, era minha vez de ver tudo em câmera lenta. Porquê eu não me aprofundei mais? Porquê eu fui tão ingênua? Você não pode morrer agora, Eduard. Vai me abandonar? E as nossas aventuras na floresta cinza? E os nossos momentos? Eu te conheci a tão pouco tempo... Porque não volta?
    A cena mais triste que eu consegui ver, ele sofria tanto. Os médicos gritavam - Peguem o desfibrilador!
    Talvez meu desejo era dormir, e tentar encontrar ele novamente, será se ele vai estar lá? Para viver mais um dia?
    - Serei sua eterna Bianca Del Woods.

A estória terá continuação em breve, tá na hora de criar teórias!