III – Dama High-Tech
Sentada em uma cadeira de veludo vermelho estava Marrie, de frente para uma lareira, a sala era iluminada apenas pelo ardente fogo, sobre ela tinha uma pintura de Oliver, além de vários porta retratos com todos os membros da gang, com seu notebook sobre a mesa maciça de madeira escura com adornos de ouro, além de rosas vermelhas profundas, pura elegância, em especial a garrafa de Whisky do lado do arranjo das rosas rubras.
Até que uma firme batida vai contra a porta, “Toc”, Marrie ainda estava lá estática no mesmo lugar, passando as fotos dela junto á Vinicius, esse “Toc toc” foi o responsável por fazer ela esquecer o passado, falso ou verdadeiro, feliz ou triste, doloroso ou não, mas todos sabem que o passado deve ficar lá, de preferência soterrado, pronto para ser fossilizado, só espero que seus fosseis não sejam achados arqueológicos, por que vai por mim, a fama de uma antiguidade é maior do que uma atualidade, ela fechou o notebook, levantou da cadeira, abriu a porta e disse:
-Oliver, entre, senta ali naquele sofá.
Oliver foi lá e se sentou, colocou uma perna sobre a outra, tirou do bolso uma latinha com chicletes de menta, e colocou um na boca, saboreando o forte sabor de menta do inicio, era forte, profundo, como o clima da sala, mas ao contrario da sala, aos poucos o sabor se enfraquecia, mas naquela sala, ele iria se intensificar, aprofundar, ficar mais forte, por que aquilo só poderia se dar em um lugar, armação, ou melhor mais de um, manipulação, além do mais puro e doce caos.
Marrie foi e pegou a latinha de chicletes que Oliver tinha posto sobre a mesa, pegou a garrafa de Whisky sobre a mesa e disse:
-Uma dose para comemorar nosso planinho...
-Não bebo Whisky, prefiro algo mais eu, serve um “Sex and Beach”. – Disse Oliver com um sorriso no rosto.
-Não abuse da minha paciência. – Falou Marie com tom acido.
-Eu gosto de testar sua paciência, como sempre ela é muito curta. – Disse Oliver com aquele mesmo sorriso.
-Com esse sorriso no rosto, se não te conhecesse diria que esta gostando de mim, de novo, mas sei que você está gostando daquele Miguel da festinha, quem diria que ele foi com a Gabi, mas eu também sei que você está animado principalmente com nosso Planinho – Marrie
-Mal sabe ele, e foi uma exposição e arte, não festinha, mas vamos direto ao assunto, tenho um realismo para pintar quando chegar em casa. – Disse Oliver com um chicletes na boca.
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III – Dama High-Tech-Eu já tenho os áudios das confissões dele, a gravadora miniatura sem vem a calhar. – Marrie a pegou e levantou no nível de seus olhos, enquanto Oliver pensava.
-Só tenho uma dúvida, qual o porquê de toda essa armação? – Perguntou Oliver para ela. – Não que eu não goste de adicionar mais um bonequinho na minha coleção, longe de mim, sendo sincero com você, eu achei que você o amava, então qual o por quê? Eu sei que não é uma vingança por meu amor em pedaços.
-Você é um gênio, com toda certeza você descobriu a America, é obvio que não é só por um amor seu, você tem trinta e sete outros, sem ser os dois ou eu, eu não vou te falar meus motivos, pois outra coisa obvia é que tenho os meus próprios, então como disse você vamos direto ao assunto, pois não é só você que tem outras coisas para fazer, eu tenho que ir comprar presentes para a Rebeka. – Como sempre ela foi grossa com Oliver, mas ele nem ligava, já tinha se acostumado, uma vez ela deu um tapa na cara dele... Mas não vem ao caso.
-Já estou com as fotos, os comprovantes, se quiser posso ligar para um contato meu, tenho certeza que ela ficaria feliz com um furo desses, ou posso ligar para a delegada Sophia, isso poderia botar nosso queridinho ruivo em uma jaula, eu iria a esse zoológico com prazer. – Oliver queria caos, ou justiça, isso não sei te dizer, pois não consigo diferenciar a justiça vingativa de Oliver do mais puro e destrutivo caos.
-Pelo jeito o diabo não se chama Lucifer, mas sim Oliver, nem veste Prada, veste Beatriz, agora me de elas, as fotos, que eu dou meus jeitos, me envie os contatos da Sophia e da Paloma, parece que teremos algo mais para comemorar na festa da Rebeka. – Marrie sim queria o caos, mas mesmo que ela amasse um certo ruivo, desde o começo essa era sua intenção – Agora vá resolver seus problemas de puro tédio.
-Poxa, arte é arte, uma diversão fantástica, nada tediosa. – Defendeu ele sua paixão.
-Não testa minha paciência. – Já irritada ela exclamou - Agora... FORA – Gritou ela
-Ta bem, ta bem, não se irrite. – Oliver abriu a porta, acenou para Marrie e saiu.
No dia seguinte Oliver estava ocupado pintando obras de arte incríveis, todas de Rebeka em estilo diferentes, realismo, cartum, manga, preto e branco, todos maravilhosos, além da organização da festa de Rebeka que seria em parceria com os seus outros amigos, Peter estava conversando com todos, reunindo fotos, vídeos, e mensagens de Rebeka para todos, ele iria fazer um vídeo para ela, Beatriz estava preparando um vestido para Rebeka usar em sua festa, o tema da festa era “YOU” onde todos deveriam se mostrar.
Marrie estava saindo de sua casa de Limusine, qual o seu destino?
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III – Dama High-TechEu já sei, e pelo jeito não é nada bom, se prepare, o presente dela era uma cesta gigantesca, com os seus preferidinhos, perfumes, vestidos, jóias, tudo do bom e do melhor, o shopping estava lotado, ela subiu até o quarto andar, onde estavam as lojas mais caras, finas, elegantes, passo a passo ela ia em direção a perfumaria “Roses Parfum” a perfumaria mais famosa, mais cara, onde tinha o preferido de Rebeka “Elegant grant”, que como o nome diz deveria conceder elegância a que o usasse, mas Rebeka que o concedia elegância, ela, Marrie, entrou na loja, rodou em meio aos grandes e largos corredores buscando o perfume ideal, enquanto ela olhava os corredores e a prateleira a procura, havia uma senhora pálida, de cabelos brancos, olhos azuis, pescoço empinado, além de um vestido de veludo vermelho, ela estava escorada na parede observando Marrie, à perseguindo com seus olhos, ela saiu daquele lugar e olhou em Marrie, perfurando ela com seus olhos, até que disse:
-Me mostre o que tem em sua bolsa. – Ela continuou em tão ríspido – Eu disse que quero ver o que tem em sua bolsa.
-Por que? – Marrie estava embasbacada com tal pedido, ela não entendia o por quê, mas tinha algum palpite.
-Me mostre logo, eu sei que alguém como você não tem condições de comprar um vidro de perfume em nossa loja, nem o mais barato deles, então me obedeça, rápido, ou terei que chamar a policia, e você vai sair daqui com novas pulseiras e dentro de um camburão. – Ela tinha um ar de superioridade tóxico, quase como um desastre nuclear, ela era uma senhora que com certeza tinha nascido á pelo menos dez ou mais séculos atrás.
-Gente como eu? – Marrie olhou o crachá da nossa odiosa gerente, leu o nome, Karen, Karen White, que sobrenome adequado para alguém tão baixo quanto ela. – Agora eu entendi, você esta me acusando por que eu sou negra...
-O QUE?- Gritou Karen interrompendo Marrie, até que uma santa apareceu, a caixa da loja, uma moça alegre, de pele escuro, cabelos encaracolados, um vestido vermelho também de veludo, era o uniforme da loja, ela chegou do lado de Marrie e encostou a mão no ombro dela, e disse:
-Senhora, tudo bem? – O tom da voz dela era tão calmo, cheio de amor, empatia, realmente ela estava preocupado com a situação em que Marrie se encontrava. – Meu nome é Joana prescisa de algo?
-Infelizmente não, Joana, ela está me acusando de ladra, somente pela cor da minha pele, eu gostaria que, por favor, que o gerente venha aqui. – Marrie estava inconformada com aquela situação, ser acusada de ser uma ladra, ou um ladrão, nunca é fácil, ainda mais quando o único argumento pelo qual se sustentam a acusação é a cor da pele.
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III – Dama High-Tech-Ela é a gerente. – Joana continuava com a mesma empatia, mas ela estava horrorizada com tamanha barbaria que estava acontecendo. – Isso é racismo, e racismo é...
Nem deu para ela falar eu era crime, um crime horroroso por sinal.
-Racismo? Eu não sou racista, - De novo ela interrompeu, sempre ela fazia isso, o senso dela de certo e errado era tão distorcido.- Vocês duas que são racistas, muito racistas, isso é racismo reverso sabia? Só por que eu sou branca, sua gentinha acha que eu sou racista.
-Em primeiro lugar racismo reverso não existe, você não sabe o que os negros tiveram que passar, a escravidão, todas as constantes agressões, todo o medo de sair na rua, todos nos negros nascemos com uma marca de nascença, um alvo em meio ao peito, - Disse Marrie enfurecida, ela estava triste também, ela estava refletindo toda a dor de ser negra, ser negro, índio, branco, cor de pele nenhuma faz você ser mais, ou menos que uma pessoa, cor de pele nenhuma faz você sofrer, as pessoas que fazem com que as outras pessoas sofram, as pessoas que machucam. – não existi racismo reverso.
-Como que não, uma negrinha quando chamei ela de chocolate, me chamou de branca azeda, ela chamou a policia para mim, vocês tem mais direitos que todos nós brancos. – Karen não se cansava desse seu senso barato de certo e errado, ela não entendia o mundo, ela era velha, e ser velho não é ter idade, é não evoluir com ela e com o tempo do mundo.
-Olha, eu acho muito bem a feito ter te chamado a policia, como eu disse racismo é crime, inclusive senhorita, acho que essa pode ser a solução. – Disse Joana.
-Não pode! Se fizer isso você será demitida, quero ver o que vai ser daquela sua familiazinha horrosa e aquele muquifo que vocês chamam de lar. – Karen era pior que uma serpente, o veneno dela era como radônio.
Joana estava ligando para policia, e ela tinha provas.
-É o certo a se fazer, ela foi racista, mas nós não temos nenhuma prova, mesmo que seja verdade, nós nunca que eles iram acreditar em nós. - Marrie estava querendo justiça, mas ela não iria ter justiça, segundo a sua opinião.
-Escuta ela, é sua ultima chance de manter seu empreguinho. – Karen continava a bater na mesma tecla, o racismo.
-Não se preocupe, eu tenho provas, infelizmente não é a primeira vez em que ela é deste jeito, - Disse Joana enquanto mexia no celular, dessa vez não era para uma ligação, era um aplicativo com um microfone como capa. – da primeira eu chamei a [...]30
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Um caco de fama
Teen FictionUm caco de fama é um livro que conta a história de amigos que se conhecem desde a infância, e agora enfrentaram os desafios da vida adulta e da fama, que e difícil de conquistar é muito fácil de se perder, Eddie Oliver conquista sua fama com muito e...