Medo

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Que confuso
os corpos se entregando,
fundindo-se.
Sem saber onde termina e
onde começa
a linha tênua
entre sua mão e meu coração,
o teu meio e o meu fim.
O suor nos grudando
para sempre.
Sua boca, suas mãos e seus dentes,
me marcando para toda
eternidade como
seu.
Sua respiração me embriagando,
seu cheiro me drogando.

Segurando
meu gozo e meu olhar
com medo de te encarar,
de dar-me inteiro para ti.
De sufocar e preencher-te de mim.
Que temor bobo,
se a minha face no breu do quarto
mal pode enxergar,
se meus lábios nos seus lábios
me impedem de falar.
Apenas me afundo mais,
mergulho profundo
em teu corpo.

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