17ºCapítulo

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Acordo pela manha e fico uns minutos a olhar para o rapaz adormecido ao meu lado,durante esta noite eu tomei uma decisão,algo que me vai custar muito,e vai doer tanto a mim como a ele,mas eu acredito que é uma dor necessária para o Duarte não sofrer mais no futuro.Eu não estou bem,não sei o que tenho mas eu sinto que isto é o principio do meu fim,se o meu organismo estiver a rejeitar o fígado isso quer dizer que vou morrer mais cedo do que eu esperava e se isso acontecer eu não posso deixar o Du triste,se eu me afastar dele agora ate lhe pode doer no inicio mas depois vai passar e não lhe vai custar tanto quando eu partir.O pior vai ser para mim eu sei que vou sofrer muito por me afastar dele e também sei que vai ser muito difícil mas é o que eu preciso de fazer,eu tenho que fazer isto por ele.

Olho mais uma vez para o rapaz semi-nu deitado ao meu lado antes de me levantar para ir fazer a minha higiene matinal depois de pronta sento me a tomar o pequeno almoço quando acabo de comer olho para a cama e vejo que ele ainda se encontra a dormir,nós ontem deitamo-nos muito tarde e foi um dia muito cansativo para ambos.Eu agradeço que ele durma ate mais tarde são menos horas que tenho que passar com ele o que vai facilitar o meu distanciamento.

Para juntar a dor que tinha no local da cicatriz comecei a ter cólicas menstruais o que não me ajuda nada para ver se conseguia aliviar as dores que sentia decidi ver uma serie peguei no meu computador e nos fones com cuidado para não fazer barulho por causa do Duarte,e fui sentar me no cadeirão com as pernas encolhidas com os joelhos a bater na barriga, quando me encontro nesta posição parece que as dores passam um pouco,coloco o computador a minha frente e começo a ver a serie de vez em quando dava por mim a olhar para o rapaz adormecido em vez de olhar para o ecrã,eu sei que não posso,sei que nós os dois é impossível mas não consigo deixar de olhar para ele ele é viciante como uma droga e uma vez que se prova é difícil voltar atrás,estou viciada no seu olhar,no seu abraço,na forma como ele me faz sentir,no beijo carinhoso que ele me da na testa,estou viciada nele e agora não há volta a dar,pois infelizmente não existe nenhum Duarte anónimos em que eu possa participar e nenhum programa de doze passos que me possa ajudar.

O Duarte acorda pouco antes da hora de almoço levanta se da-me um beijo de bom dia na testa e dirige-se a casa de banho,com um simples beijo na testa eu sinto me a arrepiada imagino como seria ter aqueles lábios encostados aos meus,não posso pensar nisto só vai tornar a minha situação mais difícil,com muito custo vou ter que o esquecer é o melhor tanto para mim como para ele.Pouco depois o Duarte volta da casa de banho mais ou menos na altura em que o nosso almoço chega então este pega nos pratos dando me um e depois senta se no cadeirão,nós comemos em silencio de vez em quando eu percebia que ele olhava para mim talvez a espera de eu falar mas eu mantive me calada,eu consegui perceber que ele não esta a gostar do tratamento de silencio mas é para o bem dele.

Acabo de comer e vou deitar me na minha cama de forma a ver se as dores passavam,porque é que a menstruação tem que ser algo tão doloroso,isto esta a matar me,já me bastava estar a perder sangue a dor não era um aviso necessário.As dores no local da cicatriz também aumentaram o que não é um bom sinal,eu estou a rezar para que isto seja algo passageiro mas não me parece pois as dores continuam a aumentar.

A meio da tarde sinto a cama a afundar viro me para o lado e vejo o Du sentado na minha cama a olhar para mim

-Podemos falar Lee?-Ele pergunta e eu sento me encostada a cabeceira

-Podemos Du.-Eu respondo

-O que se passa contigo hoje ainda não me tinhas dito uma palavra o dia todo,é por causa de ontem da historia dos beijos.-Ele pergunta com um olhar preocupado

-Não é nada Du,só não estou com muita vontade de conversar,dormi pouco deve ser sono.-Eu digo numa tentativa de matar o assunto

-Tens a certeza Lee,não achas que devíamos falar sobre o que aconteceu.

-Não há nada para falar tu ontem disseste tudo ,nós somos amigos foi algo que nem sequer aconteceu e não vai acontecer por isso estamos resolvidos.

-Isso foi o que eu disse e é verdade tu és a minha melhor amiga não quero estragar isso mas tu nunca disseste nada sobre o assunto sobre o que pensavas.-O Duarte fala,eu tenho que admitir ouvi lo chamar me melhor amiga deixa me tanto contente como triste,contente pois sei que ele confia em mim triste pois se sou a melhor amiga quer dizer que não vou passar disso.

- Eu penso exatamente como tu Du,exatamente como tu há e desculpa ter estragado alguma coisa entre ti e a Cat.-Eu falo mentindo lhe eu não lhe posso contar que o meu desejo era que aqueles quase beijos tivessem sido beijos reais

-Entre mim e a Cat?-Ele pergunta admirado

-Duarte eu tenho olhos na cara ok,consigo perceber muito bem que ou aconteceu ou vai acontecer alguma coisa entre voces a maneira que cais-te de cu por causa dela não deixa muitas duvidas.-Eu falo

-Nós envolvemo-nos no ano passado mas não foi nada serio,eu não gosto dela.-Ele conta e apesar de eu não ter a certeza que ele falou a verdade foi bom ouvi-lo dizer que não gostava dela

-Não foi bem o que me pareceu mas se tu dizes eu acredito.

-É verdade,agora dorme um pouco estas mesmo com cara e sono.-Ele fala e abraça-me e sai do meu lado eu aproveito e faço o que ele diz e tento dormir passado um pouco consigo fazê-lo

Acordo com umas mãos a fazer me festas no cabelo abro os olhos e o castanho dos meus olhos encontra o tom de mel dele.

-Acorda dorminhoca o jantar já cá esta.-Ele fala e levanta se eu faço o mesmo que ele pego na minha comida e começo a comer,dormir fez me bem aliviou me um pouco as dores durante o jantar eu falei um pouco com ele o mínimo possível,eu sinto me mal a fazer isto mas tem que ser.Acabo de jantar e volto para a cama deitando me com as pernas encolhidas para controlar as dores umas horas depois sinto o Duarte a deitar se ao meu lado ele passa o braço por cima do meu corpo colocando a sua mão sobre a minha barriga e começa a massajar o local eu viro me para ele e sorrio

-O que estas a fazer Du?-Eu pergunto olhando para ele nos olhos

-Achas que eu não percebi o porque de estares assim o dia todo,eu tenho uma irmã mais velha ela também fica assim eu comecei a perceber o que se passava com ela e como fazer que melhorasse e aprendi que massagens ajudam a dor a passar.-Ele fala voltando a massajar a minha barriga

-Obrigada Duarte,mas diz me como é que aprendeste isso.-Eu pergunto curiosa

-Foi o namorado da minha irmã um dia eu notei que ela estava mal e liguei-lhe a pedir para ele passar la em casa assim quem tinha que aturar o mau humor dela era ele não eu.-Ele diz e eu rio-me

-Belo irmão,não queres aturar a tua irmã nos momentos em que ela esta mais sensível então passas a fera ao teu cunhado.-Eu falo e ambos começamos a rir

-Claro que sim mas bem continuando quando ele chegou la a casa veio falar comigo e disse me que se eu quisesse conquistar uma rapariga saber o que fazer quando ela estiver a sofrer com dores ia ser um ponto a meu favor então ensinou me que massagens na barriga e gelado eram a cura.Eu aqui não tenho gelado mas posso fazer massagens não é a cura completa mas já é uma ajuda.-Ele fala fazendo um sorriso fofo e levanta a minha camisola deixando a minha barriga a mostra e começa a fazer me massagem o seu toque na minha pele faz me arrepiar.

-Obrigada Du.-Eu digo aproximando me dele e colocando a minha cabeça no seu ombro ele pousou a sua cabeça na minha e deixou a sua mão na minha barriga,eu sei que não devia estar assim com ele mas eu não consigo evitar é mais forte do que eu estar com ele,ao lado dele a sentir o seu toque faz me bem faz todos os medos,dores e preocupações desaparecer.

Quarenta dias  Quarenta noitesOnde histórias criam vida. Descubra agora