O lobisomem

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Olá, gostaria de lembrar a todes que não, não sou furry.




É 31 de outubro de novo.

Ochako nota assim que abre os olhos e checa o calendário na cômoda próxima de sua cama. Ela não está surpresa, afinal sua assistente no jogo já havia dito que ela pode jogar esse especial de Halloween quantas vezes quiser, o que deixa implícito que a garota deveria jogar pelo menos cinco vezes, uma pra cada pretendente que ela tem no jogo. Um já foi.

Nossa, o Deku, ele... Ochako se senta na cama e abraça as pernas, lembrando-se do beijo que recebeu na testa antes de o garoto em sua versão fantasma sumir, tendo encontrado sua paz no coração ao ajudá-la a parar de chorar, segundo ele próprio. É uma sensação meio agridoce, aquilo foi bem triste, mas... ela meio que gostou das interações que teve com ele, pôde desabafar um pouco e vê-lo em uma versão mais serena e tranquila.

Bom, como o próprio Bakugou disse, quanto antes ela começar, mais rápido terminará. A garota suspira e se levanta da cama, resignidamente pegando sua fantasia de bruxinha no armário, já que não há outra opção.

O céu nublado e os barulhos de trovão não a assustam tanto, mas mesmo assim ela corre para não ser pega por uma possível chuva. Chegando no portão da escola, ela encontra o Bakugou olhando-a como aconteceu na vez anterior.

— Bom... lá vou eu. — ela diz, meio sem graça — Me deseja sorte. — e se dirige ao pátio.

— Peraí, Cara de Lua, você- — ela se vira pra olhá-lo — Como- Você já jogou uma rota, e aí?

— Ah... foi normal. — Ochako sorri fracamente — Foi com o Deku-kun, ele era um fantasma, precisava de um pouco de paz no coração pra poder liberar sua alma ou... é, foi mais ou menos isso.

— Hum. E conseguiu a foto?

— Foto? Que fot- — só então ela se dá conta de uma das instruções de sua assistente: se ela fizer as escolhas certas, ganha uma foto ao fim do evento.

Bom... ela não ajudou o Deku a descobrir como morreu, essa foi uma das primeiras coisas que ele disse quando surgiu na frente dela, então provavelmente era o grande objetivo desse evento, mas... o garoto parecia feliz e de fato conseguiu encontrar sua paz mesmo sem saber como morreu, então... Ochako fez as escolhas certas? Sim? Não? Ela não tem certeza.

— Se você conseguiu, vai ter a foto em algum lugar do seu quarto, procura lá. — o Bakugou explica — Não agora, você tá ligada que-

— Sim, sim. Eu já tô indo jogar. — ela assente, dando um sorrisinho — Eu acho que preciso andar por lugares diferentes pra conseguir um personagem diferente, né? Se eu for pro mesmo lugar pra onde fui antes, vou jogar a rota do Deku de novo, é isso?

— Hum... é. Deve ser. — ele concorda, olhando-a como se estivesse analisando-a.

— Certo... vou lá, então. Me deseja sorte!

— Cara de Lua, você-

— Hum?

— Tsk, nada não. Vai lá. — ele enfia a mão no bolso e desvia o olhar do dela.

Ochako está um pouco curiosa, mas também muito impaciente para começar logo, então apenas dá de ombros e se vira, adentrando o prédio sinistro da escola mais uma vez.

No topo das escadas, ela encontrou o Deku. Então se ao invés de subi-las e andar à direita, em direção ao corredor que dá para o ginásio e a quadra, talvez encontre alguém diferente. Seus passos ecoam pelos corredores úmidos novamente e, mesmo que saiba que nada de muito aterrorizante pode acontecer, ainda se mantém em guarda para não tomar um susto a ponto de quase cair das escadarias como foi na rota anterior.

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