É 31 de outubro de novo.
Ochako se veste rapidamente, empolgada por esta ser a última vez em que terá que fazer isso. Bom, pelo menos no evento de Halloween... amanhã ela estará de volta ao jogo principal, tentando consertar o relacionamento com o Kirishima depois de ter gritado com ele. Um pensamento muito curioso corre por sua cabeça: se a versão lobisomem dele fosse a quem ela tem que encarar, seria muito mais fácil resolver esse conflito. Bastaria fazer um carinho nas orelhas felpudas, dizer que ele é um "bom garoto" e bum! A intimidade explodiria positivamente.
Nossa, Ochako, que bobeira! Ela balança a cabeça, lembrando-se que tem algo mais importante para priorizar no momento: segundo o Bakugou, se a garota ganhou alguma foto, elas podem estar em um lugar fácil de ver ou num ponto que não existia antes... ela já revirou o quarto e não as encontrou nem nos lugares mais escondidos, então claro que também não estão nos mais visíveis. Um lugar que não existia antes... bom, não tem nada assim no quarto, mas... tem uma abóbora de enfeite na sala de estar, será que podem estar lá dentro?
Não estão.
Bom, então... é, ela não deve ter feito as escolhas certas. Faz sentido considerando que Ochako não parece ter realizado nada. De fato, tudo que aconteceu nas rotas foi muito mais decidido pelas escolhas de seus pretendentes do que as dela... o Deku optou por não saber como morreu, o Kirishima escolheu seguir sendo um lobisomem, o Todoroki decidiu não beber o sangue dela, e o Monoma abriu mão do pacto para lhe dar um colar que...
...que ainda está aqui! Ela pode não ter achado as fotos, mas dentro da abóbora está o colar com a pedra azul que o garoto demônio usava e colocou ao redor de seu pescoço com a promessa de que a ajudaria a nunca se sentir sozinha. Por que... por que isso está aqui?
E por que ela ainda tem o colar?
Correndo para a escola, ela nem espera o Bakugou fazer algum comentário assim que o avista, apenas estica o cordão do colar e mostra a ele.
— Olha isso, Bakugou-kun! Olha!
— Tô olhando, Cara de Lua! — ele retruca — O que que tem?
— Eu não tinha esse colar antes! Eu... o Monoma-kun me deu ontem!
— E daí?
— Daí que... antes de ontem, na rota do Todoroki-kun, eu rasguei um pedaço da minha roupa pra fazer uma faixa pra cabeça dele, no dia seguinte, a roupa não tava mais rasgada.
— É, depois que acaba uma rota, tudo volta ao normal-
— Então por que eu tô com esse colar? — ela questiona exatamente o que ele ia apontar — A rota dele acabou, eu vi quando ele sumiu igual aos outros, não era pra eu ter esse colar, então... por quê?
O Bakugou franze o cenho, pegando o pingente e analisando-o por entre os dedos, Ochako o encara atentamente, aguardando pela avaliação dele com tremenda expectativa. Apenas quando um par de olhos vermelhos escuros cravam nos seus, ela se dá conta do quanto os dois estão próximos, o loiro também parece notar e se afasta, fechando ainda mais a cara.
— Pode ser um bug.
— Um bug?
— É, um erro do jogo. Isso aí tava junto com essa sua roupa?
— Não, eu encontrei dentro de uma abóbora de enfeite na minha casa. Quer dizer, não é a "minha" casa, mas... ah, você entendeu. — ele assente, desviando o olhar — Isso é uma coisa muito ruim?
— Bugar? Tem bug que atrapalha o andamento do jogo, mas tem bug que rende umas vantagens pro jogador por acidente, só que... — ele parece pensativo — se não for um bug...
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De arrepiar!
أدب الهواةOs eventos de Halloween em Otome games são todos iguais: personagens fantasiados, trocadilhos cafonas, e uma imagem com o pretendente da escolha da jogadora no final do evento, isso segundo o Bakugou. Ochako não está particularmente animada pra joga...