❥ 12° Capítulo

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O dia estava chuvoso e o fim de tarde aproximava-se. Sophia subia as escadas rumo ao segundo andar do colégio, onde ficara os quartos, com suas mãos por dentro dos bolsos de seu casaco na tentativa de mantê-las aquecidas, no momento em que sentiu seu coração por um momento falhar.

Bernardo surgira em seu campo de visão aos beijos com Gisele, sua companheira de quarto, assim como Ana.

Mesmo tratando-se de algo que se esperaria vindo de Bernardo, foi um choque para ela, ainda mais tratando-se de Gisele, que embora não tenha nenhum tipo de amizade ou aproximação – uma vez que Sophia descordava de algumas atitudes da moça, incluindo a grande amizade da mesma com Vanessa, que fora o motivo de sua suspensão – mas eram colegas de quarto. 

Entretanto o que mais a indignara fora o fato de que não fazia nem mesmo cinco dias desde que fora mulher em seus braços, e nem 24 horas desde que dera a entender que gostaria de repetir a dose, com o agravante de que Gisele com certeza tinha ciência de que eles tiveram algo, até porque ela estava na boate, presenciou assim como todos o clima fervescente entre eles e suas saídas quase que simultâneas. Como ela conseguia?

Sophia sabia que Gisele não a devia qualquer tipo respeito ou consideração, até porque ela e Bernardo não tinham absolutamente nada, havia sido apenas uma noite. Entretanto ela não pensara em quão estranho poderia ficar as coisas entre elas no mesmo quarto? Na realidade, quem Sophia queria enganar? estava mordida de ciúmes.

Se não fosse com Gisele, seria com outra e ela se sentiria incomodada do mesmo modo. O que mais a incomodava era o fato de que não podia nem mesmo expor a irritação que sentia, já que não havia justificativa plausível para isto.

Sua frustração só aumentara quando ele a viu e continuou agarrado aquela bela morena de corpo chamativo, sem ao menos balbuciar uma fala ou atitude que demonstrasse interesse dele em explicar-se, até porque não havia o que explicar, embora ela esperasse uma atitude que desse a entender que ele se importava mesmo assim.

Enchendo seu peito de ar e erguendo sua cabeça, Sophia esforçou-se ao máximo em demonstrar indiferença o que ela obteve êxito. Passou por eles sem ao mesmo os mirar com o olhar. Focou em um ponto a sua frente e lá manteve seu olhar.

Sophia somente deixou todo aquele ar que lhe mantinha com a postura firme sair por completo ao fechar a porta do quarto atrás de si, deixando transparecer toda sua irritação pelo o que ela julgava ser falta de consideração da parte dele.

Sentando-se em sua cama, sentiu seus olhos arderem, o que de imediato a assustou, ela não poderia estar prestes a chorar por um babaca como Bernardo Lessa.

Puta merda! O choro era eminente, seus olhos queimavam com a mesma intensidade que um sentimento ruim parecia comprimir todos os seus órgãos e uma dor, que não era física latejava em sua alma.

Ela passou suas mãos por todo o seu rosto enquanto as primeiras lagrimas escapavam de seu olhar, sentia-se estupida, como poderia permitir-se chegar a este ponto? Sempre soubera que Bernardo não valia nada e achava-se esperta demais para cair em sua lábia, tinha certeza de que possuía o controle da situação, mas a realidade era bem distinta, agora podia ver que fora ingênua ao pensar em que poderia ir para a cama com alguém sem que desperta-se algum sentimento, muito embora seus sentimentos tivessem nascido antes mesmo aquela maravilhosa mas inconsequente noite.

Em sua mente amaldiçoou Bernardo e o seu sorriso encantador; estar naquele colégio; naquela cidade; atreveu-se até mesmo amaldiçoar o emprego de seu pai, pois se não fosse tal proposta, estaria em Belo Horizonte, com seus familiares e amigos, longe de Bernardo e todo o sofrimento que ele pode causar.

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