❥ 2° Capítulo

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A contra gosto lá estava Sophia, arrastando sua mala pelo corredor do colégio interno – denominado por ela de prisão – acompanhada de seus queridos pais. Mauro demostrava orgulho pleno em ter sua filha matriculada em um dos colégios mais conceituados do país, mesmo que fosse apenas para terminar o último ano, faria total diferença em seu currículo, e seria uma ótima base para ingressar em uma faculdade federal.

O local de fato possuía seu charme, não havia como dizer o contrário, era bem aconchegante, mas esse detalhe pouco importava, Sophia não queria estar ali, e nada a faria mudar de ideia.

Seus pais foram a diretoria para resolver as últimas pendências referentes a matricula, enquanto Sophia decidiu ficar ali mesmo, no pátio, sentada em uma das cadeiras acolchoadas que ficara na lateral, recostada na parede. Não iria ficar caminhando pelos corredores arrastando suas coisas.

Sentada observava as pessoas, aquilo a deixava perplexa, sorriam, se abraçavam, demonstravam felicidade em estar naquele lugar terrível. Sua perplexidade fora interrompida por uma voz.

— Posso me sentar? — Perguntou o rapaz que já fora se sentando sem obter qualquer resposta.

— Já sentou. — Respondeu sem ao menos olhá-lo.

— É sempre tão bem humorada assim? — Ela o encarou com o semblante fechado.

— Só quando estou sendo incomodada. — Abriu seu melhor sorriso debochado.

— Tão bonita, entretanto tão sarcástica. — Ele utilizou um tom irônico e a acompanhou no sorriso debochado.

— Olha quem fala.

— Ah, obrigada. Eu sei que sou bonito. — Ele piscou.

E bastante convencido, mas talvez ele pudesse. Tratava-se de um rapaz, alto, com um corpo magro, porém não esquelético, seu rosto era largo, porém seus traços eram finos e sua boca carnuda, nariz um pouco largo, cabelos escuros bem cortados, e seus olhos castanhos penetrantes. Embora ele de fato fosse um cara de boa aparência, não era o que Sophia quis dizer.

— Não. – Ele enrugou sua testa. — Me referi sobre o sarcasmo.

— Pode assumir gatinha. — Ela revirou os olhos.

— Todos aqui são assim?

— Bonitos?

— Não, convencidos! — Ele soltou uma gargalhada.

— Me Chamo Fábio e você?

— Sophia.

Depois de algum tempo, quando ela tornara a ficar só, seus pais por fim regressaram, e pelo sorriso de seu pai traziam consigo péssimas notícias, com certeza tudo estava nos conformes e ela realmente teria que ficar ali.

— Pronto. Tudo está resolvido. — Afirmou ele como se fosse algo bom.

— Eu vou mesmo ter que ficar nesse manicômio.

Ela encontrara um novo nome para também denominar aquele local.

— Filha, será apenas durante a semana, passará tão rápido que você nem irá perceber.

Ele entendia que sua mãe estava apenas querendo amenizar as coisas, mas dizer que ela não iria perceber é ir longe demais. O que ela achara? Que Sophia era idiota? Preferiu guardar seus pensamentos para si, pois era sua mãe, sua rainha.

— Mauro Sales. Que prazer encontra-lo aqui! — O autor da voz, era Sergio, chefe de Mauro.

— Digo o mesmo. — Mauro disse com um sorriso bobo nos lábios. — Viemos matricular nossa filha nessa escola, ouvimos falar maravilhas daqui.

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