Minha avó saiu do hospital ontem, mas não foi como eu queria que fosse, e sim direto para a funerária. Por mais que pareça pesado, é a realidade de hoje. Eu não sai do meu quarto, mas dessa vez não deixei nem minha família e nem absolutamente ninguém entrar para falar comigo. Eu morri por dentro, foi o meu limite de sanidade quando minha mãe apareceu na porta do hospital e declarou a morte dela em prantos. Eu não consegui chorar na hora, minhas lágrimas secaram e meus sentimentos já não existiram, eu só passei de abraço para abraço da minha família e depois disso vim direto para a minha casa e não falei com mais absolutamente ninguém. Eu estou abraçada com o meu travesseiro, olhando para meus dedos pálidos através da silhueta da luz da tarde. Ainda estou sentindo uma dorzinha leve, o que me leva a pensar que, não, eu nunca perdi a minha virgindade com o Nicholas. Ele só se satisfez e sequer se importou em tirar a porcaria da minha virgindade, deve ser por esse motivo que eu não senti absolutamente nada. É muito estranho, sei lá, ele sequer gosta de falar comigo e eu perdi a virgindade com ele. Ele ficou preocupado quando saímos do carro, mas depois que sai do carro e fui até a recepção receber a notícia, não falei mais com ele, eu simplesmente desabei e não consegui mais olhar na cara de ninguém. Jogo os cabelos para trás do travesseiro e respiro profundamente ao escutar uma batida na porta. Eu sei que é minha mãe, ela está o dia todo tentando falar comigo para me dar comida e tentar me fazer sair do quarto para ir no velório da minha avó no fim da tarde. Eu não sei se quero ir, não sei se me sinto mentalmente preparada para isso.
"Ei - GB"
Eu observo a tela do celular, desanimada com a mensagem. Gabe não tem absolutamente nada a ver com os meus problemas, mas ainda sim me sinto na obrigação de respondê-lo para que no mínimo ele entenda o que está acontecendo comigo e que eu preciso de um pouco de espaço até a hora do velório. Eu não posso deixar de ir no velório dela, minha avó me odiaria se eu não fosse.
"Tudo bem? - GB"
"Sim.. tudo bem."
"Você quer vir até a sala? Eu não vou subir até o quarto, não quero invadir a sua privacidade. Mas quero que você venha até aqui para que eu possa te dar um abraço antes de ir para Manchester! - GB"
"Você vai para Manchester?"
"Eu tenho que ir, Jo. Amanhã o time vai concorrer em um festival e eu não posso sair justamente agora que o Hero está por fora. Vem aqui, por favor - GB"
"Tudo bem, eu já desço"
Desço da cama, calço as pantufas e saio do quarto pela primeira vez em um dia. Eu quero muito ver o Gabe, mesmo me sentindo culpada pelo que fiz ontem. Nós não estamos namorando, mas ainda sim me sinto culpada já que ele cuida tanto de mim! Hero sequer olha na minha cara, qual o sentido de eu dar tantos privilégios a aquele babaca? Ele é a porra de um babaca, mas ainda sim um babaca gostoso e que sempre consegue fazer a minha cabeça quando quer alguma coisa comigo. Por que ele tem que ter aquele charme? Eu queria tanto entender. Gabe é perfeito também, mas ele não tem o mesmo jeito irresistivelmente safado que o Hero. Gabe está parado ao lado da porta, mas meus olhos não vão diretamente para ele, e sim para o babaca safado que está parado bem ao lado dele. Hero está usando uma roupa inteiramente preta, tênis pretos e o cabelo bagunçado, como sempre.
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Ao seu lado
FanfictionJosephine se mudou para Londres junto com toda a família por uma nova chance de emprego de seu pai, Brad, um fanático treinador de futebol americano irá comandar um dos times mais bem sucedidos da faculdade de Londres, New London. O que ela não espe...