"Acho que ela já estava no seu limite, faltando apenas algumas pequenas doses parar transbordar toda sua insanidade. E ela transbordou, Robbie transbordou, e eles inundaram a escola com sangue."
Após ser adotada muito nova, Nya Aisha passou pouco te...
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"Posso ser muito má quando eu quero, sou capaz de qualquer coisa mesmo. Posso cortá-lo em pedaços, quando meu coração estiver... partido." — P!nk (Please Don't Leave Me)
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15 de novembro de 2004, Portland, Maine.
Heloísa e Nya tiveram uma briga muito feia naquela noite.
Ela notou como a amiga ficou assustada com a sua atitude, que simplesmente não soube mais o que dizer depois que tudo acabou. Suas lágrimas não paravam de escorrer, e seus soluços foram abafados pelo travesseiro.
Heloísa odiou lembrar de como todos ficaram contra ela, até mesmo Robbie e Norman. Odiou deixar todos chateados, e principalmente, odiou a cretina da Regina Küster por ter estragado a sua noite com os amigos.
Agora ela estava em casa, somente com a doce promessa do final de semana perfeito longe dali. Ao perceber o clima tenso entre o grupo, a menina resolveu se afastar.
Já era domingo à noite e ela não havia se alimentado desde que chegou da Noodles depois do incidente.
Apesar das batidas insistentes da jovem governanta Joice Bloom, que se preocupava o bastante para subir e avisar a cada horário das refeições, a menina não abria. Heloísa não sentia fome, apenas tristeza e muita raiva.
Ela afastou a cortina da janela com o pé, deixando o luar invadir seu quarto, a deixando menos solitária. Seus olhos permaneceram fixos lá fora, estáticos, enquanto sua mente vazia divagava em algo para fazer. Porém, Heloísa já sabia o que queria fazer.
Ela piscou os olhos repetidas vezes para afastar a fina película que nublava sua visão, esfregando-os com o dorso da mão em seguida.
As lágrimas não paravam de cair, e tudo isso porque seu coração se sentia desesperado em perder a amizade da única pessoa que parecia se importar verdadeiramente com ela.
A menina se sentia agoniada por não conseguir controlar seus impulsos, deixando a raiva iminente se sobressair como uma válvula de escape.
Desde que enterrou Leon, a solidão a trancafiou em um calabouço escuro, onde Nya Aisha surgiu como um farol para guiá-la para fora de um mar revoltoso de escuridão.
