Folclore

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No meio de uma floresta 

Existe uma menina 

De rosto delicado que olha

Ao redor, como a lua cheia

Logo, iluminando-a 

E por conseguinte, ao céu cinza

Cheio de neblinas pela vista

Os cabelos loiros de muita maciez 

Transborda ao se passar 

O toque que sobre a luz, desliza

Entre o liso e o claro do sol

Que se põe ao oeste 

Um casaco xadrez ela veste 

E algumas ideias pairam à sua cabeça

Nunca foi muito segura de suas próprias certezas

Sempre achou que não era boa

O suficiente para as coisas 

E nunca saberia então como fazê-las

Da maneira correta que fosse agradar

Por que tudo não vale a pena, não é mesmo?

Como o pêndulo, as perguntas vêm e vão 

Giro de 360 graus completo

Ela olha para o lado esquerdo e logo 

O rosto se posiciona meio que para trás

Sobre a grama, o corpo está parado

E de pé, estendido 

Pisa com a ponta dos dedos, as plantas

Que não conhece sequer e só quer então

Poder senti-las 

Seus ramos e seus espinhos 

Pega nas mãos cada floco de neve

Que as nuvens um dia despejaram por ali

As árvores de grande porte dão 

Uma bela característica ao lugar que está

Como as estrelas dentro de um bloco

E lá no fundo, ela procura a cor 

De seus próprios olhos, que já não lembra 

Não lembra mais

Porque ela quer aquela que nunca chega

O verão já passou há alguns meses

E o sol ainda está

Do lado direito, um pouco tímido

Logo, ele vai ir embora

E tudo então floresce

Como o sorriso entreaberto

Daquele mesmo lugar


Tudo nela brilha: A Luz dos Ressignificados Onde histórias criam vida. Descubra agora