Às quatro

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E quando o sol das quatro

Apanha o rosto genuíno

De bochechas redondas

E boca robusta 

Como a maçã que se divide entre si

O olhar sereno descansa

Entre a doce penumbra 

Que, à espera pelos 30 minutos, circunda

Ao fechar a janela do quarto

E as pálpebras delicadas 

Um pouco manchadas pelo céu 

Tocam o redemoinho entre os cílios 

Algum sono oriundo a piscar

E o corpo sobre ela deleita-se, a pestanejar 

Às mãos levadas ao queixo

Desenham o bocejo livre 

A cor laranja de puro doce cítrico

Que, ao vislumbrar-se, pelo queimado 

Sobre a pele branca 

Despeja por entre as escadas 

E percorre por entre os andares

De todas as feridas 

Que, ao deitar-se sobre a cama

Cochilam às quatro da tarde 

Tristonhas, passam a mão pelo rosto 

Coçam devagarinho o nariz 

Às quatro da tarde, pela alma envelhecida 

De um castanho claro 

Tudo nela brilha: A Luz dos Ressignificados Onde histórias criam vida. Descubra agora