(01) olhos vendados.

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em 20/03/2020.

naquele dia, bangchan caminhava de forma célere até sua casa, que se via um pouco distante do local no qual estava saindo; a casa de hwang hyunjin.

seus olhos pareciam marejados, seu semblante tão tristonho. gostaria que as coisas entre ele e o loiro não tivesse acontecido. e que tudo fosse apenas um pesadelo. embora sonhos sejam lugares nos quais gostaríamos de estar, os pesadelos são traumas e mágoas, é a sensação de perder a alma de si, e ser apenas uma insignificante parte vagando pela terra, uma última vez.

ao menos era assim que christopher se sentia perto de hyunjin.

hwang hyunjin era o maior pesadelo de bangchan. desde que sua vida foi adentrada pelo garoto, as coisas tornaram-se amargas. o loiro transformou o jubilo radiante de bang num poço escuro e frio, onde era apenas visível sangue e cinzas das flores na alma incendiada de christopher.

tudo foi-se embora desde o início, desde a presença sombria de hyunjin na vida do tão radiante bangchan. seus tão especiais amigos e familiares lamentavam pelo ocorrido.

agir de forma quieta e tão desesperançoso, nunca foi do feitio de chan, jamais ele agiria assim se não tivessem o apunhalado com adagas súbitas de mágoa.

aquela fora a última noite de chan, e naquele mesmo dia havia se despedido de pessoas especiais, e até mesmo de pessoas sombrias. não faziam ideia, não imaginavam tamanha tragédia, e quando perceberam já era tarde. bangchan se foi, junto às cinzas de sua alma já tão entristecida. os sorrisos pela casa não eram os mesmos. a mãe do garoto, de semblante tão gentil e sorridente, parecia incompleta desta vez. parecia fraca.

desde a ida de christopher a casa não tinha mais as mesmas cores, as roupas com a essência de chris estavam jogadas por sua cama, e sua mãe as segurava próximas de seu rosto, deixando que pingos de lágrimas caíssem pelas mesmas. em questão de minutos, changbin chegou aos prantos, seu rosto inchado e avermelhado, suas bochechas banhadas de lágrimas lamentáveis e dolorosas de ver seu o garoto em que esteve a fim durante estes dois anos.

- chris! christopher por favor, não me deixe. - dizia diante de lágrimas. - bang.. eu não pude te dar adeus, eu nunca quis te dar adeus. por favor volte para mim. o que vai ser de nossas vidas sem você? o sol mais radiante, a essência mais marcante..

- changbin se acalme.. - disse a mulher, que também chorava alto, entre soluços. mas sem querer apavorar chang, o abraçou apertado, consolando-o.

- eu.. vou matar hwang hyunjin. aquele filho da puta. - em meio daquilo, changbin soprou abalado, e deixou que caíssem mais lágrimas diante de seu rosto. - eu sinto muito, tia. eu deveria ter dito antes, dito que amo o seu filho, ter feito-o feliz. mas eu deixei que ele caísse nas mãos de hyunjin, eu sinto muito. - sua voz chorosa ecoava perto do ouvido da mãe de bang.

o que seria do jardim de rosas sem a mais radiante destas?

changbin abraçou bangchan, lamentando-se e culpando-se pelo ocorrido, embora não fosse sua culpa, e muito menos a de bang. eu sinto muito, meu bem. eu deveria ter ficado ao seu lado, fui um tolo. pensava de queixo encostado no ombro do mais velho. aquela cena jamais seria esquecida, aquele dia foi o pior de sua vida, e ele sabia que só poderia deixar o mundo para trás após resolver-se com o de mechas rosas.

- changbin.. - a mãe de christopher apareceu subitamente, com o rosto um pouco inchado por conta do choro. segurava um envelope laranja claro, e o mais novo avistou num segundo apenas, a letra de bangchan. - eu acho que isto é seu.. havia mais algumas perto de seu corpo quando o vi. esta tem seu nome. irei deixar-te à vontade, por favor poupe sua saúde mental.

- tudo bem tia.. muito obrigado. - seu semblante não continha mais uma só expressão, o vazio o preencheu mais do que nunca. aquilo o cortou, o apunhalou. guardou o pequeno envelope em seu bolso.

segurando a mão de chan, ainda conversando com o mesmo, embora não tivesse respostas, dizia que iria vê-lo logo, logo. depositou um beijo em sua testa, e deixou o quarto.

todos estiveram vendados enquanto não perceberam a morte vagarosa de christopher.

o silêncio fará lembrar.Onde histórias criam vida. Descubra agora