o silêncio fará lembrar.

(03) ausência.

- bang chan você faz falta.

após mais uma semana dolorosa na vida de changbin, desta vez se o mais novo cobria-se de falta. aparentava estar incompleto. de fato todos estão, desde que christopher foi embora. - ou nem todos. - mesmo após um mês, seus olhos estavam sempre vermelhos. aquela foi a perda mais insuperável de sua vida.

a mãe do garoto ainda tristonha, vestia um de seus casacos naquela tarde ensolarada, mas incompleta. querendo ou não, tudo se remetia a christopher, até mesmo os astros mais distantes. o cachorrinho de bang estava deitado em sua cama há dias, pois sabia que até ás 17h45 christopher haveria chegado para brincar consigo, e descansar ao seu lado. desta vez, não. parecia deprimido, e o esperava todos os dias durante a tarde toda. o pai de bang se encontrava cansado, que apesar de conversar poucas vezes com seu filho por conta do trabalho, o ama muito. seus familiares continham olheiras, assim como os de changbin. seus irmãos não ouviam mais as músicas do mais velho tocando em seu quarto enquanto conversavam com o tal, enquanto pediam conselhos.

changbin fora visitar os pais do garoto, esperando que pelo menos sua presença amenizasse metade da preocupação da família. - sabiam o quão abalado changbin estava, assim como eles. e isso os preocupava pois sentiam-se receosos desta ferida que agora faz parte de changbin acabar matando-o de tristeza e saudade. - instantes perto da casa de christopher, avistou hyunjin saindo de lá, não tinha um semblante sorridente, mas nem mesmo tristonho. o loiro segurava uma garrafa de bebida alcoólica, tomando gota por gota, visivelmente fazendo uma expressão sofrida pelo líquido árduo passando por sua garganta, andando mais um pouco ao terminar a garrafa inteira, jogou-a próxima aos pés de changbin, que ardia de ódio só em vê-lo.

- onde vai seo? ver christopher? - se aproximava do baixinho em passos tontos, o álcool tomou conta dele e o cheiro explicava tudo, obviamente.

- não encoste em mim, hwang. você está satisfeito agora? você matou alguém. os pais dele sempre confiaram em você, e nem mesmo sabiam o motivo de ver christopher tão abalado cada dia mais. sempre que chegava em casa, continha um semblante cada vez mais sofrido, cada vez menos sorridente, e é tudo culpa sua. você fez ele sentir todas as sensações deste universo. ele se sentiu feliz ao seu lado, você era a alma-gêmea dele, ou era o que parecia, no início. logo ele se sentiu inútil, se sentiu usado, manipulado, por um filho da puta cujo nem sequer se importava com ele. diminuí-lo era sua rotina repentina, sempre diminuindo ele. falando sobre o rosto dele, sobre o cabelo dele, sobre a personalidade dele, sobre o corpo dele, o qual você tocou apenas por ser um babaca deixando marcas ruins na vida dele, você é um insensível, egoísta, egocêntrico. ele tirou a vida dele, ou melhor, você tirou. você o fez sentir todas as sensações possíveis, menos inteiro. você é louco. - os olhos do baixinho agora estavam encharcados desta vez, de ódio. cerrava seus punhos com força, segurando sua vontade de batê-lo naquele momento. christopher não gostaria disto, mesmo não estando mais ali presencialmente.

- você quem está louco. - hwang ria alto, ecoando cada gargalhada vazia do mais alto. - christopher decidiu me amar, e teve as decisões que quis. ele era grandinho, sabia o que queria, o toquei porque ele permitiu, mas quem diria que ele iria se fazer de vítima coitadinha por trás desta longa história. ah, changbin.. você é tão tolo. - hyunjin continuava a se aproximar de seo, o encarando odioso, magoado. - não se deixe enganar pelas idiotices de bang. ele era bobo demais. - o loiro pousou sua mão do queixo de seo, sussurrando com um sorriso idiota em seu rosto, tão bonito, mas tão estupido e manipulador.

seo decidiu sair dali antes que acabasse com hwang de vez, seus olhos agora marejados por conta de christopher mais uma vez, limpou suas lágrimas antes de bater na porta dos pais do mesmo, mas seus olhos ainda estavam vermelhos e inchados.