(05) álcool.

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em pouco tempo, - quatro meses após o suicídio de christopher. - changbin se encontrava deitado em seu sofá, onde nem sequer conseguia abrir os olhos após vinte e duas garrafas de bebida alcoólica, apenas queria amenizar aquela dor. encontrara uma cartela de remédios, que tomou à espera de alívio em seu peito doloroso, banhado de melancolia. dois de seus professores apareceram em sua casa numa só semana, à procura de saber o motivo de suas faltas, e ainda se esforçando para voltar, era impossível. sua mente se mantinha em christopher e sua cabeça pesava ao pensar no mesmo. sua concentração caía em questão de segundos, e ele não podia fugir disso. perdeu o controle de si mesmo, ele apenas queria que hwang ganhasse o preço do que havia causado, mas não seria ele quem o mostraria. hwang descobriria sozinho.

a mãe do mais velho, decidira passar na casa de changbin e levar um pouco de comida, quem sabe ouvi-lo um pouco, talvez ele precisasse. - bom, ele precisa, urgentemente. - levava uma mochila, era de christopher, e daria ao garoto como lembrança. haviam mais coisas do moreno tristonho guardadas na mochila, e em outra bolsa levava um pouco de comida, roupas e presentes. era uma mulher incrível, de fato. admirável a maneira como christopher conseguia ser semelhante e da mesma forma, radiante. uma genética preciosa.

pressionou o dedo diante do pequeno botão ao lado da porta, onde se localizava changbin, e esperou alguns minutos até que ele abrisse. surpreendeu-se ao vê-lo, seus olhos estavam vermelhos, e suas olheiras estavam mais visíveis do que antes. ao adentrar, deu de cara com o sofá de seo quase derrubando garrafas álcoolicas. - changbin, não faça isso! - segurou seu pulso, com sua pele gélida, o levando ao sofá e pondo as garrafas em outro local de sua casa. changbin insistiu em continuar a banhar-se ao álcool, mas a mulher não permitiu e retirou de forma célere quaisquer garrafa que o mesmo tivesse em mãos. - amor, não faça isso. o que acha que está tentando fazer? - bastante preocupada, levava as garrafas para a cozinha de changbin, que em instantes súbitos, se encontrava chorando descontroladamente.

- eu não quero ficar aqui. eu quero ir embora. - dizia entre fortes abraços com suas pernas curvadas no sofá.

- oh, meu bem, eu imagino que o ocorrido com christopher tenha te afetado bastante, vocês eram tão próximos. gostaria que não tivesse ocorrido esta tragédia, e eu imagino que você também não. - acariciava os fios escuros e bagunçados do baixinho de olhos chorosos, que soluçava alto, e continha suas bochechas banhadas, mais uma vez.

- eu sinto muito, tia. eu gosto do seu filho, mas não como ele gostava de mim. não adianta mais contar isto agora, é tarde demais. gostaria mesmo de ter contado antes, de ter o afastado das garras daquele loiro egocêntrico. - seus punhos cerravam forte expressando toda sua mágoa, saudade e raiva naquele instante. - sei que christopher sempre desabafa com você, assim como desabafa comigo. mas de tratos diferentes, pois você é a mãe dele. talvez eu tenha sido idiota em tê-lo beijado naquela noite, ele estava tão mal, havia acabado de sofrer maus-tratos de hyunjin, e prometo tia, que irei fazê-lo pagar gota por gota do sangue do teu filho. embora talvez ele tenha se sentido péssimo, eu me senti livre em expressar meus sentimentos a ele. eu apenas fui estupido em beijá-lo - mantinha seu rosto inchado pelos seguintes minutos chorando profundamente, apoiado no ombro confortável da mulher sorridente. era como estar nos braços de seu querido mais uma vez.

- você está me dizendo que gosta do meu filho? que o ama, além da amizade? está me dizendo que hwang hyunjin maltratava o meu menino? - questionou em tom suave, tão calmo quanto o de seu cotidiano. embora changbin estivesse um caos dentro de si. - não se preocupe, meu bem. você pode confiar em mim, sempre que precisar. vejo-te como um outro filho, e bom, eu imaginava que você gostasse de christopher. ele sempre me contava sobre você quando chegava em casa. sentávamos diante da mesa e ele se aconchegava a me contar o que sentia. porém jamais ouvi escapar de seus lábios, palavras sobre maus-tratos de hyunjin. sempre o vi como um bom garoto, e embora eu sempre goste de ouvir o outro lado da história de cada um, eu não preciso de nenhum agora. christopher confiava muito em você, e você jamais mentiria sobre isto para mim. - sussurrava baixinho, tentando acalmar a situação tensa que habitava no garotinho.

- channie falava sobre mim? - questionou surpreso. - sobre quais coisas, por exemplo?

- me contava sobre o quão gentil você é. muitas vezes após uma discussão com alguém especial, ele seguia firme até sua casa e desabava em seguida. logo voltando á estruturar-se, e ser forte. você proporcionou a ele os melhores momentos da vida dele, e como companheira de maioria de seus desabafos, eu afirmo o quanto ele lhe amava, changbin. - ela separou a proximidade que havia entre changbin consigo, e olhando no fundo de seus olhos, replicando sutilmente: - uma vez, ao chegar em casa, me dissera sorridente: "mamãe, eu estive na casa de changbin. já é tarde, mas fora um dia ótimo. eu estive meio para baixo estes dias, e ele me proporcionou coisas que transbordavam beldade. retirou todas as suas responsabilidades e trabalho para ficar comigo. enquanto eu desabafava a ele tudo o que estava preso dentro de mim, ele passava sua mão diante dos fios do meu cabelo, e após isso eu dormi. ele preparou muita comida, e sabe, eu acho que descobri algo, mãe. mas eu preciso de certeza. nunca havia percebido desta maneira o quão forte changbin me faz, retirando suas obrigações sem se questionar sobre, apenas para ficar comigo. ninguém nunca fez com que eu me sentisse inteiro, e pela primeira vez, ele conseguiu. eu estou tímido sobre o restante, se importaria de eu guardasse para mim?". assim eu apenas concordei com a cabeça, e ele sorriu radiante, andando apressado até mim, e me abraçando forte. fora ouço um 'eu te amo' e ele logo subiu ao seu quarto sorridente e saltitante. cantarolando como jamais vi. naquele dia eu soube que você o preenchia por inteiro. - segurava as mãos cheinhas de seo, que a lacrimejava sorridente ao ouvir sobre christopher. sobre seu radiante christopher.

a mãe de christopher permaneceu ali até que changbin descansasse. após ouvi-lo, acolhê-lo e o abraçar forte como christopher, ele dormiu calmamente. e christopher agradeceu bastante por sua mãe tê-lo o acalmado. sua cabeça que se encontrava apoiada no colo da mulher, dormia num silêncio agradável. ela levantou-se e organizou um pouco da casa do mais novo. e jogou fora as garrafas de bebida, não iria permitir que aquilo acontecesse novamente. trouxe cobertas ao mesmo, e o deixou o mais confortável possível. logo posicionando-se em frente ao mais novo, e cochichando de olhar sútil: - eu admiro sua força, meu garoto.

- eu ainda o admiro tanto, mamãe. esteve tão sofrido para ele, me perdoe, seo. irei te esperar aqui, e quando eu puder te ver, darei um abraço apertado. - o mais velho deitava ao lado de seo, depositando um beijo em sua testa, e o abraçando até dormir junto ao mais novo.

eram tempos difíceis, eram tempos dolorosos. as estrelas poderiam realmente realizar desejos, assim changbin teria certeza do que pediria: seu garoto de volta.

o silêncio fará lembrar.Onde histórias criam vida. Descubra agora