(07) our bones.

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se passavam minutos, horas, dias, mas cada vez se tornava mais monótono, seo cansou de desejar seu fim, e passou a viver por bang, que não se permitiu viver por tanto tempo. a dor ainda era árdua, mas ele preferia pensar que assim que seus ossos pudessem estar perto de christopher ele se sentiria mais pacífico. poderia contá-lo todas as coisas que sua mãe falava á seu respeito, e demonstrá-lo, talvez aprender todas as receitas novas de sua mãe para que ele pudesse sentir o divino gosto. changbin faria o possível, impossível, faria visita aos montes mais altos caminhando passo por passo, mas não queria se arrepender de não ter dito nada para ele desta vez, porque ele podia, mesmo com a distância enorme entre os mesmos. ele havia lido um livro na biblioteca que bang gostava de ir ás três da tarde após o intervalo da escola, que não era distante, localizava-se na esquina de sua antiga escola. ah, changbin ainda lembrava daquela cena.

assim que ele adentrou o último corredor entre as duas altíssimas estantes, bem lá no fundo, christopher lia seu livro favorito pela vigésima nona vez, e espantava-se ainda que tivesse conhecimento sobre cada palavra, sobre cada ato, sabendo de cor cada virgula pontuada nas páginas. o livro se posicionava aberto no centro da mesa, e seus cotovelos pousados na madeira clara da mesa bibliotecária, seu queixo descansando em suas mãos com os dedos entrelaçados, e um sorriso ao pular de palavra por palavra, ele estava surpreso. assim que percebeu a presença de seo encostado na estante esquerda, próxima à sua mesa, com um olhar dourado que seguia por todo o seu rosto, esboçou-lhe um sorriso timbre, e exclamou o seu nome. as pessoas que liam ao redor daquele corredor murmuravam e pediam silêncio, ecoando um "shh" por suas bocas e curvando suas sobrancelhas para baixo enquanto encaravam os dois que se olhavam em silêncio e risonhos. seo apenas o cumprimentou com os olhos, e christopher desejava que ele se sentasse naquela cadeira a sua frente, mas seus lábios não se abriram novamente para pedi-lo para ficar, embora seus olhos dissessem mais alto, que a companhia de seo não iria atrapalhá-lo naquilo. - até porque, seo adorava ouvir suas teorias sobre os acontecimentos espantosos daquele livro, e a emoção do mais velho ao contar era radiante, de aquecer o coração que sua esperança de que existia um outro planeta onde o pequeno príncipe pudesse estar assistindo-o lá de cima, ao lado de sua amada flor.

changbin esboçou um sorriso anão, e escorregou sua mão e seu corpo sobre o sofá de sua sala, onde sua coluna pudesse estar de todas as formas possíveis e existentes, inclusive a caminho de uma bela escoliose, afetando totalmente a saúde. ligou a TV e permanecia no mesmo canal desde os cinco meses passados, ele não se sentia bem para ver TV, nem mesmo sair, porém algo extremamente estranho o fez mudar de ideia e pensar diferente.

na semana passada, enquanto fazia seu café, ás nove e quarenta e sete da manhã, o sono o cobriu acima de todas as coisas, e ele acabou por derrubar o café em seus pés. e fora desta forma que ele conseguiu se despertar, gritou pela ardência que a queima do líquido fazia em seus pés, andava vagaroso até a sala, resmungando e xingando a ardência gradativamente mais forte, deixando seus pés inchados e vermelhos, imediatamente.

- ah, sério, só podia ser eu. tantas pessoas no mundo para queimarem seus pés, e o destino escolhe logo a mim. - sentou-se naquele sofá, e como sempre suspirou resmungão, e fechou seus olhos evitando um estresse e um estrago em sua cozinha, mesmo com seus pés formigando de ardência e inchaço, além de vermelhos, tanto quanto seu rosto, que procurava suportava a dor mordendo o lábio inferior.

- se eu estivesse aí, isso não teria acontecido. - ah, sim, era bangchan que o observava por trás daquele armário que cobria que dividia entre a sala e a cozinha a qual ele havia feito um mero desastre.

ele era um desastre. ser um desastre não é tão desastroso, quando se tem alguém que gosta da tua imperfeição consciente de que isso não significa ser um estrago. e aquele garoto branquelo gostava de changbin, e aquele seria exatamente o dia em que ele descobriria aquilo. antes do ocorrido com christopher, o mesmo havia programado que exatamente naquele dia, changbin receberia uma carta, sobre as razões, os sentimentos, o suicídio, a tristeza, a dor, o amor, o ódio, a dependência emocional, sobre seo changbin.

o silêncio fará lembrar.Onde histórias criam vida. Descubra agora