Anjo das sombras | Livro 3: O País Das Maravilhas

Capítulo Vinte e Um - 1°parte

Victor Decker:

Aterrissei suavemente no pátio do castelo branco, a poucos passos de Puck, que estendeu a mão para me ajudar a descer, gesto que aceitei com gratidão. A Rainha Grenadine nos observava, parecendo mais relaxada do que nunca a tinha visto antes.

— Finalmente chegaram na hora certa — Ela declarou quando me viu e pegou minha mão. — Venham, é hora de se prepararem para a reunião com meus súditos.

Antes que pudéssemos protestar ou fazer qualquer pergunta, guardas vestidos em reluzentes armaduras brancas surgiram ao nosso redor. Fui rapidamente separado de Puck, mas antes que ele pudesse protestar, fui informado por um dos guardas que a reunião estava marcada para daqui a algumas horas, o que me permitiria tirar um breve descanso.

Aproveitei a oportunidade para tomar um banho revitalizante e vestir roupas dignas da realeza, que haviam sido providenciadas para mim. No entanto, o cansaço tomou conta de mim, e acabei cochilando por um curto período de tempo antes do evento crucial que nos aguardava.

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Em meu sonho, Morfeu estava ajoelhado em meio a uma grama morta, sob a sombra de uma grande e frondosa árvore. Sua cabeça estava inclinada, os cabelos cobrindo seu rosto. Ao nosso redor, uma névoa cinzenta turvava a visão, obscurecendo tudo além de alguns metros de distância. No entanto, eu podia sentir outra presença ali, uma presença gélida e hostil, observando-me com malícia inteligente. Eu lutava para ignorá-la enquanto me aproximava da figura debaixo da árvore.

Morfeu estava sem camisa, sua pele alva coberta por pequenos cortes vermelhos que formavam uma espécie de padrão, percorrendo sua espinha e atravessando seus ombros. Lágrimas brotavam de seus olhos, e por um instante, pude ver as cintilantes correntes de sangue serpenteando sob sua pele, desaparecendo na névoa ao redor. Morfeu se foi, e a cena mudou novamente. Agora, eu estava diante de uma casa que sempre habitara em minhas memórias de infância.

A fachada era idêntica à que eu me recordava, com cadeiras na varanda onde meu avô costumava descansar durante o dia. Ele estava lá, apoiado em uma das cadeiras, e corri até ele, abraçando-o com força.

— Já faz muito tempo — ele disse, seus dedos afagando meus cabelos finos e delicados.

— Vovô, como você pode estar aqui? — perguntei, com receio de que ele desaparecesse como poeira a qualquer momento.

— Aprendi alguns truques com os feéricos. Minha alma ainda tem assuntos não resolvidos neste mundo, mas está chegando a hora de encerrá-los — ele disse, afastando-me um pouco e enxugando minhas lágrimas. — Você precisa derrotar a Rainha Vermelha para salvar o País das Maravilhas.

— Eu não sei como fazer isso, ela é mais poderosa — murmurei, enquanto meu avô apertava minha mão com firmeza.

— Lembre-se de que tem muitos aliados, inclusive aquele rapaz das sombras — ele disse. — Você deve recuperá-lo antes que seja tarde demais, ele será de grande ajuda na batalha que se avizinha.

— Como desfazer um feitiço de controle mental? — perguntei. — Mesmo que você diga que Caleb é um aliado, não consigo confiar nele. A traição dele ainda me magoa.

Meu avô envolveu seus braços ao meu redor, trazendo-me para perto dele com a ternura de outrora, fazendo-me sentir como uma criança novamente. Eu encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos, desejando que tudo fosse normal, que eu não tivesse que tomar decisões impossíveis, que tudo voltasse a ser como antes. Se apenas desejos fossem suficientes para realizar nossos anseios.

— Você precisa manter a calma e pensar com clareza. Lembre-se de que não está sozinho nisso — meu avô sussurrou em meu cabelo. — Você também deve enxergar além das aparências. Morfeu permitiu que você visse dentro de sua mente, e agora você sabe o que ele está planejando.

Ele apontou confusamente para longe, onde Morfeu, ainda ferido, estava em pé, enfrentando uma mulher que empunhava uma espada e a mantinha próxima à garganta dele. Parecia que Morfeu relutava em cooperar, e cada vez mais cortes surgiam em seu corpo, até que finalmente ele cedia e concordava em fazer o que a mulher exigia.

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A consciência voltou a mim vagarosamente. Arranquei-me do sono, sentindo-me atordoado com imagens que ainda dançavam em minha mente, enquanto o mundo ao meu redor gradualmente ganhava foco. Felizmente, os arredores me eram quase imediatamente familiares - estava no quarto do castelo da Rainha Branca.

A porta do quarto se abriu com um estrondo, e Puck irrompeu, seguido pela Rainha Branca.

— Temos problemas — Puck anunciou, estendendo-me uma carta com expressão grave. — Ela afirma que, se você não entregar a parte do cetro, aprenderá uma lição por desafiar a Rainha Vermelha.

Pegue o papel ansioso.

Nossa Mestra tem uma mensagem para você, Victor Decker. Parabéns por penetrar em meu mundo e, mais impressionante, consegui lutar com meus guardas e salvar algumas criaturas incompetentes. Tem a minha admiração. Infelizmente, não posso tê-lo andando por aí furioso, fazendo planos de retornar pelo cetro, como sei que irá. Eu o estarei esperando para concluir o plano principal hoje à noite com tudo que pegamos de nevernever. Oh, falando nisto, também estou enviando Caleb e o cão para matar sua família. Eles estão em Louisiana, certo? Como seus amiguinhos que iriam ajudar na restauração do cetro, meus lacaios já estão indo ao seu encontro.

Eu traguei o ar, e o sangue se esvaiu do meu rosto. Continue a ler o conteúdo da carta.

Então você tem uma escolha agora, meu cara. Voltar para nevernever e entregar o cetro destruído, ou correr para casa e tentar parar meus lacaios. É melhor se apressar. Ele provavelmente está a meio caminho para sua casa a esta altura.

— O que planeja fazer agora? — A rainha branca disse.

— Caleb está lá fora. – Disse. – Ele está indo atrás da minha família.

Tenho que pará-lo. – Estreitei meus olhos, olhando para ela. – Não tente me manter aqui.

Ela suspirou.

– Deve ir e salvar sua família, minha criança. – Ela fungou e ondulou sua mão. – Então, vá, querido. Resgate sua mãe, pai e irmãos..

— Preciso que me deixei passar pelo espelho do seu castelo na ida e na volta — falei e Puck deu um passo à frente. — Irei sozinho, Temos que nos dividir. A vermelha e Morgana pensam que estão um passo à frente. Mas essa será nossa chave para ficar contra ela.

— Eu não gosto de deixá-lo sozinho, Victor. – Puck ergueu sua cabeça de um jeito orgulhoso e teimoso. – Jurei que sempre estaria ao seu lado.

— Enquanto estávamos procurando pelo cetro, você se protegeu. Mas isto é diferente. — Eu me levantei e encontrei seus olhos. – Isto é diferente, Puck.

Mas não me permitir dizer nada, só esperei a branca me entregar uma chave do seu espelho. Puck me olhou uma última vez antes de finalmente nos separamos de vez, então me puxou pela mão então me deu um beijo nos lábios. reagi com um frêmito, os dedos dele me penetrando pelos quadris. Deslizo as mãos para baixo a fim de encontrar seu peito, parando em sua cintura, e o seguro com força até o metal me ferir os dedos, só paramos quando o ar finalmente era necessário. Estamos os dois em completa animação, me dando um rápido toque com seus lábios.

— Você deve ir ao resgate, estarei esperando seu retorno — Puck disse levemente.

— Não saia perseguindo o exército sozinho da vermelha. Estarei de volta logo. — Falei para ele e me virei para continuar a minha jornada.

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Gostaram?

Até a próxima 😘