" 𝙰𝚗𝚝𝚎𝚜 𝚍𝚘 𝚜𝚞𝚌𝚎𝚜𝚜𝚘, 𝚎́ 𝚗𝚎𝚌𝚎𝚜𝚜𝚊́𝚛𝚒𝚘 𝚙𝚊𝚜𝚜𝚜𝚊𝚛 𝚙𝚎𝚕𝚘 𝚏𝚛𝚊𝚌𝚊𝚜𝚜𝚘 "
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Havia sido um final de semana torturante, mas Jimin ajudou Aza a acalmar os nervos em relação ao manuscrito. Ela tinha uma grande insegurança de que tudo o que escreveu fosse apenas pensamentos de uma adolescente que não sabe o mínimo da vida, mas para ela aquilo era arte, repleto de cores reconfortantes, em algum lugar no mundo ela sentia que alguém gostaria do que ela escreveu, mas de certa forma estava feliz por ter escrito algo e poder dizer " wow eu escrevi mesmo tudo isso!". O despertador parecia ter ficado mais alto na manhã de segunda-feira, não havia dormido bem e o motivo era bastante claro.
Passou grande parte da madrugada conversando com Jimin, ele se mostrava um grande amigo para ela, algo que ela sentia que nunca havia tido antes.Se arrastou até o banheiro apoiando -se na pia, teria mesmo de fazer aquilo? Acordar para a vida? Era uma pergunta bem óbvia. Permaneceu encarando sua imagem por alguns minutos, notando as marcas deixadas pela acne na adolescência, os lábios desiguais e a pele pálida pela falta de vitamina D, pessoas ao seu redor diziam que ela era uma pessoa bonita mas ela não se sentia assim, com todas as forças odiava algumas de suas características especialmente algumas áreas com gordurinhas a mais, mas aos poucos aprendia a amá-las por mais difícil que possa ser. Ligou um música calma e começou a tentar dar um jeito na terrível expressão sonolenta, não para impressionar outra pessoa, queria apenas se sentir mais bonita. Vestiu uma camiseta larga da banda Queen a qual era sua grande paixão, arrumou os fios de cabelos teimosos e sorriu brevemente para a própria imagem refletida no espelho.
Respirou fundo logo desfazendo o sorriso, seria um dia daqueles. Calçou as pantufas e saiu do porão encontrando os pais tomando café na cozinha. Evitou ao máximo olhar para o pai, esperava que ele fosse puxar o assunto de alguns dias atrás mas ele não o fez, apenas murmurou um "Bom Dia" e voltou a prestar atenção no noticiário da manhã. Aza até chegou a pensar que Alexander tivesse sido substituído por alguém mais calmo e amigável, mas mudou minutos depois quando o viu dar ordens e ir pra sala ler a merda do jornal.
─ Eu te ajudo mãe.─ falou ela se levantando da mesa e colocando as xícaras na pia.
─ Não se preocupe com isso Aza, não quer começar a trabalhar em outro possível livro?─ a pergunta de Glória a fez lembrar que receberia uma resposta sobre o manuscrito a qualquer momento.
─ Mãe eu não sou hóspede nessa casa, eu quero te
ajudar!─ Glória sorriu e entregou o restante da louça suja para a filha.Aza gostava de descontar suas preocupações lavando pratos e fazendo uma boa limpeza, costumava ser chamada de maníaca da limpeza. Embora esse hábito não tenha mudado ela já não é chamada assim agora.
─ A editora já lhe deu respostas?─ perguntou a mãe se apoiando na bancada.
─ Ainda não, sabe mãe eu prefiro deixar esse assunto de lado até amanhã.─ a mãe concordou e se calou.
Ela dizia não estar ansiosa, mas ela estava e muito, sentia até as pernas bambas só de pensar em pegar o notebook e encontrar o e-mail lá esperando para ser lido, contendo a resposta que mudaria toda a sua vida. Aza não tardou a secar os pratos e os guardou no armário. De certa forma ela estava confiante, havia tirado todas aquelas belas palavras das profundezas de seu coração e era óbvio a mensagem que cada um dos mínimos versos queriam dizer.
Aza pendurou o pano no gancho, respirou fundo e caminhou até o porão. Caminhava lentamente, como uma tartaruga ou como um vídeo em um efeito mais lento, mordia os lábios a cada passo dado. Enfim chegou ao porão.Olhou para o celular, nenhuma notificação, nenhuma mensagem de Jimin. Embora ela quisesse muito conversar com o rapaz, não queria parecer alguém atirada. E novamente lá estava ela em uma completa confusão de linhas e feitos sonoros, como se houvesse três versões dela mesma e essas três versões estivessem discutindo dentro de si. Chacoalhou a cabeça e se sentou em frente ao computador sem pressa alguma.
Deixou que o aparelho ligasse com calma, como se o pobre coitado tivesse todo o tempo do mundo para organizar o próprio sistema e perceber que já estava trabalhando. Aza mais uma vez respirou fundo e acessou a conta de E-mail.
Lá estava ele, como um anúncio importante no jornal, a matéria mais esperada por todos os moradores da pequena cidade. Aza não se sentia assim a muito tempo, a última vez que sentiu tamanha ansiedade foi na apresentação sobre assédio na escola, uma peça teatral e tanto.
─ Que se dane toda essa calmaria.─ falou e abriu o e-mail rapidamente.
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𝚅𝚎𝚛𝚜𝚘𝚜
Fanfiction𝐃𝐨𝐬 𝐢𝐧𝐮́𝐦𝐞𝐫𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐚𝐯𝐮𝐥𝐬𝐨𝐬 𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐢𝐬 𝐝𝐞𝐜𝐢𝐝𝐢 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫, 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨𝐬 𝐬𝐨𝐥𝐭𝐨𝐬 𝐚𝐭𝐞́ 𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐛𝐞𝐥𝐚 𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚𝐬. 𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐀𝐳𝐚 𝐞 𝐉𝐢𝐦𝐢𝐧.