Hailey p.o.v.
O meu corpo ainda tremia com o seu toque, eu não tive coragem de me mexer depois dele ter gritado o meu nome e demorei um pouco para associar a sua presença naquela situação. A minha mente voltou ao lugar quando eu vi a Sofia começar a chorar e fazer drama, a raiva voltou ao meu corpo e eu tirei as suas mãos do meu corpo, me virando e encarando o Justin.Ele me olhava de forma tão intensa, eu conseguia sentir a sua confusão por conta daquela situação. Me voltei para a Sofia, que chorava e fingia dor em lugares que eu nem cheguei a tocar, ridícula. Me aproximei dela devagar e me abaixei onde ela se encolhia.
— Se você disser algo assim novamente, pode ter certeza que eu acabo com a sua vida — cochichei para ela, que me olhou assustada — E eu não me importo se você ganhar essa merda, eu não tenho medo de enfrentar ninguém para fazer justiça.
Falei a última parte um pouco mais alto, aquilo não era só para ela, e me levantei, ajeitando o vestido e me virando para a Pattie e o Justin, fazendo uma pequena reverência e saindo daquele lugar o mais rápido possível.
Eu já tinha chegado na saída, onde o carro estava me esperando para voltar ao hotel, a Cami entrou primeiro e na hora que eu fui fazer o mesmo alguém segurou o meu braço.
— Você vem comigo — me virei para ele, que estava sério atrás de mim.
— Você não manda em mim — puxei o meu braço das suas mãos.
— Hailey facilita por favor, eu não quero usar a minha autoridade aqui — ele se aproximou, eu conseguia sentir o seu cheiro, e me olhou fundo nos olhos — Eu só preciso falar com você.
Olhei ao redor, vários paparazzis estavam registrando aquele momento e eu sabia que se recusasse e tentasse escapar, as coisas não acabariam bem. Respirei fundo e concordei, ele suspirou e fechou a porta do carro, fazendo um sinal para o motorista sair. Segundos depois uma limousine, com uma pequena bandeira do país balançando na frente, parou na entrada, ele abriu a porta e eu entrei, sendo seguida pelo príncipe.
Eu estava sentada na beira do banco, longe dele o suficiente para evitar perder o controle das minhas emoções e ações. O carro se movia pela cidade e a paisagem lá fora corria, mas a minha mente não conseguia focar em nada, o meu corpo só se importava que ele estava ali tão perto e tão longe.
— Hailey — eu senti a sua mão pousar em cima da minha e rapidamente tirei ela dali, ainda evitando o olhar dele — Você não consegue nem olhar para mim? eu sou tão cruel assim para você?
Ouvir aquilo doeu tanto que eu tive que me segurar para não desabar. Eu não achava ele cruel, mas achava ele um covarde por não enfrentar o seu pai, e eu não sei o que doeria mais nele.
— Eu não fazia ideia de que a minha mãe viria aqui hoje — ele continuou falando — Eu pedi para que ela levasse as selecionadas para que eu pudesse vir aqui te ver — ele suspirou — Eu só não esperava encontrar você daquele jeito...
— Ela mereceu — o interrompi, me virando para ele, que me encarou surpreso.
— Eu não me importo com o que ela disse, eu só me importo com você fazendo tudo aquilo.
— E vai fazer o que? me expulsar do país por bater na sua protegida? na sua querida selecionada? — eu ri, mas foi de raiva — Não é como se eu quisesse estar aqui mesmo.
Ele me encarou, o seu olhar transbordava dor e aquilo mexeu comigo, eu tive que desviar o olhar para não chorar.
— Eu não ligo para a seleção, eu só me importava com você, sempre foi você! me escuta hails... eu juro que fiz de tudo para evitar o pior, eu testemunhei e fui contra o meu pai e ele me puniu por isso, tudo isso por VOCÊ! — sem nem perceber eu comecei a soluçar e as lágrimas manchavam a minha visão — Eu consegui um lugar seguro para o Ander ficar, consegui um emprego para ele e fiz tudo isso porque sei que você se importa com ele, eu sei que é importante para você, eu...
— Ele puniu você? — a minha voz saiu tão baixa que eu fiquei surpresa por ele ter ouvido.
Olhei para o Justin, os seus olhos marejados me encararam de volta e eu esperei a resposta.
— Ele... isso não importa agora — ele segurou a cabeça entre as mãos.
— O que ele fez com você? — insisti.
Eu já tinha ouvido boatos quando éramos crianças mas nunca tive coragem de perguntar. Eu precisava saber.
Ele não respondeu, mas eu ouvi quando começou a chorar.
— Me desculpa Hails — ele falou ainda chorando, voltando a me encarar — Eu queria ser o homem para você, eu queria poder enfrentá-lo, só que é mais difícil do que parece.
O jeito que ele falou, aquilo despedaçou o meu coração, cada pedaço dele batia ardentemente por aquele homem e o seu estado agora, desmoronando na minha frente... eu não conseguia suportar.
Me aproximei e abracei ele, rapidamente os seus braços rodearam o meu corpo e o seu rosto foi parar no meu pescoço, ele me segurava tão forte, como se pudesse me perder a qualquer momento. Eu afastei ele levemente, segurando o seu rosto com as mãos e encostando a minha testa na dele, os seus olhos se fecharam e aquilo me destruiu ainda mais.
— Me perdoa por ir embora — eu sussurrei para ele — Me perdoa por ter deixado ele fazer isso com você.
— Você não tem que pedir perdão — ele abriu os olhos, as suas mãos foram parar no meu pescoço, mantendo os nosso rostos próximos — Eu que tenho que pedir perdão por não ter feito mais, por não ter coragem de enfrentar ele, por ter deixado você ir embora.
Eu não conseguia responder aquilo, apenas selei os nossos lábios em um selinho longo, quando nos separamos eu o abracei novamente e nós ficamos assim por tanto tempo que acho que rodamos a cidade toda e eu nem percebi, pois estava no melhor lugar possível.
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