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𝙩𝙧𝙞𝙗𝙪𝙣𝙖𝙡

Hailey p.o.v.

       Eu estava mais uma vez naquela sala, o tribunal me trazia lembravas terríveis mas se tivermos sorte, hoje seria diferente. Eu observava o Justin ao lado do pai na área especial da família real, toda a corte foi reunida hoje, cada membro importante estava sentado nessa sala esperando que apresentássemos a denúncia que poderia ser o maior escândalo que o país já viu.

       Do meu lugar, no banco de testemunhas, eu conseguia sentir muitos olhares curiosos e raivosos sobre mim, os meus pais observavam a mim e ao meu irmão com uma confusão estampada em seus rostos, eu imagino que seja difícil para o meu pai, que serviu o rei por anos e confiava no homem que ele era. Não haviam muitas testemunhas, mas as que tínhamos seriam o suficiente para provar que o crime tinha, de fato, acontecido.

       O julgamento começou com a apresentação da acusação pelo advogado que eu e o Scooter encontramos para o caso, ele era extremamente bem recomendado, de início ele fez as primeiras declarações sobre o crime e as suas ocorrências. Em seguida foi hora da defesa se pronunciar, o juiz perguntou ao rei como ele se declarava, o mesmo respondeu que era completamente inocente e aproveitou para despejar inúmeras acusações sobre o chefe do gabinete real.

O dia estava sendo longo, foram 5 horas seguidas de julgamento até o momento, apenas o começo de um grande processo, foram entregues as primeiras acusações legais, com as primeiras considerações dos advogados e longas horas de farpas trocadas entre os advogados. Poucas coisas foram decididas, foi declarado que o julgamento seria estritamente confidencial por se relacionar com a família real e que o acusado (Jeremy), ficaria temporariamente afastado de seus cargos administrativos, o sub-chefe do gabinete assumiria o papel enquanto o processo estava em andamento.

O juiz liberou a corte para um recesso, eu respirei fundo, cansada de tudo aquilo e segui com o meu irmão para a saída do tribunal, que ficava nas dependências do castelo, e logo nós dois fomos abordados pelos nossos pais.

— Hailey o que está acontecendo? essas acusações são reais? você tem noção do que pode nos acontecer se... — o meu pai se aproximou de nós e a sua fala estava cheia de raiva, eu nem poderia culpá-lo.

— Pai! por favor — o Fai interrompeu ele, me olhando de lado com pena — Nós sabemos as consequências e acredite, se não fosse necessário não estaria acontecendo.

O meu pai encarou o meu irmão com os olhos esbugalhados, processando a resposta dele e finalmente se dando conta de que as nossas acusações eram reais. Ele se virou para a minha mãe, que cobriu a boca com a mão, em choque, e me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

— Meu amor... — ela me abraçou e eu não consegui aguentar, comecei a chorar — Eu sinto muito por isso.

Não consegui responder, estava muito cansada psicologicamente e apenas me aconcheguei nos braços da minha mãe. Foi quando eu vi a família real saindo da sala e indo em direção a saída, o Justin andava encolhido ao lado do pai, que parecia um poço de fúria, e aquilo doeu em mim. Me afastei da minha mãe e corri ao encontro dele, que me olhava como se implorasse por um abraço, porém, quando eu me aproximei deles, um guarda entrou na minha frente e me impediu de ir até o meu homem.

— Com licença, eu preciso... — tentei desviar dele, mas o homem segurou no meu braço com força e me parou.

— Ninguém chega perto da família real senhorita — o guarda falou com uma voz grossa e assustadora, me empurrando para fora do caminho, o que me fez tropeçar e cair. Eu sentia o meu braço latejar.

Um murmúrio começou quando eu caí no chão, eu conseguia ouvir os gritos do meu pai com o guarda, afinal ele era o seu comandante, e vários flash's foram disparados. Eu tentei me levantar mas senti o meu tornozelo muito dolorido, o que me fez soltar um gemido de dor. Foi quando eu senti as suas mãos ao meu redor, olhei para cima e me deparei com os olhos cor de caramelo que demonstravam tanta preocupação que eu quase comecei a chorar novamente.