A Esperança do CEO [DEGUSTAÇÃO]

Capítulo nove

Luciana

Pouco mais de um mês depois...

— Marcos Herrmann? — o grito de Carolina dentro do carro foi tão alto que me fez ter a reação automática de fechar os olhos.

— Não precisa gritar, Carol! — rebati, levando à boca mais um pedaço da paçoca que eu comia. — É, Marcos Herrmann.

— Você tem certeza de que é esse mesmo o sobrenome dele?

— É claro que tenho. Eu não ia confundir um nome diferente desses. — Peguei outra paçoca da caixa que estava sobre o painel do carro. Eu andava meio obcecada por elas. Não sabia se era um dos famosos desejos de gestante, ou se era só nervosismo mesmo.

— Mas... Você está me dizendo que o pai do bebê na sua barriga é... o Marcos Herrmann!

Que coisa, até quando ela pretendia repetir aquele nome?

Eu já estava entrando na décima primeira semana de gestação, mas, até então, sempre que falava com minha amiga algo sobre o meu 'contratante', eu o chamava apenas pelo primeiro nome. Somente naquele momento eu lembrei de comentar que achava que ele era algum artista famoso, e ela, então, me perguntou o sobrenome.

Pela reação dela, eu poderia deduzir que ele realmente era muito famoso.

— Ele é ator? Cantor? — questionei, já terminando de devorar mais uma paçoca.

— Lu, em que mundo você vive? Ele é empresário. Dono da MH tecnologia. Criador do Connection.

Parei de comer por um instante, olhando-a enquanto ela citava aqueles rótulos. Nenhum deles me dizia coisa alguma.

— Connection é um aplicativo de rede social, Lu. Bem famosinho, aliás.

— Amiga, eu não atualizo nem o meu Facebook. Meu conhecimento de redes sociais parou por aí.

— Mas quando uma rede social é criada por um homem lindo de morrer, é meio difícil ser indiferente, amiga. ...E você não vai passar mal de tanto comer paçoca?

— Não. Aparentemente, o bebê gosta muito disso. — Peguei mais uma. Quando comprou aquela caixa para mim, Carolina provavelmente não fazia ideia de que eu comeria tudo de uma só vez. Já tinha ido quase a metade. — Sobre o Marcos, para mim ele era algum artista, sei lá. Sabe que não tenho tempo para essa coisa de celebridades... Ou de... meio empresarial, o que seja! — Peguei meu celular, checando o horário. — Já está quase na hora.

— Qual exame você vai fazer hoje?

— Ultrassonografia da transluscência nucal.

— Teria como traduzir? Quem nunca foi mãe não entende esse dialeto aí de pré-natal.

— É basicamente um exame para ver se o bebê apresenta alguma síndrome, má-formação, algum problema cardíaco... essas coisas.

— Entendi. É um exame importante. É por isso que você está tão nervosa.

— Como assim nervosa? Quem está nervosa? Eu não estou nem um pouco nervosa. — Peguei mais uma paçoca, rasguei a embalagem e a joguei inteira na boca.

Talvez eu estivesse apenas um pouquinho nervosa.

— Tem certeza de que não quer que eu vá com você?