Segunda

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Estou há cinco minutos em pé ao lado da cama king size onde Serkan dorme tranquilamente. Ver sua feição relaxada e serena faz meu sangue ferver e eu adiciono ainda mais força aos meus dedos que agarram meu travesseiro fofo.

E, então, acerto em cheio o peito de Serkan. Um gemido confuso sai de seus lábios e eu coloco o travesseiro de volta contra meu corpo, fuzilando-o com o olhar.

- Seu... seu falso! 

Ele desperta e eu vejo a confusão nublar seu olhar. O meu, no entanto, deveria estar furioso pois ele logo ficou alerta apesar do rosto amassado e os fios ruivos desarrumados.

- O que foi Eda? Tem um incêndio no quarto pra você me acordar assim?

- "Cara eu ganho, coroa você perde", não é? – Eu bato em seu peito mais uma vez com o travesseiro, porém agora ao invés de um gemido meus ouvidos captam sua risada. – É engraçado trapacear, Serkan?

- Eu achei que você ia demorar mais tempo pra perceber...

- FORA! Trapaceiros não dormem na cama! Já pro sofá, espertinho.

Ele rola e finge que volta a dormir, mas eu o sacudo e o obrigo a acordar de vez. Ouço seu suspiro e ele se levanta da cama contrariado. Eu, no entanto, me jogo contra o colchão macio e me enrolo nas cobertas.

Assim que viro meu rosto eu me arrependo. O cheiro amadeirado e masculino envolve meu corpo como um abraço e eu me remexo, o incômodo se apossando por toda a minha pele.

Talvez não tenha sido a melhor ideia do mundo ter vindo dormir na cama.

***

Quando desperto percebo que estou sozinha no quarto.

Olho em volta, suportando o peso de meu corpo nos braços, e confirmo que não há nenhum sinal de Serkan. Olho para a janela e constato que o sol está a pino, um aviso de que a manhã já está quase acabando.

Caminho até minha mala que já estava desarrumada em cima da cômoda, o completo oposto da bagagem de couro alinhada de Serkan ao lado. Pego o maiô cinza chumbo, meus dedos traçando os botões que amarram o tecido no meio da minha barriga e deixam uma faixa de pele a mostra.

Assim que pego meus chinelos eu lembro do tom sarcástico de Serkan ao fazer graça do modo como arrumo minha mala.

Balanço a cabeça e vou me trocar. Se eu me apressar ainda consigo me divertir um pouco nadando e, com sorte, encontro Serkan pelo caminho. Me pergunto se ele teve a mesma ideia que eu e está na área da piscina.

Ceren me liga assim que saio do quarto, me avisando que ela e Engin já estão a caminho de Antália. Minha amiga queria saber como estava sendo fingir ser a namorada do Serkan e eu percebo o tom malicioso na sua voz.

"Ele é um péssimo namorado de mentira. Tenho pena de quando ele tiver uma namorada real." – É o que eu respondo, mas Ceren claramente não acredita. Não é ela quem teve que dormir no sofá na noite anterior por causa de sua falta de cavalheirismo.

Demoro algum tempo até chegar ao andar da área de lazer, encontrando vários hóspedes em trajes de banho zanzando e conversando animadamente enquanto seguram seus drinks coloridos.

Serkan, porém, destoa de toda a atmosfera de diversão. Meu "namorado" está em uma das mesas redondas de madeira com um guarda-sol listrado fazendo sombra nele e em seu notebook, para onde toda a sua atenção estava concentrada. Percebo seus ombros projetados para frente e eu fico feliz por, pelo menos, ele estar usando um short e não uma calça jeans.

Me aproximo e ele nem pisca ou tira sua atenção do computador. Percebo que meu aceno não surtiu efeito também, então decido usar minha voz.

- Bom dia! Ceren e Engin já estão a caminho.

Apenas uma semana com você (Edser) | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora