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Logo após eu chegar em casa, recebo uma mensagem da Sina me dizendo que precisava vir urgente pra minha casa. Não entendi o porquê, já que ela acabou de conversar com Noah e não tinha nada fora do normal, mas de qualquer forma eu falei para ela vim e fui ao meu armário para vestir uma roupa limpa.
Não foi difícil inventar uma mentira para a minha mãe sobre aonde eu tinha passado a noite. Só disse que dormi na casa de uma amiga, e como ela não conhece todas as minhas amigas nem fez tantas perguntas, pois sabia que não se lembraria de quem era ou se já havia a conhecido antes.
Enquanto a Sina não chega, eu tomo café da manhã e coloco algumas coisas que estavam bagunçadas no meu quarto no lugar. Se tem uma coisa que eu odeio é receber outras pessoas com bagunça, mesmo que seja minha melhor amiga ou até mesmo minha mãe, quando vejo algo bagunçado, não consigo me concentrar na conversa.
A campainha começa a tocar e eu desço as escadas correndo para atender, mas não tão rápido, minha pernas estão doloridas demais para isso. Mal abro a porta e a Sina pula em meus braços com um sorriso enorme no rosto.
"Any! Eu nunca estive tão feliz em te ver antes!" Ela diz com um abraço apertado. "Nunca estive tão feliz em estar viva antes."
Milhões de coisas passam na minha cabeça em busca de um motivo para sua felicidade gigantesca, mas não chego em uma conclusão.
"O que foi? O que aconteceu para você estar tão feliz?" Pergunto.
"Vamos para o seu quarto," ela diz me puxando pela mão para subir as escadas.
Sina se senta na minha cama e ocupa quase o espaço todo, então eu pego uma cadeira e a coloco um pouco afastada da cama. Estou com medo de receber algum tipo de agressão do lado da Sina. Quando ela fica tão feliz como está agora, seus braços não param de se mexer, assim como o resto do seu corpo.
"Me conte logo o que aconteceu!" Digo, ansiosa.
Pego meu copo de água e começo a tomar, prestando total atenção no que Sina vai falar.
"Tudo bem," ela começa. "Eu acho que tem uma chance, uma chance minúscula, menor que tudo, que eu esteja me apaixonando por Noah."
Eu quase cuspo a água da minha boca quando o ouço o motivo de sua felicidade. Esse pensamento era o que mais me assombrava, e agora ele é realidade.
"O que? Apaixonada?" Pergunto com espanto. "Sina, isso não pode acontecer."
"O que? Porque não? Any, só porque você não gosta dele, não significa que eu não posso gostar."
"Não, é que, você é a Sina, você não se apaixona, você só fica, só se diverte," digo, e tento me convencer que essas palavras também são para mim, mesmo que eu saiba que eu não apenas me divirto, se não nada disso estaria acontecendo.
"Eu sei, mas, eu não sei," ela se deita na cama e coloca as mãos no rosto, então se levanta e olha para mim novamente. "Ele tem alguma coisa, algo nele que me faz gostar dele, e eu não sei o que é."
