Essa é definitivamente uma das festas mais chatas que eu já estive em toda a minha vida. O fato de não haver uma música ao menos um pouco dançante ou a possibilidade de beber um pouco de álcool a mais deixa isso tudo ainda pior.
É claro que eu posso beber vinho ou outro tipo de bebida alcoólica quando estou perto do meu pai, mas o problema é que não posso beber demais, para me animar, e isso me faz ficar extremamente entediado.
Todos os adultos estão conversando entre si com um sorriso enorme no rosto. Satisfeitos com a comida, a música e as pessoas ricas que as cercam. Se sentem completos. Ainda mais quando muitos sairão daqui sabendo que suas contas bancárias estão prestes a deixar o vazio que as habitaram por tanto tempo.
Mas não estou igual nenhum deles. A única coisa que não faz essa festa se tornar completamente deprimente é a Any. Não consegui tirar meus olhos dela nem por um milésimo de segundo, por mais que ela tenha me ignorado a noite toda.
Não posso reclamar que esteja sendo ignorado. Admito que sou um babaca com ela desde o dia que nos conhecemos, a anos atrás, e também admito que ela tem sido mais do que paciente comigo, talvez até demais. Mas querendo ou não, quando estou com ela não consigo me comportar de forma diferente, se eu fizer isso, me sentirei muito vulnerável, transparente. E não tenho certeza se esta é a forma que eu quero me sentir.
Tudo o que eu queria fazer agora é descer até a adega do pai dela e fode-la em cima das garrafas de vinho, mas isso é inviável por vários motivos. Primeiro que as pessoas descem lá para ver a coleção de vinhos caros do Sr. Soares praticamente toda hora, e segundo — que é o motivo principal—, a Any não concordaria com isso nunca. Não quando fui eu a pessoa que a deixou irritada pelo resto da noite. E talvez pelo resto do dia seguinte.
Mas felizmente a adega não é o único lugar desta casa que podemos ir para nos divertir, então não vejo o porquê de não ir tentar convencê-la, mesmo que saiba que as chances de isso dar errado são gigantescas.
Vou até a mesa que ela está sentada sozinha e me sento do lado dela. Any continua prestando atenção em sua taça, ignorando o fato de eu estar logo ao seu lado.
"Divertida, não?" Pergunto sendo sarcástico, tomando um gole do vinho branco da minha taça.
Any me ignora. Coloca sua taça de volta na mesa e começa a prestar atenção nos convidados, olhando para todos os lugares da sala. A porta de entrada, as escadas, ou as portas que dão para a cozinha. Exceto para mim.
"Então concorda?" Pergunto novamente. "Pois é, preciso dizer, essa com certeza não é uma das melhores festas que os seus pais já planejaram."
Any olha para mim com os olhos semicerrados e com os lábios que formam um pequeno — e lindo — bico. Ela respira fundo e volta a olhar para frente.
Ok, se eu quero transar com ela ou fazê-la me perdoar, é melhor não insultar os pais dela ou insulta-lá de qualquer forma.
Me dou conta de que ela não vai me responder tão cedo e começo a bater o anel do meu dedo na mesa. Fico o batendo por alguns minutos, sem parar de pensar como fazê-la me desculpar por meus comentários inúteis.
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𝘿𝙞𝙜𝙖 𝙢𝙚𝙪 𝙣𝙤𝙢𝙚 || ɴᴏᴀɴʏ
Fiksi Penggemar↱ 𝗔𝗻𝘆 𝘀𝗲𝗺𝗽𝗿𝗲 𝘁𝗲𝘃𝗲 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗾𝘂𝗶𝘀, 𝗺𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗡𝗼𝗮𝗵, 𝗼 𝘀𝗲𝘅𝘆 𝗯𝗮𝗱𝗯𝗼𝘆 𝗰𝗵𝗲𝗴𝗮 𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗹𝗮, 𝗲𝗹𝗮 𝗽𝗲𝗿𝗰𝗲𝗯𝗲 𝗾𝘂𝗲, 𝗻𝗼 𝗳𝗶𝗻𝗮𝗹 𝗱𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗮𝘀 𝗻𝗮̃𝗼 𝗽𝗼𝗱𝗲 𝘁𝗲𝗿 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗼 𝗾𝘂...