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Nunca pensei que seria daquele jeito. Não achei que fosse acontecer agora, ou que ao menos iria acontecer.
Depois da briga que eu e Any tivemos, — onde ela me disse que nunca mais queria se envolver comigo de novo — não achei que era esse o jeito que iríamos fazer as pazes. No estado em que ela estava nos últimos dias, eu realmente achei que ela iria cumprir o que me disse, mas esse felizmente não foi o caso.
A última coisa que eu esperava daquela festa era ir embora com ela e trazê-la para minha casa. Essa nunca tinha sido a minha intenção, e eu tenho certeza que também nunca sido a dela. Mas tudo isso ainda não tem explicação.
Como ela nunca tinha feito aquilo antes? Como ela era virgem se o sexo foi tão bom? Como uma amiga de infância extremamente mimada conseguiu me fazer vê-la com olhos tão diferentes?
Eu encaro a porta do banheiro que ela está tomando banho sem desviar o olhar. Não consigo desviar o olhar. Depois de hoje e ontem, tudo que eu quero fazer é entrar lá dentro, joga-la contra a parede e a ouvir gemendo enquanto transamos. Mas eu não quero abusar, e também não quero que ela pense a partir de agora nós temos algo, porque não temos. Não quero que ela pense que o mundo gire em torno dela, que eu agora não consigo tirar as minhas mãos dela. Ela já é convencida o suficiente.
"Vai ficar aí pelo resto do ano?" Pergunto batendo na porta do banheiro.
Any demora muito para tomar banho, eu já me lavei e voltei para o quarto e ela ainda nem saiu do box.
"Da pra parar de encher o saco? Não da pra fazer uma coisa direito que você já vem reclamar," ela responde alto.
"Porque você não foi tomar banho na sua casa? É do outro lado da rua."
"Deve ser porque eu não posso chegar em casa suja desse jeito né, Noah. O que os meus pais iriam pensar?"
"Provavelmente que você foi atacada."
"Ah, claro, atacada."
Depois que ela termina de tomar banho, a vejo saindo do banheiro apenas de toalha. Ela está tão calma que nem parece a mesma Any irritada e ansiosa de sempre.
Ela vai até o outro lado da cama pra pegar suas roupas sujas da areia da praia e volta para o banheiro para se vestir. Antes de ela entrar no banheiro, eu solto uma grande quantidade de ar junto com um riso, o que chama a atenção dela.
"O que foi?"
"Nada," respondo. "É que, você vai para o banheiro se trocar como se eu nunca a tivesse visto nua antes. Ou hoje."
Ela balança a cabeça e se aproxima de mim. "Não é porque você já me viu pelada uma ou duas vezes que você agora tem um cartão vip para ver sempre," ela responde, arrumando a toalha para não cair.
"Uma ou duas?" Rio. "De acordo com as minhas contas foi um pouco mais que isso."
"Não importa. Agora é melhor eu me trocar e ir embora logo, antes que o seu pai chegue."
