Pego a mão da Any e a entrelaço com a minha. Estamos a dois passos de entrar na escola, sabendo que muitas coisas irão mudar a partir de agora. Não para nós, acho que nem eu e nem a Any nos importamos com o que vai acontecer depois que nos "assumimos" para a escola toda. Sei que depois de hoje vamos continuar juntos, não importa o que disserem. Mas isso aparentemente mudará a vida de muitas pessoas.
Empurro a porta e nós entramos no escola. Quando pisamos o pé para dentro do prédio, naquele piso frio e em mal estado, olhos de todos os lugares surgem para ver o que estava acontecendo. Passamos por algumas pessoas que olham para trás para ter certeza que nós realmente estávamos de mãos dadas, e outras que pararam de andar apenas para nos lançarem olhares assustados e que julgam.
Eu solto a mão da Any e coloco minha mão na cintura dela, a fazendo encostar o corpo dela no meu. Ela passa as suas mãos em volta do meu corpo e me dá um beijo na bochecha. Nós continuamos andando até os nossos respectivos armários. Quer dizer, até o armário da Any, já que os nossos não são tão próximos assim.
"Será que eles estão realmente juntos?" Uma menina cochicha para a outra no meio da multidão.
"Ela não odiava ele?" Sua amiga responde, mais confusa ainda.
Passamos pelas pessoas e as ignoramos. Quando estamos próximos do armário da Any, — com certeza não para nossa surpresa — Sina aparece na nossa frente.
Já era de se esperar que ela aparecesse no corredor o mais rápido possível. Se posso adivinhar, acho que ela não acreditou na palavra das suas amigas e teve que ver com os seus próprios olhos se realmente era verdade.
Quando a Any a vê, ela para. Os passos diminuem até se estagnarem por completo. Sinto a mão dela apertando a minha blusa e a sua respiração aumentar.
Sei que a Any ainda se sente mal por não ser mais amiga da Sina. Sei que ela se sente culpada por trair a sua amiga e por esconder tanta coisa dela por tanto tempo. Talvez ela não se sinta assim toda hora, mas sei que é verdade.
As duas se encaram sem piscar. Sina aperta os lábios e cerra os punhos. Olha para Any como se quisesse vingança, como se estivesse desejando tudo de que existe de ruim para a sua ex melhor amiga. Mas Any, pelo outro lado, olha para ela como se suplicasse por perdão. Seus olhos se concentram, suas sobrancelhas franzem, ela me aperta ainda mais forte contra os seu corpo.
"Você está bem?" Pergunto, sussurrando no seu ouvido.
Any olha para ela por mais alguns segundos antes de me responder. "Sim, tudo bem," diz ela, com um sorriso falso. "Acho que eu não preciso pegar nada no meu ar armário, já vou para a minha aula. Nos vemos depois?"
"Claro." Dou um selinho de despedida nela, que logo sai pelo lado contrário à Sina pelo corredor.
A Any coloca a mão na cabeça e no cabelo, mas logo a abaixa e se afasta, continuamente olhando para o chão a cada passo. Olho para a Sina e para a sua cara de satisfeita por ter feito a Any se sentir mal logo no início do dia.
Tudo estava indo muito bem até cinco minutos atrás. Devo ter previsto mais antecipadamente que isso iria acontecer, mas não tinha como impedir que acontecesse de qualquer maneira.
Sina solta um sorriso amargo e inclina a cabeça, mas ainda passa a impressão de que está no topo, ganhando, com toda a sua ignorância e infantilidade. Eu continuo olhando para ela, até ela se dar conta que já está na hora de sumir daqui, o que acontece alguns segundos depois, quando ela some em meio de tanta gente no corredor.
Não consigo parar de pensar na Any durante todas as minhas aulas da manhã, mas também passo o dia inteiro ouvindo cochichos e fofocas do meu lado. E sei que estão claramente falando de mim e da Any porque não sabem nem disfarçar, me encaram como se quisessem sugar a minha alma e retirar todos os segredos que escondo dentro de mim. Já sabia que iria ter que aguentar isso por pelo menos alguns dias, já que a Any é mais conhecida nesta escola do que qualquer pessoa que tenha pisado aqui antes. Mas é estranho como nenhuma dessas pessoas a conhece de verdade.
Entro no refeitório e vejo ela andando de um lado para o outro sem saber onde se sentar. Ela olha para as mesas e para o rosto de cada pessoa, até que percebo que ela está procurando por mim.
"Oi minha linda," digo, quando chego até ela. A beijo e dou um abraço forte em seu corpo desanimado. "Já está melhor?"
"Melhor? Estou perfeitamente bem, Noah." Ela coloca as mão no meu rosto. "Estou com você, não há nada melhor que isso."
"Any, eu sei que algumas pessoas aqui ainda te chateiam," aponto para a Sina com a cabeça, que está a alguns metros ao lado de nós. "É meio óbvio. E você não precisa mentir para mim, pode me contar a verdade."
Any olha para ela e logo desvia o olhar, então dá um sorriso sincero e comprime os olhos.
"Eu sei, eu sei," diz ela. "Talvez eu ainda esteja bastante chateada por causa dela, mas quer saber? Não vale a pena, e eu estou com você. Se ela não aceita isso, o problema é dela. Não preciso de amigos."
"Como assim não precisa de amigos?"
"Bom, você sabe, é como se as pessoas tivessem escolhido um lado para apoiar. E não foi o meu."
"Seus amigos não estão mais falando com você?"
"A maioria não." Any aumenta ainda mais o sorriso em seus lábios. "Mas isso é bom, sabe? Agora sei quem são meus amigos verdadeiros. Agora a falsidade já não existe mais, tudo está esclarecido."
"E quem são seus amigos verdadeiros?"
Ela pensa por um instante. Seus olhos correm pelo refeitório, mesa por mesa, do mesmo jeito que estava fazendo antes. Então eles se voltam para mim.
"Bom... você, você é o meu amigo verdadeiro."
Ouço sua voz falhar. Any abaixa a cabeça e junta as mãos, mexendo seus dedos de um lado para o outro. Eu a abraço e beijo o topo de sua cabeça.
Como as pessoas podem ser tão cruéis? Como as pessoas conseguem se revelar tão superficiais e interesseiras em apenas algumas horas? Como aqueles considerados melhores amigos se afastam e te humilham como se nunca tivessem visto seu rosto antes?
Será que eles se afastaram só porque a Any está namorando comigo? Isso tudo é porque eu fui, um dia, próximo à Sina?
Isso me deixa tão furioso, as pessoas me deixam tão enraivecido. Isso o que eles fazem é estupidez, é ignorância e falta de consideração. Isso é não ter empatia pelos outros, e é completamente enlouquecedor.
Eu não quero que a Any sofra assim por causa de mim, não quero ser o culpado da infelicidade dela. Não quero, não seria nunca, não poderia fazer isso com ela.
"Vamos embora daqui," digo, a tomando em meus braços e a tirando daquele lugar sujo.
"Onde vamos?" Ela pergunta, limpando uma única lágrima que conseguiu escapar dos seus olhos.
"Você sabe pra onde."
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Se der postarei mais amanhã ( q no caso é hj pq são 03:26 da manhã, a🤡) enfimm é isso, bye & beijinhos muaah💋
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𝘿𝙞𝙜𝙖 𝙢𝙚𝙪 𝙣𝙤𝙢𝙚 || ɴᴏᴀɴʏ
Fanfic↱ 𝗔𝗻𝘆 𝘀𝗲𝗺𝗽𝗿𝗲 𝘁𝗲𝘃𝗲 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗾𝘂𝗶𝘀, 𝗺𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗮𝗻𝗱𝗼 𝗡𝗼𝗮𝗵, 𝗼 𝘀𝗲𝘅𝘆 𝗯𝗮𝗱𝗯𝗼𝘆 𝗰𝗵𝗲𝗴𝗮 𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗹𝗮, 𝗲𝗹𝗮 𝗽𝗲𝗿𝗰𝗲𝗯𝗲 𝗾𝘂𝗲, 𝗻𝗼 𝗳𝗶𝗻𝗮𝗹 𝗱𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗮𝘀 𝗻𝗮̃𝗼 𝗽𝗼𝗱𝗲 𝘁𝗲𝗿 𝘁𝘂𝗱𝗼 𝗼 𝗾𝘂...