A Angústia de Cleo

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Passei no meu quarto para ao menos jogar uma água no rosto, depois fiquei esperando Cleo perto da recepção, estava tão nervosa que não conseguia ficar quieta, andava de um lado para o outro sem parar.

Então o carro dela surge na estrada, assim que ela estaciona, começo a caminhar em sua direção. Assim que estou perto o suficiente, consigo ver que ela chorava sem parar.

- Aconteceu alguma coisa? – pergunto preocupada.

- Eu preciso te contar algo. – começa a falar tentando se acalmar. – Eu... Eu... – e voltou a chorar descontroladamente, comecei a afagar suas costas para acalmá-la, fiquei alguns minutos esperando até ela conseguir voltar a falar. – No sábado à tarde, assim que cheguei em casa depois de sair com você e Lilly, tinha uma caixa em cima da minha cama, perguntei para minha mãe se ela recebeu visitas ou se o correio deixou algo e ela disse que não, na caixa não tinha remetente e nem nada, então a abri. – fungou baixo secando as lágrimas que acabaram de cair. – Dentro dela estava aquela máscara horrenda! – voltou à chorar, tive que esperar mais um pouco até ela conseguir voltar a contar o que aconteceu. – Tinha um bilhete dizendo que eu tinha que te machucar se não ia acontecer algo com a minha mãe, era bem específico, e dizia para eu esperar no Aurora e que Phil deveria estar junto. Tinha várias fotos da minha mãe, uma dessas fotos era dela dormindo no quarto! – exclamou assustada. – Então eu agi sem pensar por causa do desespero e ataquei você e o Phil no Aurora. E depois coloquei a caixa na margem do lago como foi pedido no bilhete.

Fiquei estática por um tempo processando tudo.

- Por que não foi à polícia? – perguntei indignada.

- Eu pensei nisso, mas essa pessoa poderia ficar brava comigo e machucar minha mãe, então pensei que seria melhor apenas obedecer. – olhou para mim. – Eu sinto muito, _____, eu não queria te machucar, eu realmente gosto muito de você, é uma das melhores amigas que já tive, mas estava tão desesperada que agi no impulso. Estou tão arrependida! – falou rapidamente enquanto mais lágrimas escorriam.

Suspirei cansada, eu não esperava por isso, pensei nos meus fragmentos de lembrança e, realmente, a pessoa por trás disso gostava de ameaçar os outros para fazerem as coisas por ela, como no caso em que me enviou as fotos do meu pai. A abracei forte e fiz cafuné em seu cabelo gentilmente, entendia Cleo, é claro que ela podia estar mentindo, mas ela chorando assim me fez pensar em Hannah, senti um aperto no coração.

- Tudo bem, Cleo, eu te perdoo. – falei delicadamente.

- Muito obrigada! – se permitiu chorar mais um pouco e se afastou. – Eu convenci minha mãe de irmos visitar uns parentes, não consigo continuar aqui depois disso tudo, sinto muito, mas não aguento mais. – me explicou e concordei com a cabeça.

- Compreendo, é melhor você se afastar um pouco, as coisas estão ficando perigosas por aqui. Eu vou encontrar a Hannah, te prometo. – ela sorri.

- Espero que sim, até mais, _____, foi muito bom te conhecer.

- Digo o mesmo. – a abracei e a vi indo embora, fiquei um tempo ali fora sentindo o vento frio do outono que me acalmava lentamente, preciso encontrar Hannah o mais rápido o possível!

Fui para meu quarto tomar banho e esfriar a cabeça, alguém mandou Cleo fazer aquilo, mas quem? E por que Phil tinha que estar perto no momento, como essa pessoa sabia que eu ia ao Aurora?

Assim que terminei o banho peguei me celular e liguei para Phil, eu não confiava nas respostas que ele me dava por mensagens.

- Olá, fofa! – ele disse animado.

- Oi Phil, eu preciso te fazer uma pergunta. – falei séria.

- Claro, fique à vontade.

- Você contou para alguém que eu ia ao Aurora no sábado? – fui direta, ele ficou um tempo em silêncio.

Em busca da verdade - Imagine JakeOnde histórias criam vida. Descubra agora