Cólicas -Part 1

256 6 1
                                    

Pov Luan

Kaya: Plincípe, acorda.-Ouvi ela sussurrar, me acordava no meio da madrugada.

Luan: Que foi Plincesinha?-Abri os olhos a olhando, sabendo que deveria ser algo importante.

A última vez que ela me chamou no meio da madrugada, ela estava agoniada com os pelos que cresciam em seu corpo. Hoje com seus quatorze anos, já grandinha, continuava com a sua pureza e inocência do dia que a conheci.

Kaya:Eu tô sangrando.

Luan: O que?-Me levantei assustado.-Como assim sangrando Kaya?

Kaya: Você sabe bundudo.-Disse envergonhada.

Luan: Menstruando?-Ela assentiu e eu suspirei aliviado.-E então?

Kaya: Tá doendo muito.

Luan:No pé da barriga?-Ela assentiu.-Isso deve ser cólica. É a primeira menstruação né?-Perguntei mesmo sabendo a resposta.

Kaya: Sim, mas eu já estava preparada pra isso, a Mamuska já tinha me explicado tudo, a Pi também, mas eu não sabia que iria doer tanto.

Luan: Uma vez a Pi me disse que tomar leite quente ajuda a aliviar. Vamos descer, eu faço um leite quente pra você.-Ela assentiu e descemos abraçados até a cozinha.-Que foi?-Perguntei depois de ver sua careta.

Kaya: De vez em quando dá umas pontadas.

Luan: Sinto informar que você nunca vai se acostumar com isso, mas com o tempo você vai aprender coisas que podem aliviar. A Pi me disse que ela prefere não tomar remédios ao não ser que ela não esteja aguentando. Também acho melhor você não tomar esses remédios.-Digo colocando o leite pra esquentar.

Kaya:Plincípe, eu posso dormir com você hoje?

Luan: Claro que sim.-Sorrimos.

Kaya: Tem conversado com a Rosinha?

Luan: Não desde que terminamos.

Nesses quase nove anos, ficamos indo e voltando, Rosa não sabe dividir o que a mídia fala entre verdade ou mentira e isso acabou desgastando nosso namoro, por mais que eu goste dela e ela goste de mim.

Kaya: Eu sei que se gostam, por que não voltam?

Luan: Você sabe que ela acredita no que a mídia fala, como quando saiu que eu fiquei com Ludmilla ainda namorando com ela.

Kaya: Você já tentou conversar com ela sobre isso?

Luan: Já, você mesma já falou com ela, a Pi, a minha mãe, o meu pai, a Arleide, todo mundo já falou, mas ela é teimosa.

Kaya: É, mas se ela gosta mesmo de você, ela vai ter que entender.

Luan: Humrum.-Peguei o leite quente e dei a ela.-Toma, isso deve melhorar sua dor.-Ela assentiu tomando tudo de uma vez e me deu o copo, eu lavei.-Vamos pro quarto.-Me abraçou e fomos pro meu quarto. Nos deitamos e ela me abraçou forte.

Kaya: Isso é bom.-Sussurrou.

Luan: O que?

Kaya: O calor do seu corpo, alivia a cólica.-Eu sorri lhe beijando a testa. Logo adormeci.

(...)

Acordei e percebi que a Kaya estava em cima de mim com uma perna de cada lado do meu corpo e sua cabeça pousada em meu peito, respiração calma, seu cabelo bagunçado, minha menina tinha a beleza de um anjo, dormia como um anjo.

Ela é um anjo.

Me levantei e fui ao banheiro. Tomei meu banho e voltei pro quarto, ela continuava a dormir como um anjo. Caminhei até ela dando um beijo em sua bochecha.

Fui pra cozinha onde Analice estava, ela é uma senhora que trabalha aqui em casa. Eu sai da casa de meus pais e morava na mansão ao lado, agora aqui em São Paulo, Kaya sempre muito apegada a mim veio morar aqui comigo.

Meus pais adotaram um menino, Edward que tem 15 anos. Bruna mora com Augusto, hoje seu marido e sua filha Luna de 4 anos, Kaya que escolheu o nome da pequena, eles também vieram pra São Paulo. Aqui moramos eu, Kaya e Analice que dorme aqui e aos fim de semana tem folga.

Analice: Boa tarde, Luan.

Luan:Boa tarde. Tarde? Já?-Ela assentiu. Me sentei no banco envolta da bancada.

Analice: Cadê minha Plincesinha que até agora não desceu?

Luan: Tá dormindo ainda.

Analice: Ela deve ter ido dormir tarde ontem.

Luan: Realmente, a minha menina está crescendo, teve sua menarca e não conseguiu dormir.

Analice: Cólicas?-Eu assenti.-Vai almoçar agora?

Luan: Vou esperar a Kaya.-Peguei uma pêra e comi, me joguei no sofá e peguei o celular tentando entreter minha cabeça. Já eram quase duas da tarde.

Kaya:Bom dia, Plincípe.-Se jogou em cima de mim, beijando minha bochecha.

Luan: Boa tarde, mocinha.-Digo beijando seu rosto.

Kaya:Nossa, dormi demais. Tô varada de fome.

Luan: Simbora almoçar.-A companhia toca.-Quem será?

Kaya: A Plincesa e o Gugu, eles falaram que vinham nos ver, esqueci de avisar.-Fui atender a porta.

Luna: Bença tio. Cadê a Kaka?-Pergunta assim que eu abro a porta me fazendo rir. Essa menina adora a Kaya.

Luan: Deus te abençoe, Kaya tá na sala.-Ela correu pra dentro.

Bruna:Oi maninho.-Me abraçou.

Luan: Oi piroca.-Beijei sua testa

Augusto: E ai cunhado?-Fizemos um toque de mão.

Luan: Como tá? Cuidando bem dos meus tesouros?-Me referi a Bruna e Luna.

Augusto: Sempre, e a Kaya?

Luan: Tá bem, por exceto que teve sua menarca e está sofrendo com as cólicas. Entra ai, vamos almoçar agora.

Bruna: Vamos comer a comida da Lice e depois vamos na Mamuska.

Augusto: Tá.-Eles entraram e fomos pra cozinha.-Cês já tão comendo?

Kaya\Luna:Tô varada de fome.-Nós rimos.

Kaya: Como vão?

Augusto: Vamos bem, minha menina. -Beijou a testa de Kaya.-E você? O Luan me falou que você virou moça.

Kaya: Eu vou bem, de vez em quando a cólica dá umas pontadas, mas eu tomei leite que aliviou bastante e agora tomei um chá bem quente.

Luna:O que é cólica?

Kaya:É uma dor na barriga, amor.-Falou.

Luna: A mamãe tem cólica, isso é doença?-Perguntou curiosa.

Luan:Se fosse irmã e não sobrinha não era tão idêntica.-Brinquei.

Luna: O que é idêntica?

Augusto: Parecida.Você é parecida com sua tia, desde a aparência até as perguntas.

Luna: Você gostava de fazer perguntas tia?

Kaya:Amor da tia, eu era curiosa igual você e perguntava sobre tudo.

Luna: Tia curiosa. E eu sou linda e curiosa igual a tia.

Kaya: Isso ai, a tia é linda.-Falou brincalhona beijando Luna.

Bruna: Ah pirralha!-Nós rimos.

Uma AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora