Layla Austin

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Dia seguinte
Adam

Estava acordado por alguns minutos pensando na semana que tive, foi ótima, passar esse tempo com Emma foi ótimo, mas seria estranho ficar no silêncio da casa novamente, ela preencheu essa falta de risadas, briguinhas e zoações que estava faltando, mas com sua ida, isso iria sumir.

Levanto da cama e vou até o banheiro fazer minhas higienes, quando saio já com outra roupa encontro Emma vendo meu livro de biologia.

— Que estudar biologia por mim? Eu adoraria — Ela ri e para na minha frente, eu percebo que ela tinha uma mochila nas costas e um sorriso triste no rosto — Quando você vai para casa do seu pai? — Pergunto e ela respira fundo.

— Depois que eu sair daqui eu vou direto para lá — Ela fala com a voz um pouco falha, abraço a mesma e sinto ela fungar, ela estava chorando novamente, abraço ela mais forte, me partia o coração a ver assim — Eu não quero ir embora Adam, eu não quero encontrá-lo.

Eu sabia que o pai de Emma não era uma pessoa legal, ele estragou muito o psicológico dela e da mãe, não era de se espantar ela não querer vê-lo nunca mais. Minha mãe nunca deixou que eu o conhecesse.

— Quando você mesmo esperar, estaremos juntos novamente para o ano novo — Ela me abraça mais forte como se eu fosse sumir a qualquer momento dali, mas isso não aconteceria, eu nunca faria isso.

— Emma, sua mãe está na porta — Escuto a voz da minha mãe e a olho, ela tinha um sorriso triste, ela com certeza sabia que Emma iria para casa do pai.

— Se cuida, Adam — Emma falou e eu sorri.

— Você também.

Me separo um pouco dela e beijo sua testa, ela me mostra um simples sorriso ainda com lágrimas nos olhos.

— Nos vemos daqui um mês — Falo a ela e limpo uma lágrima que caia de seu olho esquerdo.

— Nos vemos daqui um mês- — Ela fala quase que um sussurro — Espero que quando volte, você é Daisy ainda sejam amigos ou até algo mais — Dou risada e ela segura minha mão.

— Talvez amigos, mas eu não prometo nada — Ela ri e eu a acompanho, ela vai se afastando sem soltar minha mão, quando estamos em uma distância em que nenhum dos conseguia mais segurar, ela solta contra gosto e sai do quarto. Silencio, foi tudo o que me restou, além das memórias.

Sabe a sensação de vazio depois que uma pessoa vai embora? Era essa sensação que ficava toda vez que ela ia embora, é a pior sensação que eu poderia sentir.

(...)

Estava fazendo umas lições da escola, apesar de ter faltado hoje – sim, eu faltei inventei uma dor de cabeça e dor no corpo e minha mãe deixou que eu faltar -, peguei minha mochila e vi o diário de Emilly, eu tinha me esquecido de sua existência.

Abro o diário na próxima página e leio o nome, Layla Austin, Emilly trouxe ela umas duas ou três vezes em casa, o que será que ela fez?

LAYLA AUSTIN - 05 de março de 2018 - Segunda-feira

Faz quatro meses que eu não escrevo, na verdade eu prometi para mim mesma que não escreveria mais, isso me machucava um pouco, mas também libertava e me faz entender melhor meus sentimentos, bom, aqui estou eu, escrevendo sobre alguém que achei que não me machucaria, eu estava errada.

Layla... estivemos juntas nos últimos quatro meses, depois do que Zoe fez, ela se aproximou de mim por causa de um trabalho em dupla, com ela parecia que o tempo não passava, meus melhores momentos ela estava junto, até que... eu tive meu primeiro beijo, eu tive meu primeiro beijo a três meses atrás, e foi com ela, foi a melhor sensação, senti as borboletas no estômago que todos falam.

Depois ocorreram outros, mas não passava disso. Ela era carinhosa, romântica, engraçada, entendia minhas inseguranças e sempre estava lá caso estivesse mal, mas é o que dizem, tudo que é bom dura pouco.

Layla tinha uma família difícil, até que seus pais se divorciaram, Layla acabou indo morar com a mãe, mas o problema era que mãe dela morariam em Austin uma cidade no Texas, e bom, eu moro em San Diego uma cidade na Pensilvânia. O contato entres nós duas seria difícil, ela tomou a decisão de não o manter, eu estava magoada, um dia antes de sua viajem, nós brigamos, ela disse que não existiria mais contato e que era para mim não a procurar, e eu disse o mesmo.

Nossa briga deixou meu coração em pedaços, ela se foi, e eu não tive nem como me desculpar por ter sido uma idiota com ela, eu não tive tempo de dizer o quão forte era meus sentimentos por ela, ela se foi e levou uma parte do meu coração com ela.

Nossos momentos ficaram guardados na minha memória. Eu escrevo cartas quase todos os dias a ela, mas eu não envio, porquê sei que ela já está bem... sem mim, Layla tem uma incrível capacidade de se enturmar muito rápido, ela já deve ter novos amigos e talvez... até um novo amor.

"Layla eu sinto sua falta, e saiba que não parei de pensar em você, desde que foi embora, eu só queria que você não tivesse ido brigada comigo."

Eu tinha lágrimas nos olhos, ela nunca me contou seus sentimentos sobre Layla, eu nunca soube desse romance, ela me deixava completamente fora da sua vida. Agora eu vejo que minha irmã que eu confiava tanto, que sabia cada passos da minha vida era uma desconhecida. E o pior de tudo, é que ela não deve nem ter sentido remorso por ter me deixado de fora

Ler o diário dela me machuca, por que eu sei que ela nunca me contaria nada disso, pego meu skate e saio de casa, ando pelo bairro e deixo as lágrimas rolarem, acho que chorar se tornou algo que alivia a dor.

— Adam! Adam! — Escuto alguém me chamar e paro, olho para trás e vejo ela, Daisy, eu não queria falar com ela agora, sem antes entender o que eu sinto.

— Oi — Falo a ela, não foi a forma mais simpática de se falar oi para alguém.

— Oi, eu posso falar com você? — Concordo com a cabeça e nos sentamos na ponta da calçada — Porque saiu daquele jeito do parque? —Ela pergunta e eu passo a mão na minha nuca.

— Eu saí normal do parque, fui até o estacionamento, peguei meu carro e fui embora — Falo o óbvio e ela revira os olhos.

— Não, foi embora sem falar comigo — Olho para meus pés que balançavam impaciente, eu posso me tornar invisível nesse exato momento e fugir do país?

— Você estava ocupada — Ela franze a sobrancelha, reviro os olhos com sua confusão — Você estava ocupada... beijando o Barry — Falo e sinto meu estômago revirar, Daisy estava corada.

— Aquilo... só aconteceu aquele dia, depois não mais — Ela falar e depois ficamos em silencio, um silencio desconfortável.

— Bom, se era isso, tenho que ir — Falo me levantando e ela levanta também.

— Espera! — Quando penso em colocar o skate no chão ela segura meu braço — Para de fugir de mim! — Ela fala brava, eu mantinha meu rosto sério — Porque ficou tão incomodado com o beijo? — Ela perguntou exatamente o que eu não queria que ela perguntasse.

Eu não sabia resposta, olho pra ela que ainda segurava meu braço, respiro fundo e olho em seus olhos.

— Eu não sei, somente me incomodou, agora tenho que ir — Ela me solta, coloco o skate no chão e vou andando nele para casa.

Chego em casa e me jogo na cama e afundou minha cara no travesseiro.

Dessa vez eu não tinha Emma para desabafar, e aposto que ficaria algumas horas com o rosto enterrado no travesseiro. 

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Oi!
Tudo bem?

Mais um capítulo para vocês:)
Espero que gostem

Até a próxima! Bjs se cuidem;)

O diário de EmillyOnde histórias criam vida. Descubra agora