He Doesn't Like The Lights [HDLTL✨] kth+jjk

12. chuva com gosto de liberdade.

#THELIGHTSTK
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❝Não importa o quanto eu tente fugir
Parece que eu não posso fugir
Eu pensei que você seria o herói
Que viria salvar o meu dia
Mas você é o vilão. ❞

— River Of Tears

"Era tarde da noite quando ouvi um barulho alto vindo do quarto de minha mãe, estava sentado na janela, observando as pequenas gotículas de chuvas deslizarem pelo vidro até chegarem ao parapeito. Me levantei assim que notei o silêncio repentino, correndo descalço até o cômodo no fim do corredor, assustado o suficiente para não pensar em vestir um chinelo e muito menos preocupado com o toque frio do pisos nas solas quentinhas dos meus pés. Abro a porta de madeira de forma apressada, me deparando com a cena que mais temi durante grande parte da adolescência. Mamãe está caída sobre o chão forrado por carpete, seus cabelos pretos como os meus estavam caídos e esparramados pelo seu belo rostinho e o chão estava cheio de frasquinhos vazios de remédio.

Senti o ar fugir dos meus pulmões, me sufocando e fazendo com que meu corpo quisesse parar de funcionar, empacando na entrada do quarto. Sem saber muito bem o que fazer e ainda perdido na angústia que subia pelo meu peito e fechava minha garganta, me aproximei do corpo caído em passos grandes, abaixando-me diante de si e colocando sua cabeça cuidadosamente em minha coxa.

— Mamãe? – dou uma batidinha leve em seu rosto pálido, à procura de qualquer reação. — Mamãe, por favor, pare com isso.

Procurei por seu telefone, olhando ao redor do quarto e logo achando-o em cima de sua cama, pego rápido, discando o número de emergência e explicando a situação que estávamos.
Voltei correndo para perto de si, não querendo ficar um minuto sequer longe, ajeitando seu corpo mole e fraco em meu colo de uma forma mais confortável, mesmo que ela não sentisse nada naquele momento e arrumo seus cabelos para trás deixando seu rosto livre dos fios para que eu pudesse olhá-lo melhor. Não percebo que estou chorando até notar duas lágrimas gordas pingarem em suas bochechas que antes costumava serem vermelhinhas, agora sem cor.

— Me desculpa. Me desculpa por não saber cuidar de você e ter deixado chegar a esse ponto. Por favor, não vá embora, fica comigo. Eu te amo, mamãe, por favor, fica aqui. – suplico ainda com as mãos passeando pelo seu rosto e cabelos.

Não demorou muito para o som da ambulância soar em frente de casa e muito menos para que os socorristas entrassem no quarto onde eu estava, pedindo para que me afastasse do corpo de mamãe.

— Ela vai ficar bem, não é? – eu quis saber, ainda com os joelhos contra o chão. — Ela vai, não é, senhor?

Vejo o homem, que aparentava já ter em torno dos quarenta anos, me olhar com pesar. Seu semblante me mostrava o que eu não queria acreditar. Ela não ficaria bem.